Oi gentes, blz? Todo mundo descansadinho nesse feriadão?
Eu tô a-ca-ba-da depois do show do Pearl Jam na sexta. A área PNE estava tudo de bom (valeu Vini, Raquel e Farlon pela companhia).
Bom, como prometido, vou contar o que aconteceu no encontro EM - Verão e Fadiga. Que fique claro que meu relato aqui tem minhas impressões pessoais também, porque é lógico que eu não consigo ficar mais que dois minutos sem fazer um comentário sobre qualquer coisa.
Antes de tudo, bendito seja o ar condicionado da sala em que nós estávamos. Porque naquele calor horroroso que fazia quarta-feira, não dava pra sobreviver sem um ar condicionado. Sei de muita gente que não foi por conta do calorão. E, como ouvimos lá, para quem tem EM, isso não é desculpa esfarrapada, é motivo legítimo.
A primeira pessoa a falar sobre o tema foi a minha queridíssima neurologista (que segundo minha mãe, é um anjo que caiu do céu, porque, pra me aguentar... hehehe) dra. Maria Cecília de Vecino. Quem a conheceu lá, entendeu porque eu adoro ela né?
Primeiramente, a Dra. Maria Cecilia comentou que o diagnóstico de EM continua sendo um desafio para a medicina. Mas desafio maior do que o diagnóstico é trabalhar para que as pessoas que tem EM tenham maior qualidade de vida.
Até não muito tempo atrás, ter EM era um negócio mais difícil. Os primeiros interferons chegaram ao mercado em 1993. Então, tratamento específico para EM, não faz 20 anos que existe. Mas, tendo o tratamento disponível (hoje em dia tem mais medicações, além dos interferons), o desafio é fazer com que a pessoa que tem EM viva bem.
É preciso então fazer o diagnóstico direitinho, escolher o tratamento mais adequado para cada um e tratar de viver bem.
Para a minha neuro, é importante agora trabalharmos com as coisas, situações, etc., que atrapalham a vida da pessoa com EM, que diminuem a capacidade físico e, por consequência, a autonomia da criaturinha.
Dentre essas coisas que nos atrapalham, a fadiga é o que atinge o maior número de pessoas com EM: 100%.
Ela não atrapalha a vida de todos da mesma forma. Alguns sentem mais, outros menos, mas o importante é saber que todos temos essa coisinha. Segundo pesquisas, ela afeta de forma significativa entre 20% e 75% das pessoas com EM. É muita gente, não acham?
A fadiga é consequência direta do Sistema Nervoso Central, que, no nosso caso, está lesionado. Sendo assim, ela não é depressão, nem emocional, nem fraqueza, nem cansaço e não está ligada a severidade da doença. Ou seja, não é frescura nossa, nem invencionice da nossa cabeça, nem preguiça, nem depressão. Mas, penso que se a gente se atirar nas cordas e entrar numa depressão, é possível que a fadiga piore, porque tudo piora quando se está com depressão.
A fadiga acontece na célula mesmo. Pelo que eu entendi, as células apresentam uma diferença no substrato anatômico (forma) que causam a fadiga. Essa parte mais científica da coisa eu preciso pesquisar melhor ;-)
A fadiga é mais encontrada nas pessoas que tem EDSS (escala de incapacidade... vou procurar mais informações pra colocar aqui) elevada. E também é mais encontrada em quem tem EM secundariamente progressiva (existe EM do tipo surto-remissão; secundariamente progressiva e primariamente progressiva... também escreverei em breve diferenciando uma da outra).
Ainda, a fadiga pode ser crônica e severa. E também piora (muito eu diria) com atividade física, stress, calor e conforme vai acabando o dia (é que nem video game, a gente começa o dia cheio de vidinhas e termina quase sem).
Com tudo isso dito, fica óbvio que o impacto que a fadiga traz pra quem tem EM não é pequeno não. Ela afeta o comportamento (porque ninguém com fadiga fica com bom humor), afeta a socialização, as relações pessoais, o trabalho e por consequência, tem impacto funcional no que diz à competências legais e financeiras.
Mas e aí? Não tem o que fazer?
