terça-feira, 28 de junho de 2011

Pra que tanto frio????

Oi povo, blz?
Acharam que eu tava demorando pra falar mal do frio? Realmente, me segurei o máximo que deu. Mas o frio tá de doer. E não é doer no sentido figurado não, é no sentido literal.
Frio dói. Dói a musculatura, dói as articulações (as junta), dói lá no osso... 
E ainda mostram as pessoas achando o frio lindo. Sim, é lindo, pra quem tem casa, comida e conforto. E ainda assim, é uma droga, porque parece que não há roupa suficiente que aqueça.
E ir no banheiro então? Já não basta a bunda estar gelada, tem que sentar num vaso mais gelado ainda... assim não dá né?!
A grande maioria das pessoas com EM passa mal no verão, porque o calor costuma dar fadiga. Eu sou o contrário. Me sinto ótima em estações de calor e meia estação. Esse período de inverno, para mim, é o inferno. Existem tipos de dor que eu só sinto no inverno. Quando começa a esfriar, vou contando quantos dias ela demora pra vir. É uma dor que parece uma coceira, mas quando encosto pra coçar (braço, perna, barriga), dói como se fosse um hematoma. Vocês já sentiram disso?
Outro motivo pra eu não gostar do inverno é que, dos últimos 11 anos, apenas 3 deles eu passei a mudança do outono pro inverno sem surto de EM. Não sei o quanto a incidência de surtos tem a ver com a mudança da estação. Mas é fato, final de outono/início de inverno é o tempo em que mais temo ter surtos porque é exatamente o período que tenho mais surtos.
O desse ano já passou. Só falta passar esse frio.
Ontem, tava muito frio aqui. E o vento, tava tão forte, que quase me derrubou. Sério, o vento me tirou o pouco de equilíbrio que tenho. 
E alguém me explica porque as pessoas ficam passando frio de madrugada na rua pra olhar neve? Sabiam que neve molha? Pior, essas pessoas, são as mesmas que não gostam de tomar banho de chuva... vai entender o ser humano né.
Meu consolo, é que em Porto Alegre, faz bem menos frio que em Passo Fundo. Mas bem menos meeeeesmo. Olho as imagens da minha antiga cidade na TV e penso que ainda bem que não estou lá... certo que nem sairia de casa. Só sinto falta do meu chuveiro à gás que tinha lá. Porque tomar banho é outra operação de guerra no inverno gaúcho: liga estufa... espera esquentar o banheiro... liga o chuveiro... demora alguns minutos pra achar a temperatura certa... morre de frio pra tirar a roupa e, com aquele fio de água quente, toma banho. É dureza!
Tá bom, não vou ser tão murrinha e rabugenta. O inverno tem algumas coisas boas, como chocolate quente, muito vinho e sopas (coisas que eu consumo muito mais no inverno que no verão). 
Mas só de pensar que tem gente morando na rua, sem comida, sem roupa quentinha... me aperta o coração. Não me importa o que essas pessoas fizeram ou deixaram de fazer. Para mim, continuam sendo seres humanos que sentem frio e dor, como eu e você. 
Bom, vou me contentar com meu gato gordo esquentando meus pézinhos (sim gente, é verdade que gato esquenta) e uma (duas, três...) taça de vinho mais tarde. Falta alguém pra cantar Baby, it's cold outside (Ray Charles)...
Até mais!
Bjs! (Porque aperto de mão não dá... não há - eu acho que não - o que esquente minha mão no inverno).

Em tempo: antes que os amigos de Passo Fundo reclamem, é lógico que sinto falta de vocês (além do meu chuveiro à gás) pra tomar sopa e vinho no Boka, fazer um fondue, colocar camadas e mais camadas de roupas pra sair na night, se esquentar com uma garrafa de vodka, etc... Bjs

