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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Deficiência não é sinônimo de cadeira de rodas dona FIFA

Oi gentes, tudo bem com vocês?
Comigo tudo certo. Apesar do Brasil não ter ganhado do México.
Sim, eu tenho visto os jogos da Copa. Sim, eu torço pelo Brasil.
E é justamente sobre um fato da Copa que eu quero falar hoje.
Os estádios padrão Fifa da Copa tem (ou deveriam ter) áreas para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida. Isso segundo o decreto DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. Que dispõe sobre o atendimento prioritário para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida no Brasil. 
Pois bem, eu não sei como tem funcionado o acesso à pessoas com deficiência aos estádios. Mas hoje uma amiga compartilhou comigo uma notícia, dizendo que as pessoas estão concordando com a Fifa. Dando uma olhada na timeline do meu facebook, vi que várias pessoas, pessoas que, inclusive, trabalham com a questão da deficiência, concordando com a Fifa quando ela diz que "pessoas que estão de pé na área reservada para pessoas com deficiência serão retiradas" (http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/06/diretor-da-fifa-diz-que-cadeirantes-em-pe-serao-retirados-isso-e-trapaca.html).
Isso é uma ideia tacanha, de gente que acha que deficiência e atendimento prioritário é só pra quem é cadeirante para ou tetraplégico. Fato é que muitas pessoas têm deficiências e andam, ora bolas. Andam com bengalas, com ajuda de uma outra pessoa, sei lá, mas podem andar. Isso não quer dizer que não tenham o direito do atendimento prioritário.
Eu sempre vou nas áreas de atendimento prioritário porque a esclerose múltipla me fez ter mobilidade reduzida. Isso quer dizer que eu ando muito devagar e uma distância muito pequena. Então, para que eu possa participar de algum evento social, preciso chegar o mais perto possível da entrada e estar num lugar de fácil evacuação, porque se acontecer alguma coisa que todo mundo tenha que sair rapidamente, eu certamente seria a pessoa a sentar e rezar, porque sair correndo não é opção pra quem caminha como eu.
Porém, quem me vê no dia a dia, jamais diria que eu preciso disso.
Algumas pessoas me falaram que tem gente que compra cadeira de rodas pra enganar as autoridades. Acho difícil, porque eles pedem, quase sempre, uma comprovação médica, ou seja, eu ando por aí sempre com uma carteirinha dizendo que eu tenho esclerose múltipla e uma receita médica com o CID da doença.
Se tem alguém que age de má fé, não sei. Mas sei que julgar sem conhecer também é agir de má fé. É ser injusto e desonesto.
Eu sofro esse preconceito idiota todos os dias nas filas de banca, no ônibus, nas lojas, nos estacionamentos, nos shows de rock. E me senti extremamente chateada com as pessoas compartilhando o comentário lamentável do presidente da Fifa, falando que as pessoas estarem lá de pé é "milagre causado pela atmosfera do estádio". Pior ainda é ele dizer que os critérios são os mesmos do governo brasileiro. Definitivamente, não são!
Eu uso cadeira de rodas no aeroporto, porque as distâncias pra andar são muito longas. Principalmente se eu estou sozinha. E nunca, ninguém no avião me perguntou se foi a atmosfera da viagem que operou o milagre de eu andar pra entrar na aeronave.
Mas o pior de tudo é o bando de gente compartilhando isso sem pensar nas consequências de julgar quem tá usando esse serviço.
Eu não conheço as pessoas que estão na foto. Não fui lá falar com eles. Não sei o que os levou a estarem lá.
Passou da hora de começarmos a respeitar as deficiências que não aparecem. Que não são visíveis. Mas que são extremamente reais e dolorosas.
#vergonhadevoces #shameonyou
Vou continuar torcendo pelo Brasil. Não só pela seleção ganhar a Copa. Mas pelo povo brasileiro aprender duma vez por todas que deficiência não é uma cadeira de rodas.
Por favor, leiam a lei de acessibilidade antes de compartilhar qualquer coisa sobre ela!!!!
Até mais!
Bjs