Tem sim, claro que tem. Século 21 e não vai ter o que fazer? Nem pensar!
Primeiro, existem os tratamentos farmacológicos. Não, não existe nenhum remédio que tenha escrito na bula: para fadiga da EM. São remédios que tem como finalidade curar outras coisas, mas que, descobriu-se que faz bem pra fadiga. Sim, eu anotei o nome de todos os remédios. E vou colocar os nomes aqui no blog com um pouco de receio, porque eu sei que tem gente que adora se automedicar. Então, que fique claro: não é pra tomar remédio nenhum, mas nenhum mesmo (mesmo, mesmo) sem a indicação do seu médico (entenderam né? não quero ninguém dizendo que se matou com um remédio porque a Bruna disse que podia fazer bem). Segue a listinha: amantadina, metilfenidato, pemoline, selegilina, nortriptilina, fluoxetina, sertralina, modafinil.
Todos esses remédios podem ajudar a diminuir os sintomas de fadiga. Além disso, fazer um tratamento correto pra EM (como com interferons ou natalizumabe), ajuda para uma melhora dos sintomas de fadiga também.
Porque, obviamente, se a pessoa apresenta melhoras no tratamento da EM, vai apresentar melhora na fadiga também. Então, tratar a EM é tratar a fadiga também.
Então, o que a gente, povo esclerosado desse mundo, tem que fazer, é chegar pro médico e contar tudo tudo tudo que sente no dia a dia. Parece bobagem e alugação (sim, eu alugo a dra. Maria Cecilia até não poder mais... hehehe), mas é importante. Porque só assim a médica vai saber se minha fadiga tá maior ou menor, como eu sinto, porque eu sinto, o que provoca, etc. E só se eu falar pra ela que eu tenho fadiga é que ela vai poder me dar um tratamento. E não aceitem a resposta: não tem o que fazer... Sempre tem o que fazer.
Eu comecei a entender melhor como a fadiga funciona no meu corpo depois de fazer um diário. Deve fazer uns 8 anos já, eu fiz durante um tempo um diário. Aí ficou fácil saber com o que eu piorava, com o que eu melhorava. Talvez seja uma boa ideia. Hoje em dia eu não anoto mais porque o corpo avisa... hehehehe.
Então, algumas dicas básicas do que precisamos fazer:
1. Descanso
2. Sono adequado
3. Treinamento físico
4. Manejo de alterações urinárias
5. Manejo da depressão e stress do surto
As três primeiras coisas parecem bem simples né? Mas quem é que faz como a tia Bruna e para de hora em hora pra descansar? Siiiim, porque a cada hora de trabalho, são 10 minutos de descanso. Olhando TV, olhando pra parede, sei lá, mas tem que dar esse tempinho pro corpo. Dormir bem não é segredo pra ninguém que melhora a saúde né? Mas quem se preocupa com o soninho aí? E treinamento físico. É meu povo, treinamento físico sim senhores!
Isso não quer dizer que precisa malhar em academia, puxar ferro e ficar alucinado dançando em aula de jump (eu fico doente só de olhar). Mas fazer exercícios físicos conforme seus limites. Como disse a dra. Maria Cecilia, não vai procurar o João das Couve pra fazer fisioterapia e treinamento físico né? Tem que achar um bom profissional, que entenda o que é EM e o que deve fazer com cada paciente.
Ter EM não é sinônimo de ser sedentário. Eu sei que parece impossível algumas vezes (eu já pensei assim). Mas ser sedentário com EM é pior do que ser sedentário sem EM. Porque a criatura que não tem nenhuma doença e é sedentário, vai, muito provavelmente, ficar gordinho e ter algum problema cardíaco no futuro. Pra gente, que tem EM, ser sedentário é sinônimo de mais doenças associadas, é sinônimo de tombos fenomenais na rua e sinônimo de mais gasto com saúde.
Quanto melhor for nosso preparo físico, menos a gente sofre. E mais rápido se recupera do surto (isso é eu que tô dizendo por experiência própria).
Outra informação mega importante: fadiga não gera surto!!!!
A fadiga é resultante de lesão no substrato anatômico da célula. E o surto é um problema do trato imunológico.
