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sábado, 5 de janeiro de 2013

Curtindo fazer nada

Suki e Nick
Oi gentes, tudo bem?
Por aqui tudo bem. Minha vó já tá mandando em todo mundo, se metendo em tudo, andando sozinha, ou seja, tá bem. O marcapasso funcionando direitinho. Agora ela só tá precisando duma ajuda pra sentar e levantar... nada que um esclerosado não conheça né...hehehe. Como faz muito tempo que eu preciso de apoio pra sentar e levantar, acho isso natural. Ela tá achando um horror. Enfim, uma hora se acostuma.
Fiz umas férias forçadas dos estudos. Como viemos correndo, não trouxe quase nada de material de trabalho. E meus últimos dias tem sido preenchidos com boas horas de sono, brincadeiras com os cachorros, comendo frutas embaixo do pé (a acerola e a uva estão no ponto), olhando as estrelas de noite (menos hoje, porque tá chovendo), lendo livros por lazer.
Sabe aquela história de males que vem para o bem? Eu realmente estava precisando duma pausa dessas. E aconselho todo mudo a ficar uns dias sem internet, sem hora pra acordar nem pra dormir. É uma maravilha!
Mas antes da vó vir pra casa foram dias difíceis. Fiquei viajando todos os dias de Carazinho a Passo Fundo num ônibus tipo princesinha do agreste: nem sinal de ar condicionado, parando em tudo que é biboca, pegando as pessoas no meio da estrada. Como tava quente pacas e eu viajava com o janelão aberto, chegava com a cara dura de pó. Não precisava nem passar rouge antes de sair de casa...hehehe.
Colecionei algumas histórias de sala de espera de CTI e outras de quarto de hospital. Me preocupei um tanto com a minha mãe dormindo naquelas cadeiras de acompanhante de doente e um outro tanto com os sintomas de EM que apareciam em mim todos os dias.
Teve um dia que meu couro cabeludo doía muito. Parecia que eu tinha dormido de touca (quem é mais velha lembra disso... ficava bem maisbonito que chapinha, inclusive) e depois tinham me arrancado todos os fios de cabelo numa tacada só. Era uma mistura de formigamento com dor que me assustou. Mas acho que era de tensão mesmo. Porque assim como veio, foi embora. As reações do avonex também alcançaram picos inacreditáveis. E a fadiga me pegou direitinho em alguns dias.
E não adianta as pessoas virem dizer pra não se preocupar porque preocupação, tensão e estresse são mais amigos da EM do que de mim. Porque nessas horas a gente não racionaliza as coisas. Apenas sente.
Apesar disso, acho que fiquei melhor que das outras vezes que alguém da família ficou doente. Porque das outras vezes que a vó foi pro hospital era ela sair pra eu entrar. Dessa vez acho que não surtei. Deve ser coisa dessa felicidade que um leitor do blog chamou de patológica. Se ser feliz agora é doença, bom, então fui pega por essa doença também.
Dia 16 vou na neuro e daí conto tudo isso pra ela e veremos o que ela acha desses sintomas diferentes. Também, se for necessário algum tratamento agora, estou tranquila. Essa semana de férias me fez um bem danado. Mas agora, vamos voltar à realidade do trabalho, dos prazos e dos projetos.
E, se tudo der certo, mais uma semana e eu volto pra casa. Porque alguns dias sem fazer nada é bom, mas sair na rua e não ter um cinema na cidade, e, o pior, nenhuma livraria, é desesperador. Sem internet 24h eu descobri que eu vivo bem. Tendo umas duas horas por dia já dá pra fazer tudo que preciso. Mas sair na rua e só achar loja de eletrodomésticos, sapatos e farmácia, é dose!
Agora vou curtir um carteado e uma cerveja.
Até mais!
Bjs

P.S.: os cachorros da foto são a Suki e o Nick. A Suki eu ganhei de aniversário de 15 anos. Uma filha de poodle com sei lá o que... uma jaguara linda de pêlo liso. O Nick é filho dela com o Shake, poodle que era dos meus primos e que morreu ano passado. Um fofo... até hoje tem cara e jeito de filhote.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Miscelânea