domingo, 13 de novembro de 2011

Verão e Fadiga - Parte 1

Oi gentes, blz? Todo mundo descansadinho nesse feriadão?
Eu tô a-ca-ba-da depois do show do Pearl Jam na sexta. A área PNE estava tudo de bom (valeu Vini, Raquel e  Farlon pela companhia).
Bom, como prometido, vou contar o que aconteceu no encontro EM - Verão e Fadiga. Que fique claro que meu relato aqui tem minhas impressões pessoais também, porque é lógico que eu não consigo ficar mais que dois minutos sem fazer um comentário sobre qualquer coisa.
Antes de tudo, bendito seja o ar condicionado da sala em que nós estávamos. Porque naquele calor horroroso que fazia quarta-feira, não dava pra sobreviver sem um ar condicionado. Sei de muita gente que não foi por conta do calorão. E, como ouvimos lá, para quem tem EM, isso não é desculpa esfarrapada, é motivo legítimo.
A primeira pessoa a falar sobre o tema foi a minha queridíssima neurologista (que segundo minha mãe, é um anjo que caiu do céu, porque, pra me aguentar... hehehe) dra. Maria Cecília de Vecino. Quem a conheceu lá, entendeu porque eu adoro ela né?
Primeiramente, a Dra. Maria Cecilia comentou que o diagnóstico de EM continua sendo um desafio para a medicina. Mas desafio maior do que o diagnóstico é trabalhar para que as pessoas que tem EM tenham maior qualidade de vida.
Até não muito tempo atrás, ter EM era um negócio mais difícil. Os primeiros interferons chegaram ao mercado em 1993. Então, tratamento específico para EM, não faz 20 anos que existe. Mas, tendo o tratamento disponível (hoje em dia tem mais medicações, além dos interferons), o desafio é fazer com que a pessoa que tem EM viva bem.
É preciso então fazer o diagnóstico direitinho, escolher o tratamento mais adequado para cada um e tratar de viver bem.
Para a minha neuro, é importante agora trabalharmos com as coisas, situações, etc., que atrapalham a vida da pessoa com EM, que diminuem a capacidade físico e, por consequência, a autonomia da criaturinha.
Dentre essas coisas que nos atrapalham, a fadiga é o que atinge o maior número de pessoas com EM: 100%.
Ela não atrapalha a vida de todos da mesma forma. Alguns sentem mais, outros menos, mas o importante é saber que todos temos essa coisinha. Segundo pesquisas, ela afeta de forma significativa entre 20% e 75% das pessoas com EM. É muita gente, não acham?
A fadiga é consequência direta do Sistema Nervoso Central, que, no nosso caso, está lesionado. Sendo assim, ela não é depressão, nem emocional, nem fraqueza, nem cansaço e não está ligada a severidade da doença. Ou seja, não é frescura nossa, nem invencionice da nossa cabeça, nem preguiça, nem depressão. Mas, penso que se a gente se atirar nas cordas e entrar numa depressão, é possível que a fadiga piore, porque tudo piora quando se está com depressão.
A fadiga acontece na célula mesmo. Pelo que eu entendi, as células apresentam uma diferença no substrato anatômico (forma) que causam a fadiga. Essa parte mais científica da coisa eu preciso pesquisar melhor ;-)
A fadiga é mais encontrada nas pessoas que tem EDSS (escala de incapacidade... vou procurar mais informações pra colocar aqui) elevada. E também é mais encontrada em quem tem EM secundariamente progressiva (existe EM do tipo surto-remissão; secundariamente progressiva e primariamente progressiva... também escreverei em breve diferenciando uma da outra).
Ainda, a fadiga pode ser crônica e severa. E também piora (muito eu diria) com atividade física, stress, calor e conforme vai acabando o dia (é que nem video game, a gente começa o dia cheio de vidinhas e termina quase sem).
Com tudo isso dito, fica óbvio que o impacto que a fadiga traz pra quem tem EM não é pequeno não. Ela afeta o comportamento (porque ninguém com fadiga fica com bom humor), afeta a socialização, as relações pessoais, o trabalho e por consequência, tem impacto funcional no que diz à competências legais e financeiras.
Mas e aí? Não tem o que fazer?
Tem sim, claro que tem. Século 21 e não vai ter o que fazer? Nem pensar!
Primeiro, existem os tratamentos farmacológicos. Não, não existe nenhum remédio que tenha escrito na bula: para fadiga da EM. São remédios que tem como finalidade curar outras coisas, mas que, descobriu-se que faz bem pra fadiga. Sim, eu anotei o nome de todos os remédios. E vou colocar os nomes aqui no blog com um pouco de receio, porque eu sei que tem gente que adora se automedicar. Então, que fique claro: não é pra tomar remédio nenhum, mas nenhum mesmo (mesmo, mesmo) sem a indicação do seu médico (entenderam né? não quero ninguém dizendo que se matou com um remédio porque a Bruna disse que podia fazer bem). Segue a listinha: amantadina, metilfenidato, pemoline, selegilina, nortriptilina, fluoxetina, sertralina, modafinil.
