terça-feira, 23 de março de 2010

Inclusão Social uma pinóia!

Oi queridos, tudo bem?
Hoje aconteceu um fato que me deixou emputecida. Todo mundo fica nesse discurso de inclusão social do deficiente físico, inclusão social do deficiente mental e blablabla. Mas na hora do "vamo vê" o discurso muda um pouco.
Se tem uma coisa que minha irmã ama fazer, mas ama mesmo, de paixão, é ballet. Ela, com seu corpinho esbelto e toda delicadinha, tem postura de bailarina que se vê de longe. Desde os 9 anos que ela faz ballet clássico. Ela nunca foi pra ponta, mas pra ela não importa. O que importa é ir dançar. Ela pode não fazer todos os movimentos com perfeição, mas quem os faz?
Lá em Passo Fundo ela sempre dançou e se apresentou todos os anos com suas coleguinhas. Na academia de ballet ela se sente em casa.
Pois bem, antes de virmos para cá, eu e a mãe fomos numa escola de ballet aqui perto da casa da minha tia, o Ballet Redenção. Falamos que ela tinha deficiência mental e tal e a dona disse que não teria problema, ela poderia ir.
Antes de levarmos ela hoje na aula, fomos mais uma vez perguntar se dava. Segundo a dona, podia ir fazer a aula experimental.
Ela nem dormiu direito a noite, esperando a aula de hoje. E fez a aula e gostou muito.
A nossa sorte é que ela não entende muito bem a rejeição das pessoas.
Sutilmente, a dona do Ballet Redenção disse que ela não se adequava àquela escola, que ela não seria feliz ali e deu o endereço de outra escola pra minha mãe, que não é de ballet, já que ela não tem equilíbrio pra dançar um ballet perfeito.
Ah, faça-me o favor! Tenha dó!
Quem não seria feliz ali era a própria mulher (que infelizmente não sei o nome pra divulgar), ignorante, que não entende as diferenças desse mundo. E mais, o que deixa minha irmã feliz é o ballet. O clássico. Não outras danças.
Duvido que qualquer outra menina daquela turma ame tanto o ballet, ou saiba tanto de música clássica quanto a minha irmã. A tal senhora também disse que era necessário muita disciplina pra dançar ballet. Como se disciplina fosse algo que uma pessoa com deficiência mental não pudesse ter. O que esse tal ser humano não entendeu é que a minha irmã tem disciplina, educação e amor por tudo o que faz.
O que me dá medo é que um ser desses está participando do processo de educação de muitas crianças.
Claro que ela não disse que a Renata não poderia ir na primeira vez. Deve morrer de medo de um processo judicial por discriminação. Mas continua sendo uma ignorante preconceituosa.
É aquela velha história: você pode trazer ela, mas seria melhor pra ela ir em tal lugar.
Seria melhor pra quem mesmo?
Isso me entristece. E só não coloco na justiça porque felizmente, minha irmã guarda pra ela somente a experiência de ter dançado hoje, e não de ter sido rejeitada por uma pessoa que não merece nem o meu respeito.
Eu ia fazer pilates na mesma escola. Mas desisti né. Vai que a professora me bate com uma varinha só porque não fiz o movimento completo...
Minha mãe disse pra não falar o nome da academia aqui. Mas faço questão de falar e repetir que é o Ballet Redenção, que fica na avenida José Bonifácio, 167, bem em frente ao Parque Farroupilha (a redenção) em Porto Alegre-RS. É bom as pessoas saberem quais são os estabelecimentos no Brasil que devem ser rejeitados, da mesma forma que eles rejeitam as pessoas só porque são diferentes (graças a deus). E também, porque não estou contando nenhuma mentira.
Até mais!
Bjs
Em tempo: não por acaso, o depoimento de hoje da novela Viver a Vida foi sobre inclusão escolar. Veja aqui: http://especial.viveravida.globo.com/portal-da-superacao/
Imagem: Dina Nina

21 comentários:

  1. Pior do que gente preconceituosa é quem não tem coragem nem de assumir seus preconceitos... é brabo heim.

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  2. Sempre passo por aqui pra ler seus posts que são ótimosssss, vc. é uma guerreira, hoje diante desse seu post não podia deixar de comentar e lastimar a atitude dessa "senhora".
    Vc. fez muito bem em divulgar SIMMMM, afinal como vc. mesma diz não está falando nenhuma mentira.
    A inclusão na teoria é linda, mas na prática deixa muito a desejar.
    Espero que logo encontrem um local que mereça receber sua irmã.

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  3. Nossa, sem comentários... Bom, procura outra escola e bola pra frente. Tomara que um dia, essa dona poderosa sinta a rejeição na pele...
    Falta de disciplina... aham, sei... preconceito mudou de nome agora...
    Beijos

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  4. Disse tudo Maira...um lugar que mereça minha mana. Porque gente assim não merece conviver com alguém especial mesmo.
    Sabe né Lak...preconceito é uma palavra muita feia... mas algo equivalente é permitido...heheh
    Bjs

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  5. Acho que você fez muito bem em divulgar o nome da escola Bruna! É uma forma de chamar a atenção pra o problema. Vamos em frente que a luta continua!

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  6. Estou triste por ler isso, muito ruim!
    Mas com certeza, logo vcs vão encontrar o lugar certo pra ela, e pra vc tb, continue firme o pilates ok!
    Bjao pra todos ae!

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  7. Aii que raiva que fico quando leio relatos sobre esse tipo de comportamento de pessoas ''LIXO''.
    GrrrrrrrrrrrrrrrrrLLLLLLLLLLLLL.....

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  8. Olá Bruna! Sei perfeitamente o que vc está dizendo, tive uma experiência parecida com o pepartamento de dança da UFPR, o diretor simplesmente me disse que ali era lugar de pessoas sadias, quer mais. Raquel.

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  9. Puxa Bruna, vim parar no teu blog sem querer mas adorei teu depoimento! Fiquei apenas muito triste porque dancei boa parte da minha infância nessa escola e sempre tive ótimas referências de lá! O nome da proprietária e professora/diretora é Isabel Beltrão e espero realmente que não tenha sido ela a tratar a Renata tão mal, pois tenho muito carinho por essa grande bailarina!

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  10. Seja bem vinda Christine. É realmente triste quando uma coisa assim acontece. A gente nunca conhece as pessoas realmente né?
    Mas que nada, agora a mana ta feliz da vida na escola de dança dela. Ainda não fui lá conhecer, por isso não escrevi nada. Mas logo logo faço um post sobre a nova escola de dança que a mana tá indo.
    Bjs

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  11. Estou realmente chocada...dancei ballet durante 15 anos e não sei o que dizer depois deste post. Acho que é muito justo tu divulgares o que ocorreu aqui.
    Espero que tua mana encontre uma nova escola logo!!!

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  12. Pois é Maria Laura, é de se chocar mesmo! Agora já conseguimos outra escola, ela está na Cadica. Lá eles aceitam as pessoas e suas diversidades, seja ela uma deficiencia, idade, cor, etc. Bjs

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  13. Olá Bruna!
    Acabei parando no seu blog sem querer (sou uma amante do ballet).
    Fiquei chocada com a atitude do Ballet Redenção. Sei como deve ser o amor da sua irma pela dança,e acho lastimável a atitude desta escola. Achei muito legal você ter colocado o nome desta escola, para as pessoas saberem o tipo de valores que esta instituição prega..
    Além de ballet,faço patinação aqui em Novo Hamburgo e a escola possui 2 alunos com síndrome de down!É uma menina e um menino! A moça patina na escola a um tempão e adoraa!!Nao é a mesma deficiencia que sua irma, mas compartilho essa informação contigo para mantermos a esperança de que algumas escolas ainda acreditam na integração social de todas as pessoas!

    Com carinho,

    Bruna K. NH

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  14. Um pouco complicado. Estudo ballet nessa escola, passo boa parte do meu tempo dentro da sala de dança, convivo com a professora fazem alguns anos já e ela sempre tratou a todos muito bem!
    Eu nao sei o que falar da sua declaração, nao acredito que ela tenha feito isso por mal, ou porque é preconceituosa.
    Lamentável isso...

    Eu realmente espero que sua irmã seja muito feliz na Cadica.

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  15. Como disse o Andre.. também estudo ballet nessa escola, fiz aula por vários anos.. e a professora sempre trata muito bem a todos, não acho que ela tenha feito isso por preconceito ou algo do tipo.

    Espero que sua irmãzinha esteja feliz! (:

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  16. André e Ana, qual é a deficiência que vcs tem mesmo?
    Pois é...preconceito às vezes só se conhece quando se sente na pele. E as pessoas só mostram as garrinhas quando aparecem as oportunidades.
    Sim, ela fez por preconceito e ignorância!
    Tratar bem o "todos" que as pessoas chamam de normal, é fácil...
    Espero que nunca passem por tão situação.
    Realmente, é lamentável!
    Ainda bem que nem todo mundo é assim... tem gente que aceita que é ignorante e tenta aprender... e tem gente que vive na ignorância, desenvolve preconceitos e acaba fazendo isso, achando que não tá fazendo mal algum...

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  17. oi, entao descobri seu blog a poucos dias quando eu estava pesquisando sobre a dança para pessoas com deficiencia e acabei me interessando por sua historia e principalmente pela historia da sua irma, muito triste e muito chato isso que aconteceu com ela, dela ser rejeitada por causa da deficiencia dela.
    penso que vo6 deveriam sim ter processado a escola por danos morais, e tbm pelo artigo 8º da lei 7853, que dah prisao de 1 a 4 anos para a pessoa que sem justa causa impedir a pessoa com deficiencia de fazer parte de um curso seja publico ou privado ou ter aulas dos mais vaariados tipos por conta de sua deficienci.
    esse é um direito da sua irmã e da sua familia de garantir a cidadania dela.
    fico estremamente revoltada com isso com essa exclusao que a sociedade faz ...
    espero que um dia isso tudo mude e qualquer pessoa possa se expressar por meio das coisas que gosta tipo a sua irmã que ama o ballet classico

    vou continuar lendo seu blog me identifiquei com a forma que vc escreve e como vc vive cada dia .
    boa sorte

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    1. Oi Lucy, obrigado pelo esclarecimento legal. Sabe que a gente fica tão atrapalhada com essas situações que acaba não denunciando. Mas é isso mesmo, não dá pra ficar quieto. É uma luta diária. Obrigado!
      Bjs

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  18. Pois é éla é tão ezibita e tão ruim, que poriso que o ballet esta as moscas kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk otarios

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  19. O nome desta infeliz professora é Isabel Beltrão. Pessoa muito difícil cujo temperamento é conhecido e criticado no meio artístico.

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