Suki e Nick |
Por aqui tudo bem. Minha vó já tá mandando em todo mundo, se metendo em tudo, andando sozinha, ou seja, tá bem. O marcapasso funcionando direitinho. Agora ela só tá precisando duma ajuda pra sentar e levantar... nada que um esclerosado não conheça né...hehehe. Como faz muito tempo que eu preciso de apoio pra sentar e levantar, acho isso natural. Ela tá achando um horror. Enfim, uma hora se acostuma.
Fiz umas férias forçadas dos estudos. Como viemos correndo, não trouxe quase nada de material de trabalho. E meus últimos dias tem sido preenchidos com boas horas de sono, brincadeiras com os cachorros, comendo frutas embaixo do pé (a acerola e a uva estão no ponto), olhando as estrelas de noite (menos hoje, porque tá chovendo), lendo livros por lazer.
Sabe aquela história de males que vem para o bem? Eu realmente estava precisando duma pausa dessas. E aconselho todo mudo a ficar uns dias sem internet, sem hora pra acordar nem pra dormir. É uma maravilha!
Mas antes da vó vir pra casa foram dias difíceis. Fiquei viajando todos os dias de Carazinho a Passo Fundo num ônibus tipo princesinha do agreste: nem sinal de ar condicionado, parando em tudo que é biboca, pegando as pessoas no meio da estrada. Como tava quente pacas e eu viajava com o janelão aberto, chegava com a cara dura de pó. Não precisava nem passar rouge antes de sair de casa...hehehe.
Colecionei algumas histórias de sala de espera de CTI e outras de quarto de hospital. Me preocupei um tanto com a minha mãe dormindo naquelas cadeiras de acompanhante de doente e um outro tanto com os sintomas de EM que apareciam em mim todos os dias.
Teve um dia que meu couro cabeludo doía muito. Parecia que eu tinha dormido de touca (quem é mais velha lembra disso... ficava bem maisbonito que chapinha, inclusive) e depois tinham me arrancado todos os fios de cabelo numa tacada só. Era uma mistura de formigamento com dor que me assustou. Mas acho que era de tensão mesmo. Porque assim como veio, foi embora. As reações do avonex também alcançaram picos inacreditáveis. E a fadiga me pegou direitinho em alguns dias.
E não adianta as pessoas virem dizer pra não se preocupar porque preocupação, tensão e estresse são mais amigos da EM do que de mim. Porque nessas horas a gente não racionaliza as coisas. Apenas sente.
Apesar disso, acho que fiquei melhor que das outras vezes que alguém da família ficou doente. Porque das outras vezes que a vó foi pro hospital era ela sair pra eu entrar. Dessa vez acho que não surtei. Deve ser coisa dessa felicidade que um leitor do blog chamou de patológica. Se ser feliz agora é doença, bom, então fui pega por essa doença também.
Dia 16 vou na neuro e daí conto tudo isso pra ela e veremos o que ela acha desses sintomas diferentes. Também, se for necessário algum tratamento agora, estou tranquila. Essa semana de férias me fez um bem danado. Mas agora, vamos voltar à realidade do trabalho, dos prazos e dos projetos.
E, se tudo der certo, mais uma semana e eu volto pra casa. Porque alguns dias sem fazer nada é bom, mas sair na rua e não ter um cinema na cidade, e, o pior, nenhuma livraria, é desesperador. Sem internet 24h eu descobri que eu vivo bem. Tendo umas duas horas por dia já dá pra fazer tudo que preciso. Mas sair na rua e só achar loja de eletrodomésticos, sapatos e farmácia, é dose!
Agora vou curtir um carteado e uma cerveja.
Até mais!
Bjs
P.S.: os cachorros da foto são a Suki e o Nick. A Suki eu ganhei de aniversário de 15 anos. Uma filha de poodle com sei lá o que... uma jaguara linda de pêlo liso. O Nick é filho dela com o Shake, poodle que era dos meus primos e que morreu ano passado. Um fofo... até hoje tem cara e jeito de filhote.