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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Sofrer pra quê mesmo?


Oi queridos, tudo bem com vocês?
Comigo tudo ótimo!
A banca de qualificação do meu projeto de tese foi óóóóótima!!!! Saí de lá cheia de ideias e louca de vontade de continuar trabalhando! Foi inspiradora!
Quero agradecer publicamente família e amigos que estiveram lá me dando apoio moral. A presença de vocês foi (é) muito importante!
E aos professores da banca que leram atentamente meu projeto e me ajudaram e fazer dele uma tese que será entregue em 2016.
Depois da banca, minha pálpebra, que estava "trimilicando" parou de tremer. O que reforça a teoria de que quando o estresse passasse, o sintoma passaria. E não é que passou?
Antes da banca, fui na Dra. Maria Cecília levar meu exame de eletronistagmografia e levar o Jota também, que anda com uma série de sintomas novos e que serão tratados com uma pulsoterapia na semana que vem (emanem energias positivas pro meu amor, minha gente!). Vai dar tudo certo!
Já os sintomas que me levaram a fazer o exame passaram e eu ganhei um período bônus sem pulsoterapia.
Fiz esse exame porque senti três vezes uma tontura muuuito forte, que tinha que me segurar pra não cair. Como eu expliquei pra doutora, sabe quando a gente toma um porre federal e percebe que deitado o mundo gira e acaba dormindo sentado? Então, eu me senti assim algumas vezes.
Aí fiz a eletronistagmografia pra ver se meu problema era do labirinto (podia ser uma labirintite) ou se era de ordem central, ou seja, nossa amiga esclerose. O exame é fácil, rápido e simples. Eles colocam uns eletrodos colados no rosto e primeiro fazem você seguir com os olhos uma luz (como no exame neurológico). Depois pingam água quente no ouvido e você precisa ficar com os olhos fechados. Nessa hora dá uma tonturinha. Aí é só abrir os olhos que passa.
No meu exame deu o seguinte resultado (resumindo): nada no labirinto, nistagmo espontâneo. Ou seja, tem alguma coisa se mexendo no lodo e fez feder...
Mas, como eu não tive mais nenhum episódio dessas tonturas, fiquei sem pulso. Só que com um aviso: se tiver mais meia tonturinha, vai pra pulso direto mocinha!
Juro que não tive mais nenhuma tonturinha. Mas tô com medo de sentir qualquer coisa do gênero. Por dois motivos principais. O primeiro é que tem viagem semana que vem, tem reforma, tem mudança, tem início de aulas do semestre, tem uma porrada de coisas que eu não queria interromper (quem quer né?). Segundo porque eu tenho um sentimento de fracasso a cada pulso. E isso é pior que a pulso.
Ah, e tem um terceiro... se isso tá acontecendo é porque ou tem lesão nova ou tem lesão ativa... Mas só descobriremos em outubro, na minha próxima ressonância. Nada de sofrer por antecipação. Nada de conjecturar cenários que talvez nem se configurem. Nada de ficar pensando no velório da bezerra que nem morreu ainda. Sofrer por antecipação nunca ajudou ninguém a resolver problemas... pelo contrário...o sofrimento por antecipação só fazem você não conseguir enxergar a solução que está logo a sua frente. Assim como não vale a pena sofrer pelo leite derramado, afinal, ele já caiu mesmo. No fim das contas, não vale a pena sofrer, não é mesmo?
Como se diz por aí, o que não tem solução, solucionado está. Ou, "se o problema não tem solução, não esquente a cabeça, ele não tem solução. Se ele tem solução, não esquente a cabeça, porque tem solução". "Não se preocupe com as mudanças da vida, se você não as fizer, elas se farão por si só"... Aí vai de você aproveitar, curtir mesmo o caminho ou fechar os olhos esperando que as coisas passem e sem aproveitar a vista. Difícil? Talvez. Mas nada que não se consiga com um pouco de vontade de fazer as coisas darem certo. E se alguém te falar que não dá pra viver assim, faz uma careta pra ela sorrir!


Bueno, bóra trabalhar que semana que vem tem BCTRIMS (Congresso Brasileiro de Esclerose Múltipla - http://www.bctrims.org.br/) em Campinas e eu vou pra lá. Alguma "encomenda" especial sobre algum tema, enviem por email ou comentários.
Até mais!
Bjs

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Mais um tratamento pra coleção


Oi queridos, tudo bem?
Comigo tudo bem. Uma pausa nas postagens do dia mundial da EM pra contar a minha consulta. Hoje fui na minha neuro, levar meus exames de sangue, minha última ressonância, minhas histórias felizes e minhas lamentações também.
E o que ela fez com tudo isso? Me deu mais coisas pra fazer...ehehehhehe
Bom, mas vamos por partes. Primeiro eu falei de toda essa fadiga e cansaço e dores que tomam conta do meu corpo.
Ela olhou minha ressonância e a notícia boa é que ela tá linda de viver! Nenhuma lesão ativa nem lesão nova, nenhuma degeneração, e o gráfico da transferência de magnetização tá melhor que o da última. Ou seja, passei nesse exame com estrelinhas.
Mas aí, quando ela olhou os exames de sangue, nesse tinha algumas coisinhas pra consertar. Pelo menos não é nada de fígado baleado, porque eu tenho medo é da medicação pegar meu fígado e aí ter que trocar de medicação porque não tem jeito. Mas não, era a minha vitamina B que está baixa. E aí eu lembrei que falta de B12 pode parecer EM e vice-versa (http://esclerosemultiplaeeu.blogspot.com.br/2009/08/anemia-disfarcada-de-em.html).
Aí, conversa vai, conversa vem, a dra preenchendo papéis do que eu deveria fazer quando, de repente, ela tirou da gaveta o papel que eu temia: aquele verdinho da unimed de requisição de pulsoterapia. É, eu sei que eu deveria ter feito mais cinco dias mês passado e sei que esse formigamento na ponta do nariz tá ficando engraçado... mas mesmo assim, né.
Quando ela me mostrou os papéis e disse "agora tu vai me odiar", eu disse "eu sei, eu vi o papel de pulso", ela disse que não era por aquilo que eu ia odiar, mas por conta da vitamina b. Resumindo, vou ter que fazer um diazinho de metilprednisolona (nosso amigo corticoide), e duas injeções de b12. Segundo minha dra, essa injeção dói pra burro. Segundo a minha mãe, é uma coisa horrorosa. Se as duas pessoas que normalmente me dizem que é tranquilo me "incentivaram" dessa forma, tô só pensando no diabo que tá me esperando.
Vou ver se aplico amanhã. Hoje eu passei a tarde me preparando emocionalmente pra isso... hehehehehe
É, mais um tratamento pra minha coleção. E eu que pensei que a única coleção que eu teria na vida era a de papel de carta...
Coragem!
Até mais!
Bjs

p.s.:sim, eu ainda tenho minha pasta com centenas de papeis de carta lindérrimos!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Sou mais homem que o Sant'Ana

Oi gentes, tudo bem?
Eu costumo ler a Zero Hora todos os dias. E eu leio mesmo. Até os obituários. Não por achar o melhor jornal do Brasil, mais por costume e pra saber dos acontecimentos gaúchos. Ou dos acontecimentos mundiais sob o ponto de vista "dos gaúchos".
E hoje eu li a coluna diária do Paulo Sant'Ana. Pra quem não é do RS, talvez seja difícil de entender quem é Paulo Sant'Ana. Gostando ou detestando, ele faz parte da memória de toda e qualquer pessoa que nasce e cresce no Rio Grande do Sul.
Bom, ele tem sofrido por conta de sua saúde, que, ao contrário do que ele diz, não é nada frágil, pois desde que eu me lembro, o Sant'Ana tem alguma doença e tá aí, firme, forte e indo no jogo do Grêmio. Quem tem uma saúde frágil não vive tanto tempo, produzindo, certo?
Faz horas que ele se lamenta nas páginas da Zero por conta dos exames, remédios e tudo mais (ele não tem doenças, ele sofre delas). Realmente é um negócio chato pra caramba essa coisa de ficar indo em médico toda hora, tomando vários comprimidos por dia, tendo que se cuidar e fazendo exames dos mais diferentes tipos regularmente. Mas hoje ele escreveu um negócio que me fez me sentir o "homem mais homem" da humanidade. Segundo o sr. Sant'Ana, passar pela experiência de fazer uma ressonância magnética de crânio sem sedação é uma prova de que ele é homem. Lendo isso e pensando que há 12 anos eu faço pelo menos uma (porque teve anos que eu fiz 2) por ano, eu mereço uma taça né? Eu e todos as criaturas com esclerose múltipla da terra (que não são poucas).
É ruim fazer, parece uma espécie de tortura, mas está longe, sr. Sant'Ana de ser as cercanias do inferno. Ou o inferno seria tão fácil assim?
Já contei que a minha primeira ressonância durou mais de 4h? Isso mesmo! Porque os caras não sabiam mexer na máquina recém chegada e eu fui cobaia dos bonito.
A cada nova ressonância conto aqui como foi e as minhas técnicas de sobrevivência.
Sinceramente, eu não acho que passar por esse exame (e tantos mil outros que eu faço durante o ano), tomar comprimidos todos os dias e não saber como será o dia de amanhã seja algo que me faça mais "homem" do que as outras pessoas. Mas quando eu penso que faço isso desde os 14 anos e acho natural enquanto um velho de 73 anos acha isso heroico é meio estranho. E quando eu penso que pretendo viver por muito tempo (pelo menos 100) e tenho a consciência de que será assim todos esses anos (com muitos exames, muitos comprimidos e outras drogas injetáveis, muitas idas ao médico e muito trabalho pra fazer). Bom... talvez eu seja mesmo mais homem que Paulo Sant'Ana e toda torcida do Grêmio.
Ah, e mais uma... se Paulo Sant'Ana fosse leitor aqui do blog, saberia exatamente o que esperar de uma ressonância. Ruim? Sim. Mas não é pra tanto exagero né :P
Até mais!
Bjs

P.S.1: desejo muita saúde à Paulo Sant'Ana e que ele consiga ver que é um privilégio passar 73 anos de vida sem precisar fazer uma ressonância. E nem vou falar sobre ele parar de fumar né...
P.S.2: a polícia do politicamente correto já me falou que não se deve usar a palavra velho... enquanto isso, alguns sociólogos defendem o uso da palavra velho como algo natural e não depreciativo. Eu gosto da palavra velho, não uso pra depreciar ninguém e acho menos ofensivo que "antigo" ou "de idade". Ou alguém reclama por chamarem o papai noel de bom velhinho?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Punção lombar

Oi gentes, blz?
Já recebi muitos emails me perguntando sobre punção lombar e hoje percebi que nunca escrevi sobre esse exame. Deve ser porque não o fiz nos últimos anos.
Pois bem, todo mundo que eu conheço fica tremendo de medo antes de fazer esse exame. Comigo não foi diferente da primeira vez. Mas o exame foi tão rápido, mas tão rápido que eu não tive tempo de sentir dor ou agulha.
Pra quem não conhece, esse é um dos exames que os neurologistas pedem quando estão estudando se a criatura tem EM ou não. O exame é feito a partir da coleta de líquido cefalorraquidiano. Simplificando, eles enfiam uma agulha nas suas costas e tiram o líquido que fica dentro da medula. Segundo os médicos, alguns pacientes com EM podem apresentar quantidades anormais de leucócitos e proteínas no líquido cefalorraquidiano. Entretanto, todavia, contudo, pode não apresentar nada de diferente e ainda assim você ter EM. Ou seja, não é um exame conclusivo, mas é importante.
Eu tenho pós-graduação em punção lombar. Fiz 5 desde que tive o diagnóstico. E, por isso, posso falar algumas coisas que podem te ajudar a fazer seu primeiro exame:
1. Não olhe pra agulha. De jeito algum. Nunca olhe a agulha antes do exame. Ah, e nunca olhe o episódio de House em que ele mostra o exame sendo feito. É sério, não olhe.
2. Quando o médico pedir pra você ficar na posição fetal, com as costas arqueadas, peça a ajuda de algum auxiliar de enfermagem, amigo, etc, para segurar você para que você não se "estique" na hora por conta do nervosismo.
3. Fique pelo menos 24h deitado com a cabeça mais baixa que o resto do corpo. Travesseiro é um crime. Eu sei disso porque numa das vezes inventei que não queria fazer xixi na comadre e fui por 1 minuto no banheiro. Foi o suficiente para a maior dor de cabeça da história.
4. Ah, é bom ter algum amigo ou familiar junto, pra ficar conversando com você enquanto o exame é feito. Tranquiliza e o exame passa mais rápido.

Nas 5 vezes que eu fiz, não senti dor alguma nas costas ou no local em que o médico colocou a agulha. Mas eu sei que você só vai ficar mais tranquilo depois que fizer o exame.
Há alguns dias recebi um email duma moça que disse que todos os exames acusavam ela ter EM, mas ela esperava que a punção mostrasse que ela não tinha. Não esperem isso desse exame, principalmente se na Ressonância já acusar as lesões e se seu médico concluir pela clínica que o que você tem é EM. A punção é mais um exame pra saber a quantas anda a EM no seu corpinho.
Então, se você vai fazer uma punção, bom exame. Não vou dizer: fique calmo, fique tranquilo... porque eu sei que isso é quase impossível. Mas desejo um bom exame. Depois conte aqui como foi.
Até mais!
Bjs

