quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ai de nós...

Oi amigos, tudo bem?
Tenho o hábito de ler jornais de manhã. O primeiro é o Zero Hora, que eu recebo impresso aqui em casa (os outros leio online). Bueno, hoje ao abrir o jornal, li a crônica da Martha Medeiros, que sempre é imperdível (quer dizer, eu gosto), e pensei: Jééééésus, isso é bem verdade!
Claro, não podemos generalizar nada nessa vida. Mas, digamