quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Usando as mãos

Oi amigos, blz?
Ontem à noite participei da conferência com o escritor Guillermo Arriaga e fiquei pensando o tempo todo em vocês, querido amigos que leem o blog, comentam, mandam e-mails, etc.
Arriaga é um mexicano cinquentão, bonitão e um "crânio". Foi ele que escreveu os filmes Babel, 21 gramas e Amores Brutos. Um gênio, não é?
Pois bem, após falar lindamente sobre arte, tecnologia, cinema e literatura e de contar um pouco sobre sua vida, cheia de emoções, Arriaga respondeu às perguntas do público. E foi aí que a coisa "esquentou".
Uma das perguntas que chegou ao palco pedia porque ele sempre falava sobre a morte. Porque seus romances e filmes trabalham tanto com a temática da morte.
Resposta fenomenal: Primeiro, porque todos que estão aqui vão morrer um dia. E, porque falar da morte é falar que há um fim. E, se há um fim, temos de viver uma vida plena todos os dias. Se negarmos a morte, negamos a vida. Então, falar da morte é, na verdade, falar de vida.
Achei isso fantástico. Vivemos negando nosso fim, nossos problemas, nossas dores e cicatrizes. Segundo o autor, ficar careca, ter celulite, ter rugas e etc. são coisas para se orgulhar. São essas pequenas (ou grandes) cicatrizes que contam as nossas histórias, que contam quem somos, o quanto vivemos, aproveitamos, fomos felizes ou tristes. Nossas cicatrizes fazem parte de nós. E, ainda que não gostemos tanto delas, fazem parte da nossa história.
Para terminar, vou sugerir o exercício que Arriaga fez conosco ontem.
Olhe agora para suas mãos.
Mas dê uma boa olhada mesmo.
Olhou?
Pois bem, essa suas mãos serão um dia as mãos de um cadáver.
Mórbido? Nem tanto. Afinal, todos morremos.
Mas o importante desse exercício é olhar para suas mãos e pensar o que você está fazendo com elas enquanto ainda se movem e tem vida.
Você fez algo de bom com elas? Construiu algo para se orgulhar? Acariciou a pele das pessoas que você ama?
Vamos aproveitar o tempo que temos aqui. Com nossas cicatrizes e perebices todas.
A EM não me impede de fazer dessas mãos um instrumento útil. Aposto que as suas também podem (e devem) ser instrumento da construção de uma vida melhor, da realização de sonhos e desejos.
Até amanhã!
Bjs

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ajude a construir esse blog, deixe aqui seu comentário, dúvida, críticas e elogios.