Devaneios

Oi gentes, td bem?
Confesso que estava meio desanimada. Acho que tive meu inferno astral de aniversário uma semana depois do aniversário... sabe, aqueles pensamentos de o que eu fiz até agora da minha vida? será que vai dar pra fazer tudo que eu pretendo? será que vou conseguir mudar o mundo? não todo ele, mas o que precisa ser mudado no meu, pelo menos? será que o que estou fazendo tá certo? será que minha forma de agir é a melhor pra mim? e assim vai... mais e mais perguntas...
Ainda bem que essas perguntas não ficam por muito tempo martelando na minha cabeça... afinal, a vida não para, para eu poder apenas pensar na vida. E pensar na vida, não é viver. Ou seja, ajamos amigos!
Mas, o que eu queria dizer, é que uma das coisas que eu pensei foi: será que devo continuar com o blog?
Sim, adoro o blog, adoro escrever, adoro conhecer pessoas e histórias novas todos os dias. Mas sim, é uma exposição bem grande, e quem está de braços abertos para um abraço, também deve estar para os tomates estragados que nos atiram.
E também fiquei pensando: que diabos eu teria de tão especial pras pessoas lerem o que eu escrevo (seja sobre EM, sejam meus devaneios, sejam minhas "aventuras"...)? Nada. Não tenho nada de diferente ou mais especial, então, por que escrever?
Entretanto, todavia, contudo... acredito que nada aconteça por acaso. E, também não foi por acaso que, nessa última semana, os emails que recebi tenham sido um pouco diferentes.
Explico: todos os dias (não tô brincando, é todos os dias meeeesmo), recebo pelo menos um email de uma pessoa que tenha tido o diagnóstico de EM nos últimos dias. Às vezes é um familiar, amigo, namorado, etc... mas todos os dias têm.
Confesso que sempre me dá uma dorzinha no coração, não pela mensagem (adoro ler todas), mas porque sei a dorzinha que quem mandou o email está sentindo. E ela não é nada boa. Mas, ao mesmo tempo, fico feliz, por normalmente ser uma pessoa que está buscando como ter uma vida "normal" com a EM, ou seja, mais um pro meu time. Desses emails cresceram grandes amizades.
Bom, mas e o que os emails dessa última semana tinham de diferente? Recebi também, todos os dias, pelo menos um email de alguém dizendo que o blog foi importante para a mudança de atitude da pessoa em relação à EM. Foram todos emails de leitores do blog, que há alguns meses, e até mais de um ano, me mandaram uma mensagem sobre seu diagnóstico, e agora, me mandam sobre como está sendo bom viver, independente da EM.
E aí, me veio o grande insight, eu comecei a escrever o blog, e continuo escrevendo (e continuarei enquanto houver internet), justamente por eu não ter nada de mais especial que ninguém. Por eu ser exatamente como todos que leem o blog, e sentem coisas parecidíssimas com o que eu sinto. É justamente por não ser diferente que eu continuo escrevendo. Porque acaba sendo uma conversa: minha comigo mesma, e com vocês, que muitas vezes, não se sentem ainda "prontos" pra falar tudo isso para o mundo.
Ah, e claro, porque eu não quero que ninguém tenha a péssima experiência que eu tive ao colocar essas duas palavras no Google há 11 anos atrás: Esclerose Múltipla. Sério gurizada, era praticamente uma sentença de invalidez total.
Bom, desculpem meu desabafo de crise existencial. Deve estar ficando chato... mas sim, eu sou chata também.
No fundo, no fundo, isso tudo é pra agradecer a quem me impulsiona a continuar sempre: no blog e na vida.
Detesto quando essa tal de insegurança bate à porta. Eu tento só olhar pelo olho mágico...
Tem dias que a gente deixa de acreditar em si mesmo, e é nesses dias que aparecem os amigos para lembrarmos das capacidades que nós temos.
Até mais!
Bjs

Em tempo: continuem me mandando suas histórias por email...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tirando os rótulos

