quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Gentileza gera gentileza...

Oi amigos, blz?
Hoje saiu o resultado da prova que fiz segunda. Resultado: não fui chamada. Mas tudo bem. Lógico que eu queria passar, senão, não teria feito, mas sei que às vezes, querer (se esforçando, trabalhando e estudando) não é poder. E tudo bem.
Bom, mas lembram que eu eu contei sobre o infeliz comentário da professora que entregou as provas (leia aqui). Pois é, na hora eu fiquei possessa, mas não podia comentar ou criticar porque estava numa posição muuuuito desfavorável pra isso. Entretanto, falei que, sendo ou não chamada, quando acabasse o processo de seleção, enviaria o post pra professora.
Eu sei que as pessoas não vão mudar duma hora pra outra. Mas, a melhor forma de começar uma mudança, é perceber que você precisa mudar.
Se ninguém nunca falar pra ela, por exemplo, que falar dum deficiente físico como um bicho de sete cabeças é discriminatório, preconceituoso e machuca quem já passou ou passa por isso na pele, ela poderá nunca se dar por conta disso. Não vou citar nome porque não acho necessário, mas um detalhe importante e cômico, se não fosse trágico: a área de atuação dessa professora é antropologia do corpo e da saúde.
As coisas que eu mais escutei até hoje em relação a minha vida e minha doença foram: mas você é tão bonita pra ser doente e ficar caminhando desse jeito (cambaleando no caso); Esclerose Múltipla? Mas você é tão inteligente; Você se formou? Mas você não é doente? ; Pra que continuar estudando e trabalhando se você tem EM?
Simplesmente rí-di-cu-lo! Como se um portador de EM ou de qualquer doença ou deficiência tivesse obrigação de ser feio, torto, burro e idiota.
Até pouco tempo atrás, eu dava um sorrisinho amarelo pra gente que me dizia essas coisas. Mas depois de tantos anos, me enchi o saco de aceitar esse tipo de comentário. Me enchi o saco de ter que entender que "não era minha intenção te ofender". Se você é assassino e diz que não teve intenção de matar, por acaso a pessoa que você matou volta a viver? Não!
A intenção pode até não ser machucar, ofender e se mostrar ignorante, mas, é o que acontece. Como diz meu vô, de boas intenções o inferno está cheio.
Sei que muita gente fala porque tem boca e não porque tem cérebro. Sei também que muita gente é ignorante no assunto. Mas por favor, pensem que vocês estão falando de pessoas, seres humanos assim como qualquer um, que sente, ri, chora, ama, odeia, enfim, vive! Ou melhor, se não tem nada de bom pra falar, não fale nada.
Tem gente que diz: ah, mas tu faz piadinha com tua condição. Claro que faço e dou risada em horas próprias pra isso. E até dou risada das piadinhas que fazem, também em horas próprias. Mas brincadeirinhas e piadinhas são completamente diferentes de comentários discriminatórios ditos como se fosse uma coisa natural.
Então, eu respondo pra quem faz comentários infelizes não por ser chata ou querer um tratamento diferenciado. Ao contrário, eu falo porque sonho em viver num mundo em que todos sejam tratados com respeito, independente de condição física, mental, cor, credo, opção sexual, etc...
Podem até chamar de chatice e frescura de doente, mas acho que respeito e gentileza não faz mal a ninguém.
Respeito gera respeito e gentileza gera gentileza!
Até amanhã!
Bjs

3 comentários:

  1. Flore é td verdade o q tu escreveu aqui...ás vezes me tratam assim... estou aprendendo ainda a lidar com a situação...
    Vc é um ex pra mim;
    bjim

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  2. Exemplo? Quanta responsabilidade... eheheh
    A gente vai aprendendo a lidar com essas situações. Mas lidar não quer dizer aceitar de cabeça baixa e sim "corrigir" as pessoas com boa educação.
    Bjsss

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