Todos esses remédios podem ajudar a diminuir os sintomas de fadiga. Além disso, fazer um tratamento correto pra EM (como com interferons ou natalizumabe), ajuda para uma melhora dos sintomas de fadiga também.
Porque, obviamente, se a pessoa apresenta melhoras no tratamento da EM, vai apresentar melhora na fadiga também. Então, tratar a EM é tratar a fadiga também.
Então, o que a gente, povo esclerosado desse mundo, tem que fazer, é chegar pro médico e contar tudo tudo tudo que sente no dia a dia. Parece bobagem e alugação (sim, eu alugo a dra. Maria Cecilia até não poder mais... hehehe), mas é importante. Porque só assim a médica vai saber se minha fadiga tá maior ou menor, como eu sinto, porque eu sinto, o que provoca, etc. E só se eu falar pra ela que eu tenho fadiga é que ela vai poder me dar um tratamento. E não aceitem a resposta: não tem o que fazer... Sempre tem o que fazer.
Eu comecei a entender melhor como a fadiga funciona no meu corpo depois de fazer um diário. Deve fazer uns 8 anos já, eu fiz durante um tempo um diário. Aí ficou fácil saber com o que eu piorava, com o que eu melhorava. Talvez seja uma boa ideia. Hoje em dia eu não anoto mais porque o corpo avisa... hehehehe.
Então, algumas dicas básicas do que precisamos fazer:
1. Descanso
2. Sono adequado
3. Treinamento físico
4. Manejo de alterações urinárias
5. Manejo da depressão e stress do surto
As três primeiras coisas parecem bem simples né? Mas quem é que faz como a tia Bruna e para de hora em hora pra descansar? Siiiim, porque a cada hora de trabalho, são 10 minutos de descanso. Olhando TV, olhando pra parede, sei lá, mas tem que dar esse tempinho pro corpo. Dormir bem não é segredo pra ninguém que melhora a saúde né? Mas quem se preocupa com o soninho aí? E treinamento físico. É meu povo, treinamento físico sim senhores!
Isso não quer dizer que precisa malhar em academia, puxar ferro e ficar alucinado dançando em aula de jump (eu fico doente só de olhar). Mas fazer exercícios físicos conforme seus limites. Como disse a dra. Maria Cecilia, não vai procurar o João das Couve pra fazer fisioterapia e treinamento físico né? Tem que achar um bom profissional, que entenda o que é EM e o que deve fazer com cada paciente.
Ter EM não é sinônimo de ser sedentário. Eu sei que parece impossível algumas vezes (eu já pensei assim). Mas ser sedentário com EM é pior do que ser sedentário sem EM. Porque a criatura que não tem nenhuma doença e é sedentário, vai, muito provavelmente, ficar gordinho e ter algum problema cardíaco no futuro. Pra gente, que tem EM, ser sedentário é sinônimo de mais doenças associadas, é sinônimo de tombos fenomenais na rua e sinônimo de mais gasto com saúde.
Quanto melhor for nosso preparo físico, menos a gente sofre. E mais rápido se recupera do surto (isso é eu que tô dizendo por experiência própria).
Outra informação mega importante: fadiga não gera surto!!!!
A fadiga é resultante de lesão no substrato anatômico da célula. E o surto é um problema do trato imunológico.
Quanta coisa não? E olha que nem tá na metade das informações.
Decidi agora que amanhã eu escrevo sobre o que a fisioterapeuta e o educador físico falaram, ok?
Mas antes, uma coisa que eu achei super hiper mega blaster importante. Alguém perguntou pra dra. como saber se o formigamento é surto ou não?
Bueno, se o sintoma que tu sentires durar 24h (e continuar), liga na hora pro seu médico.
Mas, descobri o nome das células bandidas que causam esses formigamentos nossos de cada dia, que cada dia aparece num lugar diferente e vai e volta, e que causam também aquelas alterações na visão (sabe quando sai do foco?) que duram pouco tempo, mas que no verão dá todo santo dia (e nos dias não santos também?). O nome das bandidinhas é Astrócito. Elas tem forma de estrelinha e vivem no nosso cérebro. Só por ter forma de estrela, acham que podem... hehehehe.
Ah, e como saber a diferença entre fadiga e cansaço?
A fadiga passa rápido se você parar um pouco e descansar, e, se estiver muito quente, resfriar o corpo. Por exemplo, quando você sente que o corpo tá "pesando", para um pouco o que estiver fazendo e dá uma relaxada. É a minha paradinha de 10 minutos a cada hora. Isso faz com que a próxima hora de trabalho seja muito mais produtiva. Às vezes parar é a melhor forma de produzir mais. Qualquer hora falamos mais disso ;-)
Nossa, tô com dor no braço de digitar.
Amanhã (ou no feriado), a fala dos outros profissionais (mais sobre como fazer exercícios) e minhas impressões gerais sobre tudo.
Até mais!
Bjs