Quanta coisa não? E olha que nem tá na metade das informações.
Decidi agora que amanhã eu escrevo sobre o que a fisioterapeuta e o educador físico falaram, ok?
Mas antes, uma coisa que eu achei super hiper mega blaster importante. Alguém perguntou pra dra. como saber se o formigamento é surto ou não?
Bueno, se o sintoma que tu sentires durar 24h (e continuar), liga na hora pro seu médico.
Mas, descobri o nome das células bandidas que causam esses formigamentos nossos de cada dia, que cada dia aparece num lugar diferente e vai e volta, e que causam também aquelas alterações na visão (sabe quando sai do foco?) que duram pouco tempo, mas que no verão dá todo santo dia (e nos dias não santos também?). O nome das bandidinhas é Astrócito. Elas tem forma de estrelinha e vivem no nosso cérebro. Só por ter forma de estrela, acham que podem... hehehehe.
Ah, e como saber a diferença entre fadiga e cansaço?
A fadiga passa rápido se você parar um pouco e descansar, e, se estiver muito quente, resfriar o corpo. Por exemplo, quando você sente que o corpo tá "pesando", para um pouco o que estiver fazendo e dá uma relaxada. É a minha paradinha de 10 minutos a cada hora. Isso faz com que a próxima hora de trabalho seja muito mais produtiva. Às vezes parar é a melhor forma de produzir mais. Qualquer hora falamos mais disso ;-)
Nossa, tô com dor no braço de digitar.
Amanhã (ou no feriado), a fala dos outros profissionais (mais sobre como fazer exercícios) e minhas impressões gerais sobre tudo.
Até mais!
Bjs
Mostrando postagens com marcador exercícios. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador exercícios. Mostrar todas as postagens
domingo, 13 de novembro de 2011
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Caminhando e cantando...

Estou me sentindo alguns quilos mais gorda depois da ceia de natal, almoço de natal, lanche de natal, janta de natal e churrasco no domingo pós-natal. Mas acho que é só uma leve impressão, afinal, as roupas servem muito bem. E daí que eu só uso vestidinhos largos no verão? Hehehe
Nem ia escrever nada hoje. Ia deixar pra escrever apenas um feliz ano novo nos próximos dias. Mas lembrei dum fato que preciso contar antes que o ano acabe.
Faz algum tempo que eu tenho feito caminhadas no parque da Redenção, que fica há 4 quadras aqui da minha casa. Quando o sol começa a baixar eu coloco minha bermuda, camiseta e tênis, junto os fones de ouvido e saio a caminhar. Já consigo caminhar por uma hora, com um intervalo de 5 minutos na metade do tempo. Pra quem não conseguia chegar à esquina de casa, é uma evolução e tanto.
Além de me sentir muito bem caminhando e utilizar esse tempo para colocar meus pensamentos em ordem, percebi outras mudanças bem visíveis. Há alguns dias, enquanto eu me depilava no banho (é óbvio que eu não me depilo com cera... de dor, basta a EM), senti que tinha algo estranho na minha panturrilha (a famosa batata da perna): ela estava durinha. Primeiro parei e pensei o que seria aquilo. Quando entendi que aquilo ali durinho era meu músculo, fiquei rindo de felicidade.
É, você aí pode ir rindo. Mas fazia anos, muitos anos que eu não tinha a musculatura durinha assim, definida. Como vocês já sabem, quem tem EM, tem a musculatura fraca, e deixar a musculatura definida é um negócio penoso. Deu pra entender porque fiquei feliz em ver meu musculinho?
Não pretendo fazer musculação ou abdominal. Até porque, já tenho o abdômen definido: defini que ele está bem assim, e assim ele vai ficar. Mas ver que meu corpo tá reagindo bem a uma atividade física, é algo que realmente me deixa alegre.
Vou entrar 2011 não apenas com um sorriso no rosto, mas com a panturrilha durinha e com a determinação de continuar caminhando com frequência. Faz bem pro meu corpo e pra minha cabeça. Se você ver uma pessoa caminhando, com fones de ouvido e cantando na Redenção, pode ser eu... às vezes esqueço que existem outras pessoas em volta e canto mesmo. Mal pra caramba, mas canto.
