No último final de semana tive aula da minha pós e fizemos uma "dinâmica" na qual a turma se dividiu em duplas; nessas duplas um colega seria o "cego" e o outro o guia mudo que teria de "mostrar" o mundo ao cego sem falar nada. Não preciso dizer que foi uma confusão né? Bom, ao discutir a experiência com os colegas, muitos disseram que foi muito difícil ficar dependente do outro quando estavam "cegos". Refletindo sobre isso, vi que eu não me incomodei muito com isso, provavelmente por ter me acostumado a depender mais dos outros.
Com todas as limitações físicas que a EM traz consigo, ficamos mais dependentes dos outros. Ficar dependente até pra ir no banheiro é difícil, porque a gente aprende desde pequenos a ter de andar com as próprias pernas, se virar sozinho, e tal. Daí chega a EM e diz: pera aí, volte a depender da mamãe de novo. Com o tempo, a gente se acostuma.
Ainda assim, a dependência incomoda demais. Não tanto por depender de alguém, mas por parecer que fazemos dessa pessoa uma "prisioneira" da nossa dificuldade. Isso é mais difícil de se acostumar. Entretanto, entendi que, se alguém se oferece para me ajudar é porque gosta de mim e realmente quer me ajudar (não se ofereça pra me ajudar por "educação", porque eu aceito mesmo!).
E amigos, pedir ajuda e admitir a dificuldade não é feio!
Mas não somos só nós, os esclerosados, que dependem de alguém. Talvez a maioria das pessoas não "dependa" de outros para fazer suas atividades diárias, mas como ser humano, todos dependemos uns dos outros para viver, ser feliz, amar, crescer...
"Tudo o que vive, não vive sozinho, nem para si mesmo." - Norman Couisins
P.S.: Obrigado mãe, mana, por me ajudarem tanto todos os dias, todos os amigos que estão ao meu lado sempre para me ajudar.
"Tudo o que vive, não vive sozinho..."
ResponderExcluiradorei, Bruna.
Aliás comecei a ler todos os seus posts hoje, desde o primeiro. Estou tentando entender e me acostumar com a notícia que recebi essa semana.
Obrigada por essa iniciativa. Bjs