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Reações adversas

Oi queridos, tudo bem?
Sim, eu sei, fiquei dias sem passar por aqui. Eu admito que deixei o blog meio de lado nos últimos dias. Mas eu tenho uma boa desculpa, que na verdade é bem ruim: Avonex.
Esse remédinho tem me deixado mal das pernas. Aliás, da cabeça também.
Além de me sentir 10 vezes mais cansada que o normal, sentir dores de cabeça frequente e febre nas 24h após tomar o remédio, tenho tido esquecimentos e confusão mental.
Ok, eu sou meio esquecida, mas eu me conheço muito bem e sei que meu pensamento é muito rápido. De uma hora pra outra fiquei lerda. Há alguns dias sentei pra estudar e nada do que eu lia fazia sentido. Não conseguia concatenar as ideias.
Ontem sentei pra escrever um pedaço da minha dissertação e quando li o que havia escrito, parecia que tinha escrito numa língua desconhecida, de tão difícil que estava entender aquelas letrinhas enfileiradas numa frase.
Lógico que bateu um pânico. Mas eu engano bem, principalmente porque meus avós estão aqui e eu prefiro que eles pensem que eu estou muito bem. Não tem porque deixá-los preocupados nos poucos dias que eles ficam comigo.
Como eu mais ou menos me conheço, sabia que isso não era normal. Li e reli a bula do Avonex e está lá escrito na lista de efeitos colaterais possíveis: disfunção psiquiátrica: ideação suicida, depressão, ansiedade, confusão, labilidade emocional, psicose e insônia.
De todas essas coisas, não tenho ideação suicida e psicose. O resto estou sentindo. Já destaquei a bula com canetinha marca texto pra levar pra médica na semana que vem.
Se esses sintomas passarem nas próximas aplicações, ótimo. Senão, vou ter que repensar o tratamento.
Tudo que eu não preciso agora são esses distúrbios psiquiátricos absurdos.
Resumindo: estou bastante preocupada, porque minha vida não é a EM, mas a medicação tá tomando conta da minha vida.
Mas, coisas boas também aconteceram nos últimos dias. Dentre elas, o show do Roxette, que estava muuuuuuuuuuuuuito legal. Se você tem menos que 20 anos, provavelmente não faz ideia do que é Roxette, mas quem é da minha geração sabe que estou falando do show dos maiores hit makers da década de 1990.
Me diverti horrores. Chorei, pulei, gritei e cantei até ficar sem voz.
Eu, Raquel e Vini, antes do show começar.
Só dou nota zero pra área PNE que montaram no Pepsi on Stage: minúscula (não caberia 3 cadeiras de rodas), e sem cadeiras para quem precisasse, como eu e as muitas grávidas que foram no show.
Até mais!
Bjs

quarta-feira, 16 de março de 2011

Foi Show!