Até mais!
Bjs
P.S.: para os aficcionados em Friends (como eu), eu caminho como a Phoebe faz corridas, sem compasso, sem ritmo, sem se importar com quem está olhando, mas feliz da vida... hehehe
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Pular corda

Ontem fiz algo que há muito tempo não fazia. Aliás, nem sabia se conseguiria: pular corda.
Eu adorava brincar de pular corda (e elástico também).
Bom, estava lá na minha avó e meu tio estava fuçando um dos armários mágicos da vó. Lá tem vários armários com objetos de todo o tipo (acho que toda avó tem um desses). Lá ele achou duas cordas de pular. Uma era muito pequena pra minha altura. A outra era uma que eu adorava. Na ponta, onde a gente segura a corda, tem um contador de pulos. Era interessante tentar bater o próprio recorde.
Quando ele levou as cordas pro pátio onde estávamos, olhei pra ela e pensei: será que consigo?
Minha irmã pegou a corda e saiu pulando. Olhei mais uma vez e pensei, o máximo que pode acontecer é a corda prender no meu pé e eu cair no chão. Do chão eu não passo.
Consegui pular 8 vezes. Só parei porque acabou o fôlego. E porque meus braços cansaram antes que as pernas. Precisa de força pra "atirar" a corda.
Apesar de ofegante, fiquei feliz. Tenho equilíbrio e coordenação suficiente pra pular corda.
Parece pouco, eu sei. Pra maioria das pessoas é até bobo. Pra mim é a prova de que eu estou muito melhor que nos últimos anos. E estar melhor é sempre uma felicidade.
De noite sonhei que eu pulava corda. Normalmente, quando sonho que estou fazendo algo com alto nível de dificuldade, como pular corda, sempre caio, me machuco e desisto. No sonho de hoje, ao contrário dos de sempre, fiquei pulando corda no pátio da vovó, como fazia quando criança, cantando a música do Trem da Alegria (lembra aquela: de todas brincadeiras que eu gosto a melhor é pular corda...pular corda...)
Acho que isso é um sinal de que meu cérebro está mudando a sua programação. Antes ele estava condicionado a mostrar o fracasso. Parece que agora, em sonho, ele está começando a pensar no sucesso.
Até amanhã!
Bjs
Em tempo: na revista Época dessa semana tem uma reportagem sobre a gravidez de mulheres cadeirantes. Vale a pena ler.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Fui, tentei, consegui!

Segunda-feira passada fiz minha última aula de Pilates aqui em Passo Fundo. Claro que pretendo continuar lá em Porto Alegre. Mas foi com a Paula, aqui em Passo Fundo que descobri coisas interessantes com as aulas de Pilates (clique aqui para ler o post do dia em que comecei a fazer).
Há alguns meses não preciso mais da bengala (uhuuuuu!!!). E estando com o equilíbrio melhor, resolvi começar um exercício mais forte que levantamento de copo e controle remoto. Fui pro Pilates, porque já haviam me recomendado e porque eu ia fazer com uma grande amiga, que tem paciência comigo e entende essa cabeça doida.
Pois bem, foram 3 (ou seria 4?) meses que fiz Pilates uma vez por semana. Gostei muito. Não só por fazer alguma coisa e sentir que não devo mais nada pra ninguém. Porque sabe né, todo mundo pergunta: mas tu não faz nenhum exercício físico? Agora eu já tinha uma resposta satisfatória: faço sim fofa, faço Pilates...hehehe
Mas também porque percebi capacidades no meu corpo que não sabia que tinha antes. Coisas que eu pensava ser possível somente antes da EM, ou melhor, antes das piores crises de EM.
Alguns exercícios, principalmente os que exigiam mais que dois neorônios e equilíbrio, pareciam impossíveis. Quando a Paula me mostrava o que eu tinha que fazer, eu dava uma boa risada dizendo: não sei não hein...mas vou tentar. E magicamente conseguia.
