terça-feira, 28 de abril de 2009

No Divã - parte 1

Oi meu povo, td bem?
Ontem comentei que falaria sobre psicólogos, psiquiatras e religião né? Como são três temas que eu poderia escrever livros sobre, vou dedicar um post a cada um.
Hoje vamos conversar sobre psicólogos.
Quando se descobre uma doença sem cura, a primeira coisa que te indicam é: procure um psicólogo, vai te ajudar.
Confesso que tenho uma certa resistência à terapia. Acho estranho ir lá falar da minha vida pra uma criatura que nunca vi na vida. Mas, como eu fui experimentando de tudo (quase tudo), experimentei ir ao psicólogo.
Meu primeiro contato imediato com psicólogo foi ainda no hospital, com a psicóloga de lá mesmo, que passa pra conversar com os "coitados" que, presos em uma cama, não podem fugir. Ela começou perguntando o que era Esclerose Múltipla. Eu só olhei pra cara da tiazinha e disse rindo: tu tá brincando né?
Puxa vida, a "loca" foi atender um esclerosado e nem procurou saber o que era? Tenha dó!
Bom, não preciso dizer que não gostei né?
Mas, sou brasileira e não desisto nunca. Fui em um consultório. Sentei no sofazinho que até era confortável e ela me perguntou sobre o que eu queria falar. Daí eu pensei, se é pra falar o que tenho vontade eu junto minhas amigas num bar e resolvo meus "pobrema".
Ah, e ainda tem os psicólogos que lêem Freud, não entendem e ficam catando coisas do passado, e, lógico, culpam a mãe e o sexo por tudo.
Eu sei de gente que vai em psicólogo, adora e faz um bem danado. Eu não tive essa "sorte". Talvez porque sou muito objetiva, transparente, otimista, sei lá, mas a tal da terapia não deu certo comigo.
Bom, mas não foi de todo um tempo perdido.
Teve uma época que eu me culpava por não conseguir fazer nada, por ser dependente, por ser um "peso" para os outros. Aí, uma psicóloga falou para eu fazer uma tabela e colocasse nela diariamente: o que eu fiz, o que eu queria ter feito, o que eu gostei hoje, o que eu não gostei e o que eu poderia fazer para mudar aquilo que não gostei.
Eu comecei a fazer isso mentalmente e percebi que às vezes eu faço umas burradas mesmo e tenho que melhorar pro dia seguinte, mas tem coisas que são inevitáveis e não dependem apenas de mim.
Por isso, eu indico psicólogo pros amigos. Mesmo não tendo boas experiências, acredito que colocar os problemas pra fora, com a perspectiva de um profissional que não está envolvido emocionalmente, pode ajudar a pessoa a aceitar sua condição, independente de qual seja.
Atualmente meus psicólogos são meus dois gatos e a folha de papel com a caneta. Quando fico meio "pancada" com a vida, escrevo tudo que me vem a cabeça; xingo, brigo, choro no papel. E toda ansiedade e raiva passam.
Adoro a psicologia, adoro ler sobre psicologia (entender "gente" é massa!), no entanto, não vou à psicólogos. Quem sabe um dia né?
Até lá, continuarei seguindo o que disse Santo Agostinho, "no fim do dia, interrogo minha consciência, passo em revista o que fiz me pergunto se não faltei com o dever, se ninguém tem do que se queixar de mim. É assim que consigo me conhecer e ver o que tenho reformado em mim."

Até amanhã, com histórias de psiquiatra!
Bjs
Em tempo: Hoje é o Dia da Sogra. Um bju especial pra minha sogra Loreci!

2 comentários:

  1. Oi Bruna,já tive resistência a terapia até porque na época que fiz eram pocos e muito caro, quase um salário por sessão. então fui procurando tudo. Tinha perdido meu pai e passei maus bocados.Mas acabei indo, acompanhada de Psiquiatra,e ainda diziam que quem frequentava terapia era para louco
    Graças a Deus foi td bem, 3 anos. A terapia me ajudou sem eu saber, na minha separação., pois tenho 2 filhos. mas vc acaba indo mesmo quando não vê luz do outro lado. vc não quis, porque realmente é muito forte.Mas junto encontrei o Espiritismo, que acho foi o que mais me ajudou. bjos querida.

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  2. Oi, Bruna, caí aqui meio sem querer e estou lendo alguns posts. Sou psicóloga e, bem como você disse, pode ser que não deu sorte mesmo, seja devido aos profissionais que encontrou ou à linha teórica que eles adotavam (psicólogos podem diferir muito entre si, mas a maioria das pessoas não sabe disso).

    Acredito que talvez essa pessoa que lhe perguntou o que é esclerose múltipla podia mesmo era querer saber o que é esclerose múltipla pra você, o que significa isso na sua vida... ou seja, ela queria que você usasse suas próprias palavras para explicar. De qualquer maneira, boa sorte e parabéns pelo seu posicionamento diante da vida.

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