Estou descobrindo um novo mundo. Novos lugares, novas pessoas, novas amizades, novas experiências. E está sendo muito bom. E esse novo mundo está me dando muitas histórias pra contar.
Hoje vou contar um pequeno fato que me fez ficar viajando nas idéias (permitam-me "viajar" em público com vocês).
Como vocês já sabem, adoro O Pequeno Príncipe e, no final do ano passado, ganhei a agenda 2010 do Pequeno Príncipe. Como sou (ou tento ser) organizada, ando com a agenda pra cima e pra baixo.
Pois bem, numa aula, num dia desses, após todos os alunos se arrumarem em suas mesas, começaram a tirar de suas bolsas e mochilas seus cadernos e agendas para anotações. Eu também. Claro, algumas pessoas, principalmente aquelas que tem agendas pretas com capa de couro, olharam com um olhar desconfiado. E eu anotando o que precisava.
Em um certo momento, o professor lançou a pergunta: mas porque nós estamos aqui? o que procuramos afinal? Procuramos explicações de porque as coisas acontecem e, porque elas acontecem do jeito que acontecem?
Por acaso (apesar de não acreditar que o acaso existe), quando virei a página da agenda pra continuar escrevendo, me deparei com a seguinte frase de Saint Exupéry:
"As pessoas grandes precisam sempre de explicações."
Parece que me tornei um pouco pessoa grande, tentando achar explicações pra alguns fenômenos. Entretanto, continuo brincando de viver sem precisar de explicações exatas de porque algumas coisas acontecem comigo e não com os outros; e porque algumas coisas acontecem com os outros e não comigo.
Deve ser por isso que sou uma gente grande que usa agenda de criança.
Na verdade, queremos explicações sempre. Desde pequenos. Mas quando crianças, nos contentamos com respostas curtas, simples mas que, de alguma forma explicam o que queríamos saber. Os próprios psicólogos dizem: quando uma criança te faz uma pergunta, responda apenas aquilo que ela perguntou, ela precisa apenas dessa explicação nesse momento.
E a gente vai crescendo e as perguntas aumentando. Por um lado é bom. Pessoas curiosas costumam ser mais produtivas e criativas. Mas também pode causar ansiedade quando as respostas não estão ainda prontas.
Isso acontece muito com quem tem diagnóstico de EM. Você descobre que tem uma doença e quando pergunta ao médico, à deus, ao mundo o porquê, ninguém sabe responder ao certo.
Eu já desisti de me perguntar o porquê de as coisas acontecerem na minha vida. Acho que tudo tem um propósito, ainda que eu não saiba qual é.
Sobre a EM, acho que nunca perguntei "porque eu?". Mas cansei de me perguntar porque as pessoas não entendem?; porque não querem entender?; porque as pessoas não ajudam umas às outras?; porque tem gente que gosta de dificultar as coisas?; e assim vai...
A gente até pode se perguntar o porquê da doença. Mas, se nos perguntamos todo dia o porque de termos ela, ficamos loucos e/ou deprimidos. Por isso que deixo esse questionamento e a busca dessa explicação para os médicos e pesquisadores da área.
Mas uma pergunta que me faço sempre é: porque eu não poderia fazer isso?
Daí, vou lá e faço. Porque quem decide até onde podemos ir somos nós. Quem decide o que podemos fazer somos nós. E não uma doencinha xaropenta.
Até mais!
Bjs
P.S.: enquanto escrevia o post fiquei com uma música na cabeça: Oito Anos, da Paula Toller. Quem quiser curtir: http://www.youtube.com/watch?v=i1bqEU5MtIY
Nossa, que post lindo Bruna!
ResponderExcluirEu tb adoro o Pequeno Príncipe... Que sabedoria do Saint Exupery, fala a verdade? Tantas questões profundas da vida que ele aborda assim, com tanta delicadeza e profundidade.. A última vez que li ainda era meio criança, (oito anos, rs) deu até vontade de ler de novo... E essa música é sensacional, estou amando o seu cantinho! Olha q assim viro freguesa, hein?
Beijos!
Tb a-do-ro! Vale a pena ler de novo!
ResponderExcluirEspero que o blog esteja sempre com "produtos" à altura dos fregueses!
Bjs