Eu sei que a foto tá horrível, mas a Shakira tava ali, linda, cantando!
Oi queridos, tudo bem?
Sim, o show foi ótimo! Sim, Shakira dança muito! Sim, Shakira canta muito! Sim, achei o Ziggy Marley lindo! E, infelizmente, sim, as pessoas são ignorantes e insensíveis!
Explico tudo, por partes.
Ontem fui ao Pop Music Festival, que teve show com Ziggy Marley (o filho do Cara), com Train (só conhecia uma música deles, mas é uma banda boa), Shakira (linda, tudo de bom) e Chimarruts e FatboySlim, que eu não vi, o primeiro por ter chegado atrasada e o segundo porque saí quando começou a rave.
Bom, primeiro a parte boa. Sobre os shows: Uaaaaaaau! Não entendo como aquela mulher, daquele tamanhinho (porque ela é baixinha e magriiinha) consegue cantar e dançar tanto, tão bem e ao mesmo tempo. Ok, senti falta de sucessos antigos, mas foi um showzaço. Melhor momento: versão Shakira de Nothing Else Matters. Simplesmente lindo.
Bueno, a chegada foi uma aventura, porque nos perdemos no caminho. Mas, chegando lá, entrar na PNE foi tranquilo. Minha reclamação à produção do festival: Não tinha estacionamento para a área PNE. Ou seja, estacionamos longe da entrada. Mas tudo bem. Só por ter chegado ao local, já estava bom.
Ah, não contei, dessa vez eu fui com a Raquel de acompanhante, e minha irmã foi com a minha mãe de acompanhante. A "máfia maneca Rocha" foi reunida. Fazer o que se temos duas malacabadas aqui em casa :-P.
Entrar foi tranquilo. O segurança veio cheio de dedos e com toda educação do mundo me pedir o que eu tinha. Ele disse: desculpa moça, eu acredito em você, mas eu preciso de uma comprovação do seu problema.
Claro né, é o trabalho dele. Mostrei a carteirinha de portador de EM e tudo certo. O Sr. Antônio ("nosso" segurança) ficou parceiraço nosso. Nos contando, inclusive, por onde a Shakira ia entrar, que seria muito perto da nossa área, nos deixando à postos pra enxergar tudo de pertinho. Valeu Antônio!
Sr. Antônio, o segurança parceria da área PNE
Agora, o momento triste que mostra a ignorância humana.
Eu estava de pé, perto da cerquinha que nos separava do camarote vip. E vocês acreditam que duas "véias xonhas" estavam reclamando porque os acompanhantes dos cadeirantes estavam de pé, tapando a visão delas? O comentário foi mais ou menos assim: se os cadeirantes querem vir, tudo bem, podem vir. Mas os acompanhantes não podem ficar mais no fundo, não atrapalhando nossa visão, ao invés de ficar do lado dos cadeirantes?
Elas já vinham fazendo comentários ridículos. Mas com esse aí, eu que já estava bufando, tive que abrir a boca (a segurança do meu lado): Senhoras, vocês vão me desculpar, mas só tem um acompanhante por pessoa com deficiência. E, como acompanhantes, elas acompanham as pessoas. Elas vieram para ver o show junto dos seus amigos, familiares, etc. Porque elas teriam que ficar longe uma da outra? E mais uma, vocês duas podem muito bem descer e ir lá perto do palco, nós não. E mais, se vocês estão achando tão boa essa nossa área, atira teu carro num poste que a chance de você ficar com uma deficiência é bem grande.
Aí elas ficaram resmungando. Pararam quando uma moça da segurança, que acompanhou a conversa se colocou exatamente na frente delas. Quando elas reclamaram a moça virou e disse: lamento, é o meu trabalho.
Nessa hora, não aguentei. Ri. Ri mesmo.
As pessoas não entendem que a gente vai com as pessoas pra se divertir? Porque eu não teria o mesmo direito que elas de ficar junto à minha mãe, prima, irmã, etc?
A verdade é que o pensamento dessas pessoas xonhas e ignorantes é: porque essas pessoas não ficam em casa hein?
Porque a gente tem que infernizar a vida dos outros, oras!
E é pelo direito de se divertir, de fazer o que quiser, de namorar, de agitar, que eu abro a boca e reclamo mesmo. Enquanto eu estiver aqui, vai haver área PNE em shows e eu vou estar lá, mostrando que se eu quero, eu posso!
Tô que nem o Zagalo: vocês vão ter que me engolir!
E isso não é uma questão de criar caso. É uma questão de fazer valer os meus direitos.
Como toda manteiga derretida que se preze, chorei em dois momentos. Primeiro, logo que chegamos, olhei à minha volta e tinha as mulheres da minha vida (mamãe, Raquel e Renata) junto comigo ali. Talvez vocês não entendam o que ter a minha irmã ali, naquele momento significa pra mim, mas eu tento compartilhar aqui.
Depois, antes de começar uma festa com a música This time for Africa (aquela do Waka Waka, que tocou na copa do mundo na África), apareceu um vídeo, com crianças africanas falando seus sonhos de ser alguém na vida. Segurei o choro até a hora em que um menino disse: eu quero ir à escola!
Eu sei que parece bobo, mas, além de doer saber que nem toda criança pode ir à escola, vejo numa fala dessas um pouco de esperança no mundo.
Para fechar, nada melhor que a frase de True To Myself (adoooooro), música que cantei quase gritando, junto com Ziggy Marley: "Faça o que tem vontade e não se engane, eu digo / Porque não posso fazer você feliz a menos que eu seja, eu digo, eu digo: Tenho que ser sincero comigo mesmo..."
Sejam felizes!
Até mais!
Bjs