Oi amigos, blz?
Hoje eu deveria estar nervosa, comendo todas as unhas das mãos e dos pés, comendo que nem porca, etc. Hoje à noite vou pra Porto Alegre, pra começar minha maratona de provas de seleção de mestrado. Amanhã faço prova na PUC e sábado na UFRGS, os dois pra mestrado em comunicação social.
Quando descobri a EM, a primeira coisa que o médico disse foi: tente não se estressar ou ficar nervosa, porque os sintomas pioram muito com o estresse.
Parece que eu nasci pra ser relax. Quer dizer, sou elétrica, faço trocentas coisas ao mesmo tempo, agito horrores, mas sou relax porque não fico nervosa em situações de tensão como provas, apresentação em público, entrega de monografia, etc.
Meu cérebro desenvolveu um tipo de "nervosismo ao contrário". Quando é pra eu ficar nervosa, nas situações tensas e decisivas da vida, eu sinto como se nada estivesse acontecendo. Chego a dormir de preocupação. Isso mesmo, durmo demais. Acho que é pro tempo passar mais rápido e chegar logo a hora da prova, por exemplo.
Vou dizer pra vocês, isso é ótimo. Claro, estou ansiosa, afinal, passei o ano todo estudando pra isso. Mas é aquela coisa: o que eu sei, eu sei, ta aí no meu cérebro e na hora certa eu vou lembrar. O que eu não sei, não adianta eu me preocupar, afinal, não vou aprender em uma hora. Se eu passar, ótimo, é o que eu busco, o que eu quero mesmo. Mas, se não me chamarem, paciência, sempre vai ter alguma coisa pra fazer nessa vida.
Acho que pensar assim é bom não só pra quem tem EM e precisa preservar mais a sua saúde, mas pra todo mundo, que vive preocupado nesse mundo maluco.
Há alguns dias vi uma frase que dizia: Na vida há muito que se pensar, mas nada pra se preocupar. Acho que é isso mesmo, temos que pensar no que queremos, no que faremos, no que é bom ou ruim pra gente. Mas preocupar-se só aumenta a tensão de viver, atrapalha nas atividades do dia a dia, tira a concentração e abafa os prazeres da vida.
Vou voltar pro blog só segunda-feira, afinal, prova de manhã e tarde, por dois dias, dá um cansaço mental danado. Espero voltar com boas novidades e mais histórias pra contar. Aliás, até o fim do mês vai ser tenso. Tem mais 3 viagens e 3 provas.
Como vou me ausentar, vou deixar mais coisas hoje aqui pra vocês.


A primeira coisa, que não posso esquecer de jeito nenhum, é de dar os parabéns e desejar muitas, muitas e muitas felicidades pra Regina, que faz aniversário nesse domingo, dia 8. Apesar de não nos conhecermos pessoalmente, sinto como se fossemos amigas de infância. A melhor coisa que esse blog me trouxe foi a amizade de pessoas como você Regina. Um super abraço e mtos bjs!



Abraços e parabéns dados, preciso agradecer a todos que leem o blog e me ajudam a continuar tendo esperança na vida e na humanidade. Vocês não imaginam o quanto são importantes no meu dia a dia. Ah, e o quanto me ajudaram a me manter focada nos estudos esse ano.
Há 6 anos, na última aula do cursinho pré-vestibular, um professor nos mostrou um vídeo, que meses depois fez muito sucesso na voz do Pedro Bial. Vocês devem conhecer a mensagem "Filtro Solar". Chegou a encher o saco numa época né. Mas desde aquele dia, trago parte dessa mensagem dentro de mim, porque diz muito sobre quem eu sou e como eu penso. Como falei muito sobre o calor essa semana, vou deixar aí embaixo o vídeo original em inglês, porque é realmente uma mensagem muito boa pra todos nós.
Além do texto lindo, tem a música. Eu gosto dessa música desde que ouvi na trilha sonora de Romeu e Julieta. Vi o filme trocentas vezes porque eu era louca pelo Leonardo DiCaprio. O gosto pelo DiCaprio se foi, mas pela música continuou. E, quero dizer o refrão dela pra vocês:
"Irmão e Irmã, juntos nós vamos passar por isso
Um dia, um espírito irá te levá-lo e guiá-lo lá
Eu sei, você está sofrendo, mas eu estou esperando para estar lá para você
E eu estarei lá te ajudando sempre que eu puder
Todo mundo é livre, todo mundo é livre para se sentir bem"
Ah, e escolhi colocar o original por 2 motivos: 1. Porque acho muito mais bonito. 2. Porque com o Pedro Bial falando parece que a qualquer momento ele dirá, a la BBB: você é o eliminado de hoje... hehehehe.









Se vocês quiser dar muitas risadas, veja as sátiras da mensagem, feitas por Rafinha Bastos e pela turma do Pretinho Básico, programa de rádio mais divertido do sul do país:








Em tempo: Se você não gosta de ver vídeos na internet, leia a mensagem aqui.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pra onde foi minha vontade?

