Ontem à noite comi e bebi até me fartar numa janta com amigos aqui em casa. Mas não é do cabrito assado (muito bem assado) que eu quero falar aqui.
Conversando com a Mari, uma menina muito querida que conheci na janta, fiquei sabendo de uma coisa que me deixou muito feliz.
Ela é estudante de arquitetura da UPF e me disse que, um grupo de estudantes e pesquisadores vão começar uma pesquisa voltada à acessibilidade na arquitetura.
Achei isso sensacional!
Claro que eu sei que já existem arquitetos que se preocupam com a acessibilidade dos locais. Mas vamos combinar que, a maioria das construções não tem acessibilidade nenhuma pra gente renga que nem eu, ou para meus amigos cadeirantes, deficientes visuais, auditivos, etc.
Pior, tem alguns arquitetos que projetam suas construções e colocam uma rampa lá, feita de qualquer jeito, só pra depois dizer: ah, mas é acessível, tem até rampa. Eu detesto escada e me dói tudo pra subir escada. Mas aqui em Passo Fundo, tem rampa muito, mas muito pior que escadas, de tão "bem" projetadas que foram.
Fico feliz em saber que estão se preocupando com esse povo malacabado ainda na faculdade.
Só fiquei triste quando ela me disse que alguns colegas não estão nem aí pra isso. Aaaaah, mas me deixa puxar a orelha desses fresco que só querem saber do que fica bonitinho.
É esse tipo de gente que eu desejo que fique renga também um dia. Pode até ser uma renguice temporária, só pra sentir na pele o que é chegar num lugar e não poder entrar por causa duma escadaria. Eu sei que não se deve pensar assim. Que a gente não deve desejar coisas ruins pra ninguém e blablabla... Mas lamento, eu penso assim por pelo menos alguns segundos. Depois eu esqueço. Não perco tempo e energia com isso.
Escadas x rampas é só um aspecto dos muuuuuuuuuitos a serem discutidos quando o assunto é acessibilidade.
Dá mais trabalho pensar em todo tipo de gente ao fazer um projeto? Não tenho dúvida que dá. Mas queridos arquitetinhos egoistinhas que dizem: "ah, mas assim é mais difícil"; "ah, mas assim estraga a estética"... Comecem a ser gente. Ser humano, sabe? Até porque, um dia vocês vão ficar velhos, e depois de uma certa idade, essa história de acessibilidade, que para vocês hoje é uma bobagem, será uma necessidade adivinhem pra quem? Vocês mesmos.
Meus parabéns aos profissionais e futuros profissionais da arquitetura, engenharia e qualquer outra profissão, que querem ser bons profissionais e bons cidadãos. Que pensam além do seu próprio umbigo. Que ajudam a nação de deficientes, tortos, rengos, velhos, etc, a ter maior qualidade de vida e, principalmente, uma vida mais "normal".
No blog da Thais, sobre arquitetura acessível (acesse aqui ), tem uma frase que resume tudo isso:
"Se o lugar não está pronto para receber TODAS as pessoas, então o lugar é deficiente"
Até amanhã!
Bjs
Como exemplo serve a rampa do Bella Citta aqui em Passo Fundo pelo acesso da 7 de setembro, é tão ingreme que duvido que mesmo um cadeirante sendo empurrado consiga subir, imagina sozinho...
ResponderExcluirMas também, quase nem existem cadeirantes pra que se preocupar com eles! hehehe
(ironia)
É que os malacabados vivem na "Matrix": um mundo paralelo que só a gente vê. Os "outros" não enxergam quem vive na matrix....hehehe
ResponderExcluirBjs
Adorei o seu comentário Bruna!!! A gente vive mesmo num mundo q mais ninguém enxerga!!!
ResponderExcluirSobre o seu post, sabe que tem explicação histórica pra isso,falta de acessibilidade comparando a outros países? EUA por exemplo, lá eles se prepararam para receber seus "filhos da guerra" que voltaram, os q voltaram, tudo "malacabado", por isso não tem esse mesmo problema!!!
Sei que não justifica, só para conhecimento de todos!
Bjão
Aí já começou a chover? Ou tá esse calorão daqui?