A máfia reunida! P.S.: nunca mais acredito quando vocês falarem que meu cabelo ficou penteado com a bandana do show :-P

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Live and let die...

Oi gentes, blz?
Ainda estou com o corpo "anestesiado" por conta do exagero de ontem. Mas um exagero que valeu muito a pena. Afinal, não é todo dia que uma lenda da música vem até a minha cidade e eu vou ver. Siiiiiim, eu estava no show do Paul, Sir. Paul McCartney.
Tipo assim... sem explicação!  
Primeiro tenho que dizer que a área PNE do Beira Rio não era grande coisa. Não querendo fazer alusão ao time dono do estádio, mas fizeram um chiqueirinho atrás do bar, do lado dos banheiros e num local baixo pro pessoal malacabado ficar. Achei muita sacanagem. Será que eles acharam que os cadeirantes iam se levantar na hora do show? Ridículo. Mas acho que pensaram isso mesmo. Ah, e se tivesse alguma emergência, o povo da PNE ia ficar ferrado, porque não tinha saída especial pra nós não. Nesse ponto, a Opus deu de dez a zero no quesito organização de show.
Primeiro quiseram complicar com a minha entrada. A mocinha que estava na entrada da PNE era muito grossa. Mas muito grossa mesmo. Ainda bem que o superior dela era um rapaz compreensivo que me deixou entrar com mamãe e titio.
Bom, fora a área PNE ser um chiqueirinho mal colocado e a entrada ter sido tensa, o resto foi só alegria. Como o chiqueirinho era pequeno, baixo e longe do palco, pedi se eu podia ir pro gramado
Antes do show, as duas descansando no gramado.
e o povo da organização disse que sim, o gramado premium era livre pra gente, e caso eu precisasse voltar ali, sentar e tal, era só voltar. Ótimo!
Fomos pra frente do palco, deitamos no gramado e esperamos das 6h30min até as 21h09min, horário em que Paul McCartney subiu no palco com sua banda. Simplesmente fantástico! Me arrepio só de lembrar!
Fiquei as três horas do show de pé, pulando, gritando, cantando, chorando...enfim, foi massa! Claro que quando acabou, despenquei no show até meio que esvaziar o campo pra sair.
Enquanto esperávamos pra ir embora, um rapaz estava perguntando aos amigos: vocês se despediram? Se despediram de vocês antes de entraram aqui? Sim, porque eu estou saindo outra pessoa.
Dei risada né. Mas a verdade é que, ver um senhor de 68 anos cantar, tocar, pular, gritar e fazer música de qualidade durante três horas sem parar, sem mudar o tom de voz, sem perder o sorriso no rosto e ainda por cima gritar "Ah, eu sou gaúcho", é algo sem explicação.
Ver o Beira Rio lotado com todo mundo cantando Hey Jude é uma cena que jamais esquecerei. Faltou alguma coisa? Hmmmm... um abraço especial quando tocou My love, que foi dedicada aos namorados.
Estatísticas do show:
Momento chororô 1: Música Here Today, dedicada à John Lennon... comecei a chorar aí.
Momento chororô 2: Hey Jude... foi lindo
Momento chororô 3: Blackbird
Momento chororô 4: Yesterday
Não necessariamente nessa ordem. Mas pra quem se emociona com propaganda de Natal do Zaffari, tá bom a estatística de choros num show né?
Auge do show: Live and Let Die... fogos, muitos fogos...
Momento meigo: My Love
Momento arrepio e emoção: todos... do início ao fim do show.
Bom, poderia escrever até amanhã sobre o show e ainda assim, teria coisas que ficariam de fora.
Uma palavra que define o show: INESQUECÍVEL!
Olha como a gente ficou pertinho do palco.
Quem quiser dar uma olhada em alguns vídeos do show, acesse esse site: http://wp.clicrbs.com.br/conexaozh/2010/11/08/paulinpoa-e-no-youtube/?topo=13,1,1,,,13
E se tiverem a oportunidade de ir no show dele em SP, não percam.
Até mais!
Bjs

Os três muito felizes antes do show, num sol de rachar. Eu, mamãe e tio Caco. Valew pela companhia meus amores!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

I gotta feeling... uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu...

