
Oi amigos, tudo bem?
Já estou em casa novamente. Como os dias passam rápido quando a gente tá na vida mansa né? Hehehe
Deu pra descansar bastante. Comer bastante e dormir bastante. Agora, de volta ao trabalho.
Voltando à EM, fazia tempo que não aconteciam fatos mais ou menos constrangedores em relação à EM na minha vida. Pois não é que tenho 2 histórias pra contar? Hoje vai a do cabeleireiro.
Fui eu, feliz da vida cortar as madeixas que já estavam incomodando. Detesto cabelo na nuca, pra mim isso já é comprido. Não entendo como fiquei com os cabelos compridos por tantos anos.
O cabeleireiro lavou os cabelos, cortou, ficou lindo (me achei né? hehehe) e eu fiquei ali sentada, falando de amenidades com as outras frequentadoras do salão. Não gosto muito de ir ao salão, mas até que estava divertido.
Uma das senhoras que estava cortando os cabelos levou a irmã junto, pra dar opinião. As duas estavam discutindo porque a irmã queria um corte mais glamouroso, já a senhora que estava cortando, pediu um corte mais prático, porque ela não gosta de ficar arrumando.
Nisso ela pediu minha opinião. Eu disse que também não gosto de cabelo que exige zilhões de cuidados, prefiro um que eu lave e esteja pronto. E a irmã dela: ah, mas tem que fazer uma escova, secar com secador. Você não faz isso?
E eu: eu não, quem faz pra mim é a minha mãe.
Pronto! Caiu a casa!Aí seguiu o diálogo:
Dona Coisa: Mas quantos anos você tem?
Eu: 24.
Dona Coisa: O queeeeeeee? E ainda é a mãe que seca teu cabelo? Mas que moça preguiçosa... não tem vergonha não?
Eu: é que o secador de cabelos é muito pesado e me dói os braços. Tenho muito cabelo, cabelo muito grosso...custa a secar...
Dona Coisa: Mas eu não acredito. Que feio... e blablabla
Eu tava com o sangue fervendo. A mãe só olhava de canto pra mim.
Mas já to escolada com julgamentos precipitados dos outros. Já sei a hora de "reagir". Normalmente, a primeira "defesa" é dizer: tenho esclerose múltipla dona.
Mas agora eu sei que a gente tem que deixar a pessoa aumentar a própria corda do enforcamento. Tem que deixar falar, falar, até que todos no lugar estejam prestando atenção à falta de educação da criatura. Aí, chega a hora de falar.
Foi o que eu fiz. Ela falou, falou, falou... quando parou, tava uma silêncio num salão cheio de mulheres (uma raridade). Aí eu disse: é que eu tenho esclerose múltipla, e não consigo segurar peso e fazer força por muito tempo.
Tchantchan.... momento de silêncio maior. A mulher olhou pra mim rindo: tu tá brincando né?
Eu (absurdamente séria): Claro que não! Não brincaria com uma coisa dessas!
Silêncio!
A sorte dela foi uma outra senhora falar: ih minina, mas e eu que tinha um marido que não tinha doença nenhuma e não carregava a sacola do supermercado?
Aí o clima ficou mais descontraído e a velha ficou calada.
Tá, eu sei que as pessoas não tem obrigação de saber que eu tenho EM. Mas acho que sim, as pessoas tem obrigação de não julgar sem conhecer. E principalmente, deveriam ter obrigação de ficar caladas antes de "xingar" um desconhecido em público.
Sim, fui eu a ofendida. Mas ficou feio pra quem? Quem é que vai sofrer por falar mais que a boca? Com certeza não sou eu.
As pessoas falam porque tem boca, e não cérebro, né?
Amanhã conto a história do ônibus.
Até mais!
Bjs