Oi gentes, tudo bem?
Tem um negócio meio que me incomodando ultimamente: o enquadramento.
Calma, eu explico.
É essa mania que as pessoas tem de colocar todo mundo num quadradinho específico e esperar delas exatamente o que é referente a esse quadrado.
Tipo, você tem que agir conforme o seu rótulo. Sempre detestei isso. Desde pequena. Nunca aceitei aquela história de brincadeira de menina e de menino.
Tudo bem que eu sou meio do contra, mas tem coisas que me incomodam.
Por exemplo, me colocarem no quadrado do doentinho. Não sei se vocês já passaram por isso, mas tenho quase certeza que sim. Você diz: tenho Esclerose Múltipla. Aí a pessoa faz aquela cara de quem encontrou um cachorrinho abandonado e, como, no meu caso, a EM não aparece, a criatura ainda diz: mas não parece, e tu tem uma vida normal?
Isso me incomoda um pouco.
Não, falar sobre a EM não. E que fique claro, nem todo mundo reage assim. Aliás, as pessoas mais jovens costumam reagir melhor a isso. Bom, mas o que me incomoda é o rótulo: toda pessoa com alguma doença (principalmente se a doença tiver um nome com esclerose no meio) tem que ser meio coitadinha.
Pior, além de ser meio coitadinha, seria bom se mancasse um pouco. Já até ouvi comentários do tipo: mas tu nem manca nem nada né?
Não sei se respondo ou mando tomar no c...
Até parece que toda pimenta tem que ser ardida.
Desculpa a sinceridade. Mas é isso mesmo. Não gosto de rótulos de nada. Não sou produto pra alguém ler e esperar alguma coisa de mim. Afinal, é pra isso que serve rótulo: para dizer do que o produto é feito, quais suas características, e mais ou menos, o que você pode esperar dele.
A grande maioria das pessoas espera que a pessoa com alguma doença ou com deficiência seja dócil, coitadinha e contida. Sinto que acabo decepcionando um pouco essas criaturas. Ainda bem né...
Aí você pode perguntar: tá Bruna, mas o que tu espera das pessoas?
Não sei exatamente. Porque é lógico que ninguém vai ficar feliz e te dar os parabéns por ter EM. Ter uma reação do tipo: que coisa não?!, é normal. Mas a maioria das pessoas permanece por anos te tratando como coitadinho. Porque? Porque colocou esse rótulo em você.
E isso acontece com tudo, não só com quem tem algum perrengue físico.
Se você é mulher, tem que agir assim; se é publicitário, tem que ser assado; se faz mestrado, tem que fazer as coisas de tal forma; se tem cabelo curto, é de tal jeito... e a lista segue. Te rotulam até pelo bicho de estimação que você tem: porque dono de cachorro é de um jeito e de gato é de outro... ou vocês nunca viram disso?
Sabe do que mais... acho que as pessoas perdem muito ao rotularem, ao enquadrarem. Não só porque deixam de conhecer pessoas legais, a quem rotulam. Mas porque às vezes, rotulamos a nós mesmos.
Cuidem-se! As pessoas sempre vão tentar te enquadrar em alguma coisa. É assim que fazemos um "desenho" de quem é a pessoa. Isso é normal e natural. Às vezes a moldura serve. Mas quando ela não serve e, mesmo assim você age daquela forma, porque é o que esperam de você, aí a coisa fica feia.
Agir assim pode parecer mais fácil. Ficar numa zona de conforto em que tudo parece estar certo. Mas deve ser difícil viver dentro dum quadradinho, que o mundo te mostrou e você ficou ali dentro, porque era fácil agir do jeito que o mundo esperava, e, de repente, você colocar o nariz pra fora e ver que você é muito maior do que isso que você se convenceu que é. Pode causar um choque (positivo ou negativo).
Sair do quadrado nem sempre é fácil. Pode causar algum desconforto no início (eque fique bem claro: não estou defendendo aqui comportamentos destrutivos ou anti-sociais).
Efetivamente, somos vários, dentro de um só: sou esclerosada, mulher, publicitária, mestranda, de cabelo curto (deixando crescer novamente) e dona de gato. Mas isso não quer dizer nada sobre como eu sou ou como eu levo a minha vida.
Conhecer essas várias facetas de nossa personalidade torna as escolhas mais fáceis e seguras. E vocês sabem, a vida é feita de escolhas. Conhecer seus vários "rótulos" ajuda a manter um equilíbrio, para que não façamos apenas o que esperam de nós, esquecendo nossos gostos, preferências, jeitos, vontades, sonhos...
Isso pode decepcionar os outros, e pode até ferir alguém. Mas, se for alguém realmente importante, vai entender, cedo ou tarde o que suas ações significam pra você. E, se o que você estiver fazendo for realmente o mais importante pra você, dificilmente terá arrependimentos e mágoas.
Eu não sou grande coisa pra dar conselho pra ninguém, mas, se eu puder deixar um conselho, não será: seja você mesmo (porque nem sempre sabemos exatamente quem somos, ou de quem, de dentro de nós, estamos falando); mas: tente fazer aquilo que você acha certo, que vai te deixar mais feliz, e não somente aquilo que esperam de você. Saia da zona de conforto!
Nem sempre o que esperam de nós é o que vai nos colocar um sorriso no rosto (tanto a curto quanto a longo prazo).