Oi gentes, blz?
Vocês nem imaginam onde eu fui sábado à noite. E por isso mesmo é que eu conto pra vocês: Black Eyed Peas!
Siiiim! Fui no show deles aqui em Porto Alegre!!!!
E só posso dizer que foi um show fantástico!
Bueno, mas mais importante que falar do show, é falar da área em que eu fiquei no show, a área PNE (Portadores de Necessidades Especiais). Eu não gosto dessa denominação, mas como é a que eles usam, é a que vou usar aqui também.
Há uns dois meses, quando abriram a venda pros ingressos eu e a Raquel compramos o pra pista comum, afinal, é o que tínhamos grana para. Mas quando eu descobri que teria uma área PNE, lógico que me informei pra ir pra essa área mega V.I.Peas.
Essa é pra vocês verem quão pertinho do palco era a área PNE.
Fomos pro show sabendo que poderia dar problema na hora de entrar na PNE, mesmo tendo o cartão de portador de EM. Sabe né, quando o povo quer complicar, complica. Entretanto, todavia, contudo, chegamos, mostrei o cartão e nos deixaram entrar sem pedidos de maiores explicações.
Gurizada, sem mentira, estávamos no melhor lugar do mundo naquele momento. Acho que não dava 5 metros de distância do palco. Sério! Ficamos muito próximos de Fergie, Will.I.Am, Taboo, ...
Antes do show começar, a Raquel foi pedir uma cadeira pra eu sentar. Eles já estavam providenciando. Quando perguntamos onde poderíamos comprar um água, descobrimos que tínhamos água, refri, cerveja, pastelzinho e sanduichinho "di grátis". Quando percebemos que estávamos no único lugar em que as pessoas conseguiam se mexer (sim, estava lotado) e dançar, aí o estrago tava feito.
Certamente olharam praquelas duas malucas pulando, gritando e dançando e pensaram: tadinhas, estão na PNE porque tem alguma doença mental. Hahahahha
Bom, se extravasar alegria foi doença mental, pode me enquadrar.
Fiquei de pé no show, me apoiando na cadeirinha que conseguiram pra mim.
Não bastasse isso, os caras do BEP chegavam muito pertinho da gente. Vimos até que a Fergie tem um pinta na coxa. O Apl.de.ap chegou uma hora pertiiiinho, olhou pra Raquel e ficou apontando pra ela.... que massa! Mais massa que isso, só o beijo que o Taboo mandou pra mim. Ele foi cantar na passarela fora do palco, que passava na nossa frente, olhou pra gente, apontou o dedo e mandou um beijo... uhuuuuuuu
Ah, e sim, a Fergie é baita gostosa. Eu não pegava, até porque eu gosto de outra fruta, mas que ela é linda, isso é inegável. 
Só sei que, depois de 2 horas de show sem intervalo, eu estava pulando um metro do chão com I gotta feeling, no meio da chuva de papéis coloridos. 
Muita tecnologia, muitos efeitos especiais, muita música de qualidade e muita, mas muita diversão mesmo!
Taboo
Convenci vocês de usarem a nossa área VIP? Nada de ficar em casa meu povo. Temos esse direito e só não aproveitamos mais de bobos.  
Bom, só tenho que agradecer a Opus Promoções pelo tratamento que deram a nós que estávamos ali naquela área, que foi exemplar. Agradecer a Coca Cola por matar minha sede. Ao Georges Pastel por matar minha fome. À Raquel por ser minha parceiraça sempre. Ao BEP pelo show excepcional que ficará sempre na minha lembrança.


Fergie

Will.I.Am



As duas criaturas mais felizes da festa.... Obrigado Quel!!!
E agora, Paul McCartney que me espere...
Até mais!
Bjs
P.S.: as fotos são de celular, por isso não estão muito boas, mas é só pra dar uma idéia do que foi.