Para a maioria dos mortais, abaixar a perna empurrando uma plataforma e abrir os braços ao mesmo tempo, com dois pesinhos nas mãos, é facinho facinho. Eu não sabia se me preocupava com a força da perna, a força do braço, o equilíbrio ou a respiração. Quase não acredito que fiz alguns exercícios.
Só acredito mesmo porque fui eu que fiz. E só fiz porque tentei. Se alguém me mostrasse que exercícios teria de fazer e eu achasse que não conseguiria de jeito nenhum, não teria tentado e não saberia se seria capaz.
Foram poucos os exercícios que eu tentei e disse: bah...esse não vai dar. Mas se eu não tentasse, nunca saberia.
Fico feliz por ter conseguido. Fico feliz por ter tentado. E deve ser por isso que eu não paro nunca e tenho ânsia de viver. Porque eu tento. Se não dá certo, paciência. Tento outra coisa. Mas cada coisinha mínima que eu consigo, me faz feliz. Às vezes me sinto um bebê que está começando a caminhar. Vocês já viram a cara de felicidade que a criança faz quando consegue ficar em pé? Parece uma coisa tão fácil, tão simples. Mas um dia, todos nós tivemos que tentar sair do chão pra ficar em pé. E ficamos felizes com isso.
Fico feliz por não ter perdido esse encanto infantil com as pequenas conquistas.
O Pilates vai pra lista das coisas que posso dizer que tentei e consegui. E claro, vou continuar.
Obrigado Paula por me ajudar nessa conquista! Vou sentir falta das nossas aulas.
Já tenho o próximo item da lista de tentativas: bicicleta. Passei a infância inteira andando com a minha caloi. Depois da EM não tentei mais por causa da fraqueza e falta de equilíbrio. Agora me sinto segura pra tentar. Qualquer hora pego uma bicicleta e conto aqui pra vocês no que é que deu minha experiência.
Até amanhã!
Bjs
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Malhação

Não se preocupem, não pretendo falar da novelinha adolescente da Globo que não vejo mais há anos.
Vocês sabem que não sou fã de academias e exercícios físicos. Mas sedentarismo não faz bem nem pro corpo nem pra cabeça.
Pelo Brasil todo existem academias ao ar livre, aquelas que ficam nas praças, com equipamentos permanentes e gratuitos. Isso não é novidade (apesar de não ter na minha cidade).
Mas a cidade de Caxias do Sul inovou, pensando na galera cadeirante. Não é porque as pernas não funcionam que os braços não precisam se mexer e a cabeça arejar, vendo gente bonita no parque. Além dos aparelhos pra exercícios para "pessoas normais", instalaram uma academia especial para deficientes físicos, em especial, cadeirantes.
É pouco? Sim. Mas é um começo.
Quem sabe com esse exemplo outras cidades também não façam isso né?
E melhor, tendo uma academia especial, a sociedade vai se acostumar a ver a população malacabada nas ruas. Porque, como quase nenhum lugar tem acessibilidade, a maioria das pessoas com deficiências físicas fica em casa.
Pra quem mora em Caxias, a academia fica no Parque dos Macaquinhos (que nome fofo né?), e os aparelhos estão a disposição em qualquer horário, sendo que, das 7h30min às 10h e das 15h30min às 18h, os frequentadores da academia contam com a presença e ajuda de professores de educação física e profissionais de enfermagem.
Legal né?
Ações como essa devem ser divulgadas e copiadas.
Parabéns pessoal de Caxias! Qualquer hora passo por aí.
Se você quiser ver um pouco mais sobre a academia, clique aqui e veja a matéria feita pelo Jornal do Almoço de hoje.
Até amanhã!
Bjs
P.S.: Se alguém tiver uma fotinho da academia do parque, por favor, me envie por e-mail.
Pelo Brasil todo existem academias ao ar livre, aquelas que ficam nas praças, com equipamentos permanentes e gratuitos. Isso não é novidade (apesar de não ter na minha cidade).
Mas a cidade de Caxias do Sul inovou, pensando na galera cadeirante. Não é porque as pernas não funcionam que os braços não precisam se mexer e a cabeça arejar, vendo gente bonita no parque. Além dos aparelhos pra exercícios para "pessoas normais", instalaram uma academia especial para deficientes físicos, em especial, cadeirantes.