Até mais!
Bjs

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Consciente sem medo

Oi queridos, tudo bem?
Dia de efervescência intelectual... estou participando de um congresso que já me fez ter muitas ideias legais pra pesquisa e pra vida.
Falando em ideias pra vida, há alguns dias tô com uma ideia na cachola: que temos que encarar a realidade.
Deixando a discussão filosófica sobre o que é realidade de lado, acredito que as pessoas não estão querendo encarar a realidade em que vivem.
Poucos são os amigos, conhecidos, etc., que tem consciência sobre o que está acontecendo em suas vidas. Mesmo que as reações sejam inconscientes e emocionais, é necessário olhar nos olhos da realidade e ter consciência de que ela está ali.
Não adianta negar.
Se os meteorologistas preveem uma tsunami na minha cidade e eu fechar os olhos para essa realidade, além de perder minha casa, posso perder minha vida. Às vezes a realidade é difícil, precisa de ações de emergência e outras a longo prazo, mas sempre é melhor estar preparado para quando a água chegar.
Na vida é assim. Não adianta negar, dizer que não tem EM, depois do diagnóstico. Negar, só vai causar mais sofrimento na hora que um surto chegar e as "medidas mais drásticas" (pulsoterapia) tenham de ser tomadas. Certo, você pode ficar triste, mas terá consciência sobre o que está acontecendo, ou do que aconteceria.
Talvez a realidade não seja muito bonita em todos os momentos. Mas não podemos negá-la. Porque uma hora ela vai bater à nossa porta. E ela pode ser linda também. Você só não enxerga porque está de olhos fechados pra ela.
Eu vejo que as pessoas estão com tanto medo da realidade e, principalmente de novas realidades, de mudanças, que às vezes, acabam por perder momentos ótimos, grandes alegrias e felizes relacionamentos.

E é por medo que as pessoas adiam as coisas, adiam tratamentos, adiam viagens, adiam o grande amor... Adiam pelo medo do fracasso, da dor e da  rejeição. Mas a verdade é que, com o tempo, a dor de nãoter feito nada, fica pior do que o medo de agir.
A escolha é sua: você pode passar a vida construindo barreiras e fronteiras, ou pode viver ultrapassando essas mesmas barreiras. Há algumas mais perigosas para serem cruzadas. Mas, se você estiver disposto a se arriscar, a vista do outro lado pode ser espetacular.
Resumindo: as coisas acontecem nas nossas vidas não por acaso, e depende de nós como vamos encarar essa realidade. A forma como encararmos (e isso vale pra doença, namoro, amizade, vida) essa realidade vai ter um resultado logo ali à frente. Se não fizermos nada, é possível encontrarmos nada também. Se montarmos um caminho com consciência do que estamos fazendo (mesmo sem ter a certeza absoluta sobre o que sentimos), é possível que nos deparemos com um outro lado espetacular.
Mas sem se arriscar um pouco, ficamos parados no mesmo lugar de conforto duma vidinha que não anda.
Sinto falta de mais pessoas querendo arriscar. Mesmo que esse "me arriscar" me quebre a cara. Acho que as pessoas estão muito cômodas em seus mundinhos fechados. Não querendo tornar esses mundos acessíveis à outros mundinhos acessíveis por aí.
Algo me diz que sem o medo, as coisas se resolveriam melhor. Sair dos formatos que nos foram dados. Sair das proibições que nós mesmos nos impomo-nos. Sair da resposta ensaiada. Fugir do "é assim porque todo mundo faz".
Já cheguei a uma fase da vida que me permite dizer sobre a minha realidade ("meu eu interior dentro de mim comigo mesmo"). Sei o que eu tenho à oferecer aqui do meu lado. Agora quero me arriscar e ver o outro lado espetacular que me espera!
Atá mais!
Bjs