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Marcado na pele

Oi queridos, blz?
Ainda sobre a ressonância, respondendo a uma pergunta feita por email: e a tatuagem?
Bom, a tatuagem continua ali, firme, forte, colorida e linda.
Logo que se faz uma tatuagem, não se deve fazer ressonância porque é um ferimento pequeno, a pele está sensível. Mas depois de cicatrizado, não tem problema algum.
Muitas pessoas se apavoraram por causa de um episódio do House, onde um presidiário precisa fazer uma ressonância e as tatuagens do corpo dele parecem queimar. Isso só acontece no caso de a tatuagem ser feita com tinta contendo metais. É bom se certificar, antes de fazer a tatuagem, que a tinta não contém nenhum metal.
Qualquer tatuador sério não usa tinta com metal. Então, não é preciso se preocupar.
Algumas pessoas me falaram que poderia coçar a tatuagem, ou ficar dolorido enquanto fizesse a ressonância. Nadica de nada. Até esqueci dela ali nas minhas costas. Só fui lembrar dela quando recebi um email perguntando se não tinha ardido.
Então gurizada, podem se tatuar à vontade que não dá nada. Mas lembrem-se sempre, tatuagem é pra vida toda. É melhor ter certeza absoluta do que se quer quando fizer uma tatuagem.
Até mais!
Bjs

P.S.: Feliz!Feliz!Feliz!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Espelhos da alma...

Oi gentes, blz?
Estou aqui, enxergando mal pra caramba. Fui fazer mais exames de visão, e dessa vez, dilataram minha pupila. Detesto ficar assim. Mas tinha que vir contar as novas experiências oculares.
Primeiro fiz um a Paquimetria Ultrassônica (para medir a espessura da córnea). Só o nome já assusta né? Bom, depois de pingar aquele colírio anestésico, deitei numa maca pra fazer o exame. Tenho horror a qualquer coisa perto do meu olho. Não sei se vocês viam Friends, mas quem via deve lembrar do episódio em que a Rachel precisava fazer um exame nos olhos mas não deixava nada chegar perto do olho. Sou mais ou menos assim. Só eu toco no meu olho. Pois bem, o tal do exame era tipo uma canetinha que tocava no olho aberto (claro que eu não sentia nada, tava anestesiado), e cada vez que tocava fazia um barulhinho tipo video game antigo. Com o nome de ultrassônico e aquele barulhinho, pensei na hora que a moça que fazia o exame tava era jogando Tetris no meu olho, e quando o barulho ficava mais rapidinho, é porque tinha formado uma linha... hehehe
Deixando a viagem na maionese de lado, dilataram a minha pupila pra fazer uma Retinografia, que é uma foto do fundo do olho. Eu já tava enxergando mal quando a médica colocou uma luz forte no meu olho e disse: tá vendo essa varetinha? Olha direto pra ela e arregala os olhos. Eu fiz isso na primeira vez, quando soltou um flash absurdo dentro do meu olho. Cruzes, que desagradável. Depois ficou mais difícil. Meu olho mal abria depois da luz.
O bom de tudo isso, é que cada exame demorou no máximo 10 minutos. Desagradável, porém rápido. Bem melhor que a ressonância que vou ter que fazer mês que vem.
E agora, vocês já sabem mais ou menos o que esperar de um exame desses quando o médico pedir.
Como disse semana passada, espero que os resultados digam que tá tudo OK com os meus olhos.
E se os olhos são os espelhos da alma, depois desses exames vai dar pra ver até minha alma nua... hahaha
Até mais!
Bjs