É pouco? Sim. Mas é um começo.
Quem sabe com esse exemplo outras cidades também não façam isso né?
E melhor, tendo uma academia especial, a sociedade vai se acostumar a ver a população malacabada nas ruas. Porque, como quase nenhum lugar tem acessibilidade, a maioria das pessoas com deficiências físicas fica em casa.
Pra quem mora em Caxias, a academia fica no Parque dos Macaquinhos (que nome fofo né?), e os aparelhos estão a disposição em qualquer horário, sendo que, das 7h30min às 10h e das 15h30min às 18h, os frequentadores da academia contam com a presença e ajuda de professores de educação física e profissionais de enfermagem.
Legal né?
Ações como essa devem ser divulgadas e copiadas.
Parabéns pessoal de Caxias! Qualquer hora passo por aí.
Se você quiser ver um pouco mais sobre a academia, clique aqui e veja a matéria feita pelo Jornal do Almoço de hoje.
Até amanhã!
Bjs
P.S.: Se alguém tiver uma fotinho da academia do parque, por favor, me envie por e-mail.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Nova experiência: Pilates

Oi gentes, blz?
Estou chegando da minha primeira aula de Pilates. Sim, agora que to me sentindo melhorzinha, que não dependo mais da minha bengala (veja sobre ela aqui) e que estou conseguindo caminhar sem ficar com dores, ofegante ou "perder as pernas", resolvi fazer Pilates.
Eu ia voltar pra hidroginástica, mas era muito cedo (sim, detesto acordar cedo), dava um trabalho danado e ainda precisava de carona pra me levar.
Já o Pilates não precisa de roupa especial (dá pra ir com aquela roupinha confortável de ficar em casa...hehehe), fica a uma quadra da minha casa e é com a minha amiga Paula, que entende meus perrengues de esclerosada.
Vou contar minha primeira impressão.
Quando entrei na sala e vi aquelas mesas, cheias de coisas penduradas e talz, pensei que eram mesas de tortura medieval, só que com uma cor mais fashion. Ah, também podia ser mesa pra sadomasoquismo e tal. Mas a Paula disse pra eu não me assustar que era bom.
Acreditei né...hehehe
Primeiro aprendi a respiração e a postura do Pilates. Sim, a gente precisa aprender até a respirar direito. Não achei muuuito estranho ou difícil porque é muito parecido com a postura e respiração de dança, e como eu dancei por um bom tempo, ainda tinha isso gravado num canto empoeirado do meu cérebro. Agora só falta eu conseguir a prática novamente.
Depois, cada exercício que ela me mostrava eu pensava: Meus Jisus cristinhu, será que eu consigo fazer isso? Será que eu consigo ficar de pé numa maca, com uma perna pendurada e segurando numa barra?
Eu consegui! Consegui de verdade, sem ficar cambaleando, tonta ou insegura. Aí, cada exercício que eu conseguia fazer, me achava o máximo.
Consegui fazer uma aula inteira e sair sem dores, sem sentir fraqueza nos braços ou nas pernas. Ou seja, o resultado foi super positivo em dois aspectos. Primeiro porque me mostrou que meu corpitcho está pronto, preparado pra se mexer mais do que estava há poucos meses, ou seja, estou melhorando. E também porque perdi o medo de tentar.
Assim, eu tinha medo (não sei se a palavra certa é medo, mas por falta duma melhor, vai essa mesmo) de tentar e não dar certo. Claro, eu sei que às vezes as coisas não dão certo mesmo e que isso é normal. Mas nesse sentido, de exercícios físicos, foram tantas as vezes que eu tentei e não deu e eu fiquei mega frustrada, que não queria sentir essa frustração de novo.
Não vou passar, afinal, consegui fazer.
Agora vou fazer aula uma vez por semana, se der certo, posso fazer 2 vezes depois.
Acho que deu super certo. Me sinto feliz e capaz.
Obrigado Paula!
Até amanhã!
