segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pequenas alegrias

Oi gentes, blz?
Acabei não escrevendo sábado. Depois de 8 horas de ônibus na sexta, cheguei em casa chorando de dor nas pernas. Santo Ibuprofeno que me ajuda a passar as dores. Daí, sábado fiquei em concentração pra passar a dor e conseguir ir numa formatura à noite.
Hoje já estou bem melhor. De 1 a 5, a dor tá na fase 2. O que pra mim é lucro.
Daí você deve pensar: mas ainda está doendo, como pode estar bem?
Bom, estou bem porque sei que podia estar pior.
Há alguns dias me perguntaram como que eu consegui passar por tudo que passei nos últimos anos, saber que vou passar por muitas outras emoções que a EM pode trazer, e ainda assim sorrir.
Pois é. Acho que um grande problema de quem fica capenga, como eu já fiquei e fico de vez em quando, é que a maioria das pessoas quer um resultado imediato pruma coisa que só tem solução a longo prazo.
É que nem ficar rico. A não ser que você ganhe na loteria, você só ficará rico se trabalhar muito por um bom tempo.
Quando eu estava sem conseguir comer sozinha, porque a colher tinha peso de chumbo pra mim, é lógico que eu sonhava com o dia em que eu voltaria a caminhar e me virar sozinha. Mas não é porque meu sonho era maior que eu não fiquei feliz, comemorei e valorizei a pequena conquista de comer sozinha.
Me parece que a maioria das pessoas acaba não vendo a evolução da sua melhora porque só pensa no dia em que tudo ficará perfeito de novo.
De vez em quando vejo minha mãe voltar do trabalho e dizer: tal pessoa teve uma evolução enorme no tratamento, mas não vê essa evolução e está infeliz porque quer voltar a ser como era antes.
Aí, quando chega o dia que ela se dá conta de que nada voltará a ser como era antes, ela se torna uma pessoa infeliz, porque não vê o que tem de bom na vida dela agora.
Sim gente, nada voltará a ser como era antes do diagnóstico. Mas se eu me prender a idéia de como era bom fazer o que eu fazia, a vida vai passar por mim e eu serei uma eterna infeliz.
Por isso tudo, comemoro um dia com dor nível 2. Por isso comemoro cada exercício novo que consigo fazer na aula de Pilates. Por isso fico feliz com tantas coisas que passam despercebido pra maioria das pessoas.
Certa vez resolvi dar uma moeda pruma estátua viva (é assim que se chama os tiozinhos que se vestem de estátua né?), e recebi em troca um papel com uma frase que deixei na minha carteira, pra não esquecer nunca essa lição:
"Não despreze as pequenas alegrias da vida enquanto estiver buscando as grandes".
Até amanhã!
Bjs

2 comentários:

  1. Conselho sábio esse que você recebeu!
    Concordo. Com o IC eu tenho vibrado com pequenas conquistas - relato sobre elas no blog sempre - e, mesmo assim, as pessoas estão sempre perguntando se eu já ouço música bem, se eu já falo no telefone.
    As vezes, me bate uma p*** vontade de mandar a pessoa ler e se informar sobre deficiencia auditiva, pra ver se entende que não basta ligar o IC pra ter uma audição de ouvinte normal. Deficiencia é deficiencia, tem limites e nunca é igual ao natural.
    A gente tem mais é que se deliciar com as pequenas conquistas, porque quando elas somem tb, só a gente sabe a dificuldade de viver sem essa "bobagenzinha".
    Beijinhos

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  2. Pois é Lak, eu não espero mais que as pessoas entendam nossas bobagenzinhas mesmo. Eu curto o máximo que posso. Estou adorando ler todas as tuas pequenas felicidades no blog. Não perco um texto.
    Bjs

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