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Guia Bruna de Hospitais

Oi amigos, blz?
Estou em casa novamente. Fiquei apenas um dia no hospital, mas parece que foi uma semana. Hospital é um lugar cansativo, não acham?
O exame é muito tranquilo. A cada três horas o médico vinha no meu quarto, pingava um colírio e media minha pressão ocular. Começou as 9h da manhã de ontem e terminou as 6h da manhã de hoje. A única coisa que incomoda é que estou parecendo um zumbi, primeiro pelo sono, e segundo porque o colírio que eles pingam deixa uma coloração amarela em volta dos olhos. Lindíssima! Hehehe
Como já internei em alguns hospitais, e sou crítica, vou fazer o Guia Bruna de Hospitais... hehehehehe
Então, vou contar pra vocês como é o Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre. Minha estadia foi tranquila. O hospital tem uma boa higiene, atendentes atenciosos e muito bem educados. Entretanto, a comida é ruim. Já sei, vocês vão dizer que comida de hospital é ruim. Mas eu tenho que discordar. Depois que você come a comida do Hospital São Vicente de Paulo em Passo Fundo, você passa a ser mais exigente nos outros lugares. Não passei fome, mas a comida era ruim.
Outra coisa que me incomodou foi aquela entrevistinha que a enfermeira faz pra saber se você tem alguma doença, toma algum remédio e blablabla. Como a moça foi preenchendo a ficha na minha frente, pude ver que ela pulou uma séria de patologias, marcando um X na opção não. Uma das doenças que ela pulou foi AIDS. Não sei, mas me parece importante saber se uma pessoa tem ou não AIDS no momento em que ela interna no hospital.
Mas o que mais me incomodou mesmo foi ela não saber o que é Esclerose Múltipla. Acho que a maioria da população não tem obrigação de saber o que é EM, mas uma enfermeira que trabalha num hospital de olhos, e sendo a EM uma doença que afeta a visão, essa sim, tem obrigação de saber do que se trata.
Foi mais ou menos assim:
Enfermeira: Então você não tem nenhuma doença?
Eu: Tenho sim, esclerose múltipla.
Enfermeira: é uma doença dos olhos?
Eu (em pensamento) - o que? você não sabe o que é EM? Sério mesmo? Anta!
Eu (verbalmente): não, é neurológica. Mas eu tenho sim uma lesão que afeta diretamente a visão.
Enfermeira: aaaahhh. Mas como que é isso?
Eu: como assim?
Enfermeira: como é a doença? faz tempo que tu tem?
Eu (em pensamento): puta que o pariu! (desculpe o palavreado, mas foi exatamente o que pensei) a enfermeira não sabe o que é EM. Sem cabimento uma coisa dessas...
Eu (verbalmente): a EM é uma doença neurológica e blablabla (falei o que era, como descobri que tinha e tal).

Absurdo né?!
Tudo que eu contei aqui pra vocês, coloquei naquela fichinha de avaliação do atendimento (aquela que quase ninguém preenche). Acho importante dizer o que não nos agradou pra que não aconteça novamente. E realmente acho que os profissionais de saúde tem que saber o que é Esclerose Múltipla, já que tanta gente tem e afeta diversos órgãos do nosso corpo.
Fora isso, o hospital é muito bom. Se precisar fazer outro exame desses ou qualquer outro que envolva a visão, volto lá. Espero não precisar.
Bom, vou dar uma descansada. E lavar os olhos mais vezes pra sair essa tinta amarela que me deixa parecendo doente.
Até mais!
Bjs

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Achei minha neurologista!!!

Oi queridos, tudo bem?
Comecei muito bem meu dia de hoje: fui a neurologista de manhã.
Confesso que quase não dormi à noite, de tão ansiosa. Vocês sabem como é difícil essa peregrinação que fazemos pra achar um médico que nos passe confiança né?
Pois então, fui lá e A-DO-REI a Dra. Maria Cecília de Vecino. Sabe né, eu falo o nome de quem me atende mal, mas também faço questão de espalhar que tem muita gente boa por aí.
Contei toda a minha saga pra ela. Praticamente um Star Wars, de tão longa. Pra facilitar (e por eu ser neurótica com listas, tabelas e organização), fiz uma linha cronológica da minha EM. Ontem gastei um tempo da minha tarde fazendo isso e procurando os exames pra levar pra ela se divertir.
Não foi fácil. Precisei lembrar de tudo que já passei, quais dores senti, etc. E doeu um pouco. Doeu também ver a quantidade de exames feitos. Fiz uma pequena regressão consciente. Voltei no tempo e cheguei a sentir um certo mal estar. Algumas coisas do passado, parece que foram feitas para ficar no passado.
Quando senti essa dorzinha no peito, também fiquei orgulhosa de mim mesmo, por ver que passei por tudo que passei e tô aqui, firme e forte. Por ver que a famosa frase de para-choque de caminhão, não é apenas filosofia barata, funciona de verdade: tudo na vida passa!
Bom, a Dra. me pediu alguns exames pra investigar a EM e a minha enxaqueca, que tem me incomodado bastante esse ano. Ela tem comparecido todo mês. Ninguém merece né? A Dra. também achou que eu não mereço e pediu um "diário da dor", pra gente atacar ela com as armas certas.
Bom, acho que é isso. O mais importante de tudo, é que achei uma médica pra me acompanhar. Senti simpatia logo de cara. E conversando com ela, vi que posso confiar meu corpinho e mente aos seus cuidados.
Até mais!
Bjs

P.S.: tô com tanto exame e consulta marcada até o final do ano, que é capaz da Unimed pensar que tem um bando de gente usando minha carteirinha...hehehe