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Don't stop me now

Oi meu povo, tudo bem com vocês?
Não tenho muita coisa bonita ou engraçada pra escrever hoje, mas venho contar as melhores novidades da estação:
1. Estou conseguindo caminhar muito bem sem a bengala (mesmo ela sendo charmosa, dou graças por não precisar mais dela no momento).
2. Hoje consegui subir e descer escadas (e não era rolante) sem doer os joelhos (as costas, as pernas, os pés, o fio de cabelo...) e chegando no final com fôlego.
São ou não são boas notícias?
Pode parecer pouca coisa pra quem nunca se sentiu assim, mas quem já ficou mega-malacabada e conseguiu voltar, e quem acompanha esse bando de esclerosado e vê a evolução do tratamento... ah, isso é muita coisa!
Isso quer dizer que as coisas estão "voltando ao normal".
Já não tenho pensamentos mórbidos e depressivos (ou seriam deprimentes?), aqueles que vem de brinde com a pulsoterapia...
Não é inacreditável?
Eu sei, muitos dos esclerosados não voltam totalmente ao "normal". Mas, como sempre voltei (às vezes mais rápido, às vezes mais devagar), estava meio apreensiva e muito esperançosa... mas sempre bate aquele medinho de ter que se acostumar com a ideia das dores todos os dias novamente.
Agora, só dor na bunda e nas costas, de tanto ficar sentada pra acabar meu trabalho. Mas podem deixar, logo eu volto às atividades físicas também...
Pra completar, coloquei um som aleatório aqui no computador e que música toca? Pode parecer mega brega, mas foi Don't stop me now (Queen).
Deve ser um sinal... hehehehe
Que seja eterno enquanto dure!
Até!
Bjs

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Medo do caderno preto

Oi queridos, blz?
Desculpem a ausência essa semana, é que tive que fazer o trabalho de duas semanas em dois dias.
Bueno, mas não é sobre isso que eu quero falar. Vou falar sobre algo que tem me preocupado um pouco: o caderno preto do condomínio.
Eu explico (tanto o caderno quanto meu medo).
É o seguinte. Nas últimas vezes que eu e a Raquel chegamos em casa de festas, o porteiro já tinha dado no pé. Conversando com o zelador, descobrimos que às 5:30, ele deveria estar ali. Aí o zelador disse que tínhamos que escrever a reclamação no caderno de reclamações do condomínio.
O tal caderno, que é de capa preta, tem todas as reclamações, desde 2007. E deveríamos escrever a nossa no final.
Não resistimos, e lemos todo o caderno.
Vocês não imaginam o que tem lá dentro! Sério! Vocês não imaginam!
Pra terem uma ideia, tem uma vizinha que escreve minuto a minuto o que acontece na casa da minha tia. Com direito à descrição do chinelo que cada morador usa. Divertidíssimo!
Bom, mas o que me chamou a atenção foi a história do namorado da vizinha que toma comprimidos para dormir.
Tá lá, numa página do caderno, o pedido de desculpas da vizinha, dizendo que, o namorado dela saiu NU pelo corredor de madrugada, porque ele toma comprimidos para dormir, e, naquele dia ele havia tomado uma cervejinha, o que causou esse desvio de comportamento, porque ele não sabia o que estava acontecendo.
No dia que lemos, rimos muito. Mas muuuuito. E nos perguntamos onde que estávamos pra não ver essas coisas divertidas. Mas, agora que estou tomando um remédinho pra pegar no sono, comecei a me preocupar.
Vejam só, como não estava conseguindo pegar no sono, minha neuro me deu Stilnox, um remédio que ajuda a pessoa a dormir o sono dos justos (coisa que eu não tinha há tempo). Só que agora,  no invernão, nesse frio desgraçado que faz aqui, tenho tomado um vinhozinho na janta. Porque esquenta o corpo e porque é bom pacas.
Depois dessa história, lemos a bula do remédio... e pelo que tá escrito lá, tudo é possível.
Ou seja, eu tomo o vinho, passo a chave nas três trancas da porta, e quando lembro, escondo a chave.
Já imaginou? Além do frio que eu iria passar andando nua pelo corredor, seria um tanto quanto constrangedor e eu iria parar no caderno preto do condomínio com reclamações dos vizinhos e desculpas aqui de casa... hahahahahahahaha
Até mais!
Bjs

Em tempo: esse vinho tá bom!

domingo, 5 de junho de 2011

Esperança com células-tronco

Oi queridos, tudo bem?
Ontem li na Zero Hora uma notícia que me deixou bem feliz, e hoje minha amiga Paula me passou o link pra eu poder copiar pra vocês: "Médicos conseguem estabilizar esclerose múltipla com uso de Células-tronco"
http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/bem-estar/19,0,3336227,Medicos-conseguem-estabilizar-esclerose-multipla-com-uso-de-celulas-tronco.html
Uhuuuuuuu!!!!
Viu... a esperança e a luta continuam!
Deem uma lida na reportagem e fiquem felizes como eu!
Até mais!
Bjs