Oi gentes, blz?
Hoje acordei sem vontade. Sem vontade de cozinhar, de estudar, de escrever, de nada.
Em dias assim, os braços ficam fracos, as pernas ficam bambas e dá uma tonturinha.
Aí eu me pergunto: isso é coisa da minha cabeça ou é da EM?
Pode ser preguicite aguda de último grau. Aí eu penso que, quem tem preguicite aguda, "estressis", depressão e essas porqueras todas, acabam tendo sintomas físicos da sua "falta de vontade".
Mas ao mesmo tempo eu penso: será que não é o meu corpinho que hoje está mais fraquinho, e como tudo fica mais difícil, mais penoso, eu acabo perdendo a vontade?
Vai saber né.
Hoje eu acredito que seja a EM, porque mudou bastante o clima por aqui. Aquele frio desgraçado foi embora e está mais quente e com sol. Isso é ótimo e adoro esse clima de primavera. Mas, toda mudança de estação dá nisso. Meu corpo sente e precisa duns dias pra se adaptar à novas temperaturas.
Bom, sendo preguicite ou EM, tô cheia de coisas pra fazer, livros para ler, etc., etc., etc... E por isso não posso deixar tudo de lado e não fazer nada.
Apesar da falta de vontade, vou fazer o que programei pra hoje. Mesmo tendo vontade de dormir e me esparramar no sofá, vou estudar. Porque vontade é uma coisa que dá e passa. E essa vontade de se atirar nas cordas vai passar também.
Claro, eu poderia ficar de "folga" hoje. Mas confesso que morro de medo de começar a não fazer nada. Morro de medo de ficar sem vontade de nada todos os dias. Morro de medo de acabar me fechando no meu mundo. Tenho medo de perder a vontade e não achar mais. Isso deixa a gente doente da alma. E, se meu corpo é doente, minha alma não é, nem um pouquinho.
Até amanhã!
Bjs

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Não sei meditar

Oi amigos, blz?
Depois dos últimos textos recebi alguns emails perguntando como eu podia ser tão calma.
Bem se vê que não me conhecem. De calma eu não tenho nada.
Sou super ansiosa. Ansiosa e elétrica. Não consigo ficar fazendo nada. Não consigo nem me imaginar meditando. Me dá agonia. Mas, apesar disso, aprendi uma coisa: o que não tem solução, solucionado está.
Assim. Se o problema não tem solução, não adianta eu me lamentar, ficar nervosa, quebrar a cabeça e ter úlcera tentando solucionar. É assim com a EM. Não adianta eu xingar o mundo, chorar o dia todo, ficar me lamentando ou fazer de conta que o problema não existe. Ele existe. Está ali. Mas eu não posso fazer nada para me curar. Então, se o problema não tem solução, ok, vou viver com ele.
E com os problemas que tem solução, serão solucionados. Claro, serão solucionados se a gente se acalma e tenta resolver a situação. É o caso de solucionar o como viver com o problema.
O problema existe, ele está ali e você tem que conviver com ele. Então, o negócio é sentar, parar e pensar no como fazer isso.
Temos que pensar em como viver tendo EM e não ficar com depressão, estresse, ou síndrome do "doente-vítima".
E é isso que eu faço. Não posso me curar. Mas pensar em como viver bem com a EM.
Calma, eu? Acho que não. Mas, apesar da minha ansiedade, consigo parar pra pensar no que fazer. Consigo olhar pra situação de forma racional e realista. Assim, vou tocando minha vida, com todos os perrengues que ela me dá, sem precisar ser um monge budista.
Talvez um dia eu tente fazer meditação. Mas essa coisa de "pensar em nada" me parece estranho. E ouvir meu eu interior? Deus o livre. Já imaginou o que eu posso dizer pra mim?
Até amanhã!
Bjs

Obs: Não tenho nada contra meditação, pelo contrário, admiro quem consegue fazer. Eu é que não tenho essa "habilidade" ainda.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Limão de presente