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Colírio

Oi amigos, tudo bem?
O semestre está acabando, e aproveitando esses dias com menos aulas, vou fazer uma maratona médica...hehehe
Comecei hoje indo à oftalmologista. Lembram que eu fiz um exame de campo visual lá no início do ano (clique aqui pra lembrar). Pois então. Depois que eu já estava em Porto Alegre minha médica pediu que eu repetisse o exame, porque parece que meu olho esquerdo é mais podrinho que o direito.
Então, fui numa oftalmo aqui em Porto Alegre, afinal, vou ter que achar médicos novos aqui né. E ela confirmou que meu olho esquerdo enxerga pior que o direito e mandou fazer um novo exame no mês que vem. Pra ver se é progressivo ou se é meu olho que é assim mesmo e sempre será.
Mas não se enganem, estou de olhos bem abertos, prestando atenção em tudo. E como, pra enxergar o que tem dentro de mim não preciso nem dos meus olhos, tenho feito essa viagem interior. E sabe que eu to gostando? hehehe
Mas vamos à dica da oftalmo que pode ser útil pra todos. A médica disse que, quem fica muito tempo na frente do computador acaba piscando menos. E ao piscar menos, lubrificamos menos os olhos. Isso pode lesionar os olhos e causar problemas maiores. Por isso, ela me deu um colírio pra eu pingar pelo menos 6 vezes ao dia. E quando estou no computador, tem de ser de hora em hora.
Já estou sentindo menos coceira nos olhos. Ah, o colírio que eu estou usando é o Trisorb. É bem bom. Mas consulte seu oftalmo antes de usar qualquer coisa.
Até mais!
Bjs

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Até onde eu vejo

Oi amigos, blz?
Já contei aqui que fiz uma porção de exames desde que descobri a EM. Aliás, foram muitos exames pra descobri-la. Mas hoje fiz um exame novo. Um que nunca tinha feito. O exame de campo visual.
Na minha última consulta com a oftalmologista ela pediu que eu fizesse. Não por haver algum problema. Mas como uma das minhas lesões é no occipital (atingindo a visão) e como nunca fiz esse exame, ela achou que seria bom ter um desses na minha pasta de exames, para futuras comparações. Ele serve para medir a amplitude da visão do vivente.
E lá foi a Bruna hoje, fazer um exame inédito no seu currículo.
Apesar de demorar apenas 10 minutos pra fazer, é um pouco desagradável. Você fica com a cabeça quase dentro de um meio globo todo branco, com um tapa olho (é feito um olho por vez) e fica olhando fixamente prum ponto amarelo no meio do globo. Quando pisca uma luzinha branca, bem fraquinha, em qualquer região do globo, você aperta um botão que fica na sua mão.
Fácil né? Sim. Mas os pontos de luz que piscam são muito pequen0s e fraquinh0s. E como meus olhos cansam rápido, chegou uma hora que eu não sabia mais se tinha visto a tal luz ou se era coisa da minha cabeça. Quem já fez audiometria sabe o que é isso. Chega uma hora que você não sabe se escutou o barulhinho mesmo ou é coisa da tua imaginação.
Bom, deu tudo certo. Quer dizer, não entendi uma vírgula do que está escrito no papel do resultado. Só entendi a palavra normal, que está escrito em um dos papéis. Ou seja, alguma coisa de normal eu tenho.
Vou esperar minha oftalmo olhar e dar seu parecer.
De todos os exames que já fiz, esse deve ser um dos menos doloridos, mas um pouco cansativo.
Vamos ver até onde eu enxergo. Se bem que tem coisas no mundo que é melhor nem ver.
Até amanhã!
Bjs