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Saúde não é piada

Oi gentes, blz?
Liguei meu computador pra tentar acabar meu relatório de qualificação do mestrado e resolvi, antes de começar a estudar, dar uma olhada nas redes sociais.
Tive uma surpresa tão desagradável que tive que vir escrever no blog.
Eu sei que twitter é um lugar em que as pessoas escrevem as coisas meio que sem pensar, no calor da hora e blablabla. Mas as pessoas brincam com coisa séria.
Assim como eu, vários colegas estão com a corda no pescoço, tendo que entregar seus textos pra ontem. Mas aí um colega escrever no twitter que tá pensando em ficar doente no dia da qualificação e achar que isso é uma piada engraçada, é demais pro meu bom humor.
Eu fiquei doente sem ter opção. Eu tive que parar de trabalhar por duas semanas e tá tudo atrasado porque eu não tive escolha.
Mas brincar que vai ficar doente é algo muito sério. Será que pessoas saudáveis perdem o bom senso porque não sabem o que é ficar doente de verdade?
Crianças queridas da tia Bruna, não brinquem com saúde. Saúde é coisa séria. Dizer que vai ficar doente pra fugir de responsabilidade é algo que se faz quando se tem 10 anos e quer faltar aula e não se tem consciência nenhuma do que é estar ou ficar ou ser doente.
Já sei: ah Bruna, que falta de humor... que chatice, era só uma brincadeira... não tinha a intenção de blablabla...
De boa intenção o inferno tá cheio. E saúde pra mim é coisa séria sim. E eu realmente acho que as pessoas deviam pensar melhor antes de dizer uma barbaridade dessas.
Fazer piada com ficar doente não tem graça.
E mais, sobre essa história de dizer que quer ficar doente, só digo uma coisa: cuidado com o que tu pedes!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quem tá na chuva...

Oi queridos, tudo bem?
Eu estou cada dia melhor. Mas ainda demora um tempo pra voltar ao "normal". Aliás, nunca sei o que é o normal.
Até uns anos atrás, o normal para mim era ter uma dificuldade tremenda para caminhar e ter dores todos os dias. Aí, isso passou, e o normal passou a ser caminhar sem bengala, subir e descer escadas e fazer um mooonte de coisas que há anos não fazia.
Aí, veio esse surto, que, dum dia pro outro me lembrou que o normal pode ser precisar da bengala, precisar de ajuda pra sentar e levantar, e fazer pouquíssimo esforço físico.
Não sei o que será o normal de amanhã.
Há alguns dias, um amigo, esclerosado também, me disse que não estava muito feliz, porque as coisas não estavam acontecendo como tinham que acontecer. Aí eu perguntei pra ele como é que tinham que acontecer? Quem nesse mundo sabe o que vai acontecer consigo amanhã ou depois?
A gente faz planos, a gente sonha e trabalha para realizar coisas na vida. Mas as coisas acontecem exatamente do jeito que tem que acontecer. A gente gostando disso ou não.
Temos a mania de achar que temos o controle de nossas vidas nas nossas mãos. Que podemos marcar tudo na agenda e que tudo vai acontecer do jeito programado. Aí, vem um surto que EM e faz isso virar pó. A minha EM me mostra todos os dias que eu não tenho controle sobre a minha vida. Eu tenho controle sobre como vou agir e reagir aos acontecimentos, mas controle mesmo, não tenho nem do meu corpo, que dirá do resto da vida.
Isso pode ser bom e pode ser ruim. Eu prefiro pensar que é bom. Mesmo ficando agoniada com a dependência que a EM me traz. Mesmo passando uma trabalheira pra voltar ao ritmo normal da vida. Prefiro pensar que a EM me lembra o quanto somos frágeis, e assim, o quanto temos que aproveitar tudo, mas tudo de bom que temos, somos e fazemos.
E ter essa noção de que não somos "super-homens" é bom também. Deve ser muito, mas muito mais difícil pras pessoas que se acham acima de tudo e de todos, passar por uma adversidade qualquer.
O que mais me chateia em ter que parar com tudo pra me tratar, é que o mundo não para né. Os dias passam, os prazos chegam, as coisas acontecem, e não há nada que eu possa fazer, além de me tratar, lógico.
Diz o ditado que quem está na chuva, é pra se molhar.
Passar por imprevistos, sustos e surpresas faz parte da vida. E já que estou vivendo, quero mais é me molhar mesmo. A EM faz parte de alguns pingos dessa chuva. Mas tudo bem, porque não estou me molhando sozinha e sei que posso me divertir muito até mesmo em temporal.
Até mais!
Bjs