Oi gentes, blz?
Hoje conversei com uma pessoa que está deprimida e estressada porque perdeu o emprego. Ela trabalhou por mais de 10 anos em um lugar e agora está sem emprego e depressiva.
Realmente, perder um emprego de tanto tempo deve ser beeeem ruim. Mas não é o fim do mundo.
Eu sou muito daquele pensamento: se a vida te dá um limão, junta açucar e cachaça e faça uma caipirinha.
Veja o exemplo dessa pessoa. Ela era secretária e tinha um grande talento para artesanato (biscuit). Agora, sem emprego, ela poderia se dedicar ao artesanato e fazer disso seu ganha pão extra, já que ela tem aposentadoria. Mas não, ela está se lamentando pela perda ao invés de ver o que poderia fazer pra se ajudar.
É como ter Esclerose Múltipla. O primeiro impacto é horrível. Você fica cheio de dúvidas, medos, raivas, tristezas e etc. Entretanto, você precisa continuar a viver, afinal, você não está morto, está com EM.
Aí é sacudir a poeira, se levantar e fazer o que a gente veio fazer aqui nesse planetinha redondo: viver.
A vida te deu um limão azedo é? Atira o limão de volta e ainda faz uma "banana" pra ela.
O problema de quem deixa de viver quando descobre uma doença ou perde um emprego é o apego ao passado. O apego ao emprego antigo, ao local de trabalho, às coisas que você fazia e não fará mais. Quem tem EM e se apega apenas ao que não pode mais fazer ao invés de olhar as milhões de coisas que pode fazer acaba tendo depressão e virando um incapacitado. A EM traz obstáculos na nossa vida, mas não nos torna incapazes.
Deixe o passado no lugar dele, lá atrás. Quem vive de passado é museu e professor de história minha gente. Sentir saudades ok, é permitido. Mas lamentações e resmunguices não.
Vamos viver o hoje. O agora. E quem sabe, planejar o amanhã. Mas o maior presente que a gente ganha todos os dias é realmente o presente.
E se o seu presente tem um, ou dois, ou mais limões juntos, faça uma caipirosca, uma limonada, uma tortinha de limão... Use sua criatividade pra fazer desse limão azedo um doce delicioso.

Até amanhã!
Bjs
Em tempo: eu adoro limão. Não só em receitas e bebidas, mas de comer limão com um pouquinho de sal. Gente estranha é assim, chupa limão porque gosta...hehehe

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O mau humor nosso de cada dia

Oi amigos, blz?
Hoje, enquanto eu almoçava, passava no Jornal do Almoço uma matéria sobre o mau humor ser doença.
Existe uma doença chamada distimia, que é uma depressão, mas ao contrário da depressão mais comum, a pessoa com distimia não deixa de realizar suas atividades, as faz reclamando sempre. Um típico mau humorado.
Ok, existe sim a doença do mau humor e tem tratamento e talz. Mas fiquei pensando se hoje em dia a gente não anda "inventando" doenças para dar desculpas ao nosso comportamento. Vivemos em um tempo que todos somos obrigados a sorrir diariamente, amar a vida e ser feliz 24h por dia. Se você está triste, é depressão. Se está nervoso, é estresse. Se acordou com o pé esquerdo, é distimia. Se for mulher, tudo é TPM. Se está gordo, é distúrbio da tireóide. Se está muito magro, é anorexia. Se está muito feliz, deve estar se drogando.
Claro, existe depressão, estresse, distimia, distúrbio de tireóide, TPM, anorexia e drogados.
Mas eu sou mega feliz e dou risada dos meus problemas, nem por isso sou drogada ou não vivo a realidade do mundo (eu sei que vivemos em guerra, que o senado tá explodindo e que crianças morrem de fome).
De vez em quando fico triste pra caramba e choro em algumas horas, mas nem por isso estou depressiva. Tristeza passa rápido.
Às vezes fico nervosa, e não é porque não consigo viver com o barulho da torneira pingando ou não suporto gente que faz barulho para comer que eu tenho estresse. Também não é porque chuto o vento alguns dias, que tenho distimia. E quando tenho TPM, sai de perto. Ah, sim, e engordei porque como mesmo. Como pra caramba. Coisa bem boa que é comer.
Hoje em dia doenças são coisas comuns. Distúrbios psicológicos e psiquiátricos então, todo mundo conhece e sabe diagnosticar. Anormal é aquele que, assim como eu, não faz terapia.
Acho que por isso que maquiamos nossos desvios de conduta e comportamentos como sendo doenças. Porque sabe né, todo mundo tem peninha de doente. Aí, você pode xingar, chorar, chutar o cachorro na rua, porque afinal, pobrezinho de você, que está depressivo, estressado e distímico.
Gente, o ser humano é feito disso: emoções e ações que nem sempre fazem sentido.
Eu consigo ser triste, feliz, um doce de menina, um limão azedo, ter um bom humor maravilhoso a ponto de admirar os pássaros na rua e ter um mau humor péssimo, a ponto de querer um estilingue pra fazer os pássaros pararem de cantar, tudo num dia só.
Loucura né? Se eu falar isso prum psiquiatra, pode ser que me internem numa clínica psiquiátrica. Mas não se preocupem, não é doença não. Eu sou essa metamorfose ambulante mesmo. Ah, e não espere bom humor, vindo de mim, às 7h da manhã.
Infelizmente, ou felizmente, minha única doença é a Esclerose Múltipla. E adivinhem: ela serve como desculpa para todos os meus comportamentos...hehehe

Até amanhã!
Bjs

P.S.: todas as doenças citadas nesse post existem de verdade e devem ser tratadas.