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Mais uma ressonância


Oi amigos, blz?
Ontem à noite fui fazer a minha ressonância magnética. Ao contrário das outras vezes, não estava muuuito nervosa. Só um pouquinho. Acho que é porque eu tenho quase certeza de que não é um surto.
Entrei, coloquei aquela camisola que fica aparecendo a bunda (mas eu amarrei bem direitinho pra não ficarem vendo minhas lindas calçolinhas), a enfermeira enfiou um canudinho na minha veia pra poder aplicar o contraste durante o exame. Depois veio um tiozinho com aquelas perguntas básicas do tipo "qual o motivo do médico pedir a ressonância?", "você tem alguma prótese de metal?", "é hipertensa?", e outras mais.
Depois ele me disse: olhei na tua ficha e vi que é a segunda ressonância de crânio que você faz esse ano. E eu: Aham, quero confirmar que o cérebro continua ali...hehehe E ele: quantas ressonâncias tu já fez? E eu: depois da décima eu parei de contar. Isso faz uns 3 anos.
Fui pra sala barulhenta, entrar naquela espécie de cápsula espacial. Bom, daí me colocaram num "capacete", que é o que tranca a cabeça pra gente não se mexer. Depois disso, me colocaram de vez pra dentro da nave espacial. Não tinha mais jeito. Agora era eu comigo mesma e aquele monte de sons altíssimos.
Lembram que eu contei da música que sempre era a primeira nas minhas ressonâncias? (Se não, leia aqui). Pois bem, dessa vez, depois de milhões de anos fazendo ressonâncias na mesma clínica, a primeira música que tocou foi diferente. Dessa vez foi aquela versão linda, que eu adoro de Somewhere over the rainbow (Em algum lugar além do arco-iris) com What a wonderful world (Que mundo maravilhoso). Combinação perfeita pra começar um exame tão estressante e que me deixa è beira de um ataque de nervos.
Quando comecei a pensar em bobagens do tipo, "e se for surto?", tocou No woman no cry. Entendi o recado e fiquei mais calma.
Aí pela sexta música começou um barulho que parecia sirene de incêndio. Era como se eu estivesse numa cápsula de dormir dentro de uma nave espacial e começasse a tocar a sirene antes da nave se auto destruir. Muito ficção científica meus pensamentos...hehehe
Na nona música aplicaram o contraste. Dessa vez doeu e me deu muito calor, suei tanto que pensei ter feito xixi nas calças. Mas não, era só suor mesmo. Adivinhem qual era a música? You got to be, aquela que antigamente era a primeira. Entendi o recado de novo e relaxei.
Doze músicas depois da primeira, me tiraram da super nave barulhenta, arracaram o canudinho do braço e me deixaram me vestir e vir para casa.
Hoje estou com o corpo dolorido, porque é muito tempo parada na mesma posição. Minha perna tremia por não poder mexer. É nessas horas que eu vejo que os espasmos existem e são fortes. Mas em casa a gente vai se mexendo e não percebe. E dessa vez o braço do acesso para o contraste ficou dolorido. Acho que a enfermeira viu que eu era fofinha e pegou um canudinho mais grosso dessa vez.
Agora é só esperar o exame ir pro médico e falar com ele semana que vem.
Mas vou contar uma coisa pra vocês. Mesmo depois de tantos anos fazendo ressonâncias. Mesmo com o avanço da tecnologia que fez com que o exame dure menos tempo. Mesmo sabendo tudo que vai acontecer lá dentro. Ainda fico nervosa pra fazer essa joça.

Até amanhã!
Bjs

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Diagnóstico? Sei lá...

Oi amigos, blz?
Primeiro tenho que agradecer à todas as mensagens a mim e ao meu gatinho. Sim Fer, tomei muita água com bolinha pra me acalmar (pra quem não sabe, é uma água com gás especial). Também tomei Naramig pra enxaqueca e chazinho pra dor de barriga. Como nosso corpo é loco né? Não posso ficar nervosa assim.
Enfim, ele está em casa. Viraram ele do avesso e não descobriram nada, só que ele não tá comendo. Agora ele tá tomando um xarope pra abrir o apetite. O problema é o outro gordo querer tomar também...hehehe
Fiquei pensando, vai ver ele tem esclerose múltipla...hahaha
Ou tá um pouco depressivo, anoréxico, vai saber...
Digo da EM porque quando eu tive o primeiro sintoma me viraram do avesso e não deram diagnóstico, afinal, era só um sintominha de nada.
Como vocês sabem, adoro TV e não perco um episódio de House. Pra quem não conhece é um seriado de um doutor mal-humorado, sarcástico e doido que faz diagnósticos mais doidos ainda com uma equipe que sofre com a teimosia do Dr. House. Ah, e ele também é malacabado (usa uma bengala como a minha). Bom, mas tudo isso pra falar que, reparei que praticamente todos os pacientes que chegam ao hospital de Princeton tem, em alguma hora, o diagnóstico de EM.
Os sintomas dos pacientes são os mais diversos, mas eles sempre desconfiam da EM. Entretanto, até hoje, não vi nenhum episódio em que a doença do paciente fosse EM mesmo.
Ao contrário da desconfiança do médico da ficção para EM, a maioria dos médicos que eu conheço (não só o meu, mas dos meus amigos esclerosados) morrem de medo de dar um diagnóstico desses. Eu até entendo os pobrezinho dos "dotor", porque a EM é uma miscelânia de sintomas que nem sempre aparecem em todos os exames. Mas daí a tratar uma pessoa durante 5 anos para labirintite (sim, eu já vi disso), é medo (ou incompetência) demais.
Se eu chegasse no hospital do dr. House, tenho quase certeza de que ele erraria no diagnóstico. Porque? Simples, porque ele atende exames e não pessoas. E os meus exames (fora a ressonância) dão todos normais.
Fiz todos os potenciais evocados, fiz eletroneuromiogafia (o pior de todos os exames) e quase instalei uma torneirinha nas costas para retirarem liquor. Todos eles mostram que eu não tenho doença nenhuma. Só a ressonância que mostra as lesões nitidamente.
Vou tentar ir no Dr. House, vai que ele mude meu diagnóstico? hehehe
Bom, não acho de verdade que meu gato tenha algo desse gênero. Só a esquizofrenia normal dos gatos (amanhã explico essa minha tese), e uma teimosia pra não comer.

Até amanhã!
Bjs!

Em tempo: está muito frio na minha cidade. Dizem que vai nevar na serra. Vou fazer a receita de mocaccino que a Regina deixou no post do cafezinho (clique aqui para ver). Bjs gelados!

terça-feira, 24 de março de 2009

Você precisa ser...

Oi amigos, blz?
Nos últimos dias tenho sentido um formigamento no rosto e na perna esquerda. Já me diagnostiquei surtada. Ontem liguei para meu neurologista e ele me mandou fazer uma ressonância magnética para ver se é lesão nova ou as mesmas de sempre.
Ontem mesmo fui fazer o exame. Depois da décima ressonância parei de contar. Ou seja, já to entendendo mais de ressonância que a enfermeira que me deu instruções antes do exame.
Buenas, para quem nunca fez uma ressonância, o aparelho é como um tubo gigante no qual a parte do corpo a ser 'avaliada' fica dentro. No meu caso, a cabeça. Coitado dos claustrofóbicos!
Durante o exame (dura mais ou menos uns 40min), diversos tipos de barulhos altíssimos ficam tocando e vibrando o aparelho. Sons tão agradáveis quanto uma britadeira, um liquidificador e uma batedeira ligados juntos do seu lado...hehehe
Faço ressonância na mesma clínica desde os meus 14 anos, e para amenizar o barulho, o pessoal de lá coloca um fone de ouvido com músicas mais calmas e lentas. Depois de todo esse tempo eles resolveram colocar músicas novas no repertório. Graças a Deus, porque eu não ia aguentar 40 minutos de Celine Dion de novo. No entanto, tocou a minha trilha sonora de ressonância: You gotta be, da artista Dess'ree. Não sei porque, mas a primeira música é sempre essa há anos, mesmo agora, tendo músicas novas. Curioso por causa da letra, que diz muito do que eu sinto quando estou lá fazendo o exame. Vê se não parece coincidência demais:
Você precisa ser
Preste atenção enquanto seu dia revela-se. Desafie o que o futuro reserva. Tente e mantenha sua cabeça erguida para o céu. Amores, eles podem te causar lágrimas. Vá em frente, liberte seus medos. Fique em pé e seja contada. Não fique envergonhada por chorar.
Você precisa ser...Você precisa ser má, você precisa ser ousada, você precisa ser mais sábia. Você precisa ser dura, você precisa ser rude, você precisa ser mais forte. Você precisa ser legal, você precisa ser calma, você precisa permanecer sã. Tudo que sei, tudo que sei [é que] o amor vai salvar o dia.
Proclame o que sua mãe disse, lendo os livros que seu pai lia. Tente solucionar os enigmas no seu próprio ritmo. Alguns podem ter mais dinheiro do que você, outros têm uma perspectiva diferente.
O tempo não faz perguntas, ele continua sem você. Te deixando para trás se você não puder agüentar o compasso. O mundo continua girando. Você não pode pará-lo, mesmo se você tentar. Desta vez é o perigo encarando você no rosto.
(Veja o clipe dessa música em: http://www.youtube.com/watch?v=sVOoXIR6n9c)
Bem, mesmo depois de tanto tempo, quando chega na quarta música eu começo a pensar como seria apertar o botão de emergência, ter um ataque de loucura, sair correndo da sala ou coisa parecida. Nunca fiz isso, mas confesso que sempre tive vontade. Na sexta música só quero saber de sair daquela máquina. Na sétima eles injetam um contraste gelado no braço, aí eu fico feliz, porque sei que são só mais umas 2 ou 3 músicas para ir embora.
Ainda não tenho os resultados. Mas algo me diz que vou ter que tomar os corticóides nos próximos dias.
Amanhã conto pra vocês a conclusão do meu médico e explico como funciona a pulsoterapia com corticóides. Enquanto isso, fico aqui com meu anjinho da guarda esperando o que vem por aí.

Beijinhos!