Bjs
Estou chegando da minha primeira aula de Pilates. Sim, agora que to me sentindo melhorzinha, que não dependo mais da minha bengala (veja sobre ela aqui) e que estou conseguindo caminhar sem ficar com dores, ofegante ou "perder as pernas", resolvi fazer Pilates.
Eu ia voltar pra hidroginástica, mas era muito cedo (sim, detesto acordar cedo), dava um trabalho danado e ainda precisava de carona pra me levar.
Já o Pilates não precisa de roupa especial (dá pra ir com aquela roupinha confortável de ficar em casa...hehehe), fica a uma quadra da minha casa e é com a minha amiga Paula, que entende meus perrengues de esclerosada.
Vou contar minha primeira impressão.
Quando entrei na sala e vi aquelas mesas, cheias de coisas penduradas e talz, pensei que eram mesas de tortura medieval, só que com uma cor mais fashion. Ah, também podia ser mesa pra sadomasoquismo e tal. Mas a Paula disse pra eu não me assustar que era bom.
Acreditei né...hehehe
Primeiro aprendi a respiração e a postura do Pilates. Sim, a gente precisa aprender até a respirar direito. Não achei muuuito estranho ou difícil porque é muito parecido com a postura e respiração de dança, e como eu dancei por um bom tempo, ainda tinha isso gravado num canto empoeirado do meu cérebro. Agora só falta eu conseguir a prática novamente.
Depois, cada exercício que ela me mostrava eu pensava: Meus Jisus cristinhu, será que eu consigo fazer isso? Será que eu consigo ficar de pé numa maca, com uma perna pendurada e segurando numa barra?
Eu consegui! Consegui de verdade, sem ficar cambaleando, tonta ou insegura. Aí, cada exercício que eu conseguia fazer, me achava o máximo.
Consegui fazer uma aula inteira e sair sem dores, sem sentir fraqueza nos braços ou nas pernas. Ou seja, o resultado foi super positivo em dois aspectos. Primeiro porque me mostrou que meu corpitcho está pronto, preparado pra se mexer mais do que estava há poucos meses, ou seja, estou melhorando. E também porque perdi o medo de tentar.
Assim, eu tinha medo (não sei se a palavra certa é medo, mas por falta duma melhor, vai essa mesmo) de tentar e não dar certo. Claro, eu sei que às vezes as coisas não dão certo mesmo e que isso é normal. Mas nesse sentido, de exercícios físicos, foram tantas as vezes que eu tentei e não deu e eu fiquei mega frustrada, que não queria sentir essa frustração de novo.
Não vou passar, afinal, consegui fazer.
Agora vou fazer aula uma vez por semana, se der certo, posso fazer 2 vezes depois.
Acho que deu super certo. Me sinto feliz e capaz.
Obrigado Paula!
Até amanhã!
Bjs
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Barata Tonta

Desde que começou o frio, parei com a hidroginástica. Uma pena, porque estava me sentindo muito bem. Mas sair da água quente para o ar gelado ia acabar me matando.
Pensei cá comigo, que não podia perder o reforço muscular ganho na piscina. Aqui em casa temos uma esteira que estava só juntando pó na sala. Resolvi que era hora de encarar ela.
Só que fazer esteira é um troço muuuuuuuito entediante. Mesmo tendo uma ótima vista aqui da sala (vejo todo o movimento da rua), 1 minuto se transforma em 10 na esteira.
Que que eu fiz? Inventei a esteira de leitura. Assim, ela é dum modelo velhinho, e só tem o "corrimão" pra se segurar e tinha um visor que não funcionava mais, que dizia quilometragem e talz. Arraquei o tal visor e com a ajuda da mãe e nosso conhecimento de marcenaria e invencionice (acho que tá no sangue,afinal, meu vô é o Professor Pardal), fizemos uma "escrivaninha" na tal esteira.
Uma maravilha. Lendo eu consigo fazer 15 minutos por dia.
Há alguns dias, antes de pegar o bus pra ir à aula de francês pensei: vou tentar ir caminhando. Eu estava meia hora adiantada mesmo, então não ia me atrasar.
Consegui chegar lá (é há umas 10 quadras aqui de casa), sem cansar as pernas. Veja bem, as pernas. Porque fiquei zonza, com a cabeça "pesada".
Um dos grandes problemas do esclerosado, é que além da falta de força nos músculos pra caminhar, a gente fica meio barata tonta no meio de muita gente.
É uma mistura de pressão baixa com labirintite. Sei lá como explicar. Mas eu perco até a noção de espaço se tem muito barulho ou muito movimento perto, de gente passando.
Até algum tempo atrás não tinha problemas com isso. Ia em baladas e ficava bem, nem um pouco tonta (quer dizer, tonta por causa das birita só). Mas agora não. Fico completamente perdida no meio da multidão.
Descobri que caminhando e escutando música fica mais fácil, porque me concentro na letra da música e não no movimento.
Já tive até pesadelos onde eu fico no meio de um monte de gente, numa rua movimentada e não consigo me mover sozinha ali. Uma sensação de que vou cair, não sei. Normalmente esses sonhos vem nos dias em que ando sozinha na rua.
O lado bom dessa minha aventura é que eu consegui chegar sem cansar. O ruim é que eu confirmei o que eu já sabia: eu sou uma barata tonta na rua.
Então, amigo esclerosado, se você se sente assim também, não se preocupe, você não é uma barata sozinha na rua. Existem outras como você, tontinhas, tontinhas, tentando chegar no seu destino.
Caminhar sozinha? Acho que só na minha esteira de leitura mesmo. Caminhando e estudando, eu vou chegar lá. Onde? Não sei exatamente. Mas sei que vou chegar.
Até amanhã!
Bjs
Em tempo: hoje fazem 25 anos que um dos maiores filósofos da atualidade morreu, o francês Michel Foucault (lê-se fucô). Para alguns um maluco, para outros um gênio. Só sei, amigos intelecetuais, que quem estuda muito Foucault, pode um dia "Se Foucault"na vida.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Vou nadar sem morrer na praia

Estou me sentindo melhor essa semana após começar a fazer exercícios na água.
Sempre fui muito ativa, meu esporte favorito era a dança. Quase um vício. Quando era pequena e gordinha achava estranho fazer ballet, pensava que ficaria parecendo uma elefantinha de titi. Mas com a dança do ventre foi diferente porque tinha gente de tudo que era idade e tamanho fazendo. Dancei por 4 anos. Infelizmente, com a evolução da minha esclerose tive de parar. Ainda danço em casa na frente do espelho, mas acompanhar o ritmo de uma aula e ter equilíbrio é mais difícil.
Assim, tive que achar outro exercício para fazer. Quando tive que "reaprender" a caminhar o melhor lugar, segundo minha mãe-fisioterapeuta-anjo da guarda, era a piscina. Fui pra água fazer natação e amei. Depois tentei um pouco de tudo. Musculação não funciona, só consigo fazer 5 minutos de esteira, pilates exige força e yoga eu acho chato só de ver. Cheguei a conclusão de que melhor é a piscina mesmo.
Há 2 anos relaxei e não fiz atividade física nenhuma. Dei mais valor ao trabalho que à minha saúde e tive a sorte de não ter grandes prejuízos com isso.
Neste ano voltei a fazer os exercícios em casa para melhorar força e equilíbrio e decidi voltar pra água também. Pra minha sorte, abriu uma academia aqui perto de casa (pra quem quiser ir, é na Medley). Comecei terça-feira e gostei. Dentro da água é como se eu não tivesse nada (ou quase nada) de "deficiência". Além disso, a água passa uma "calma", uma segurança. E também, se eu "cair" o máximo que vai acontecer é me molhar...hehehehe.
Ajuda bastante avisar com antecedência ao professor que você tem EM, assim ele pode dar uma pesquisada antes e não falar bobagem. Meu profe tá de parabéns! hehehe
Se você tem EM e tem vontade de se mexer um pouco ou é educador físico, dê uma olhada nesse site: http://esclerosemultipla.wordpress.com/2006/08/08/indicacoes-de-exercicios-fisicos-para-pessoas-com-esclerose-multipla/
Enquanto isso vou descansar pra semana que vem tentar virar peixe...hehehe
Até amanhã!
Bjs
Assinar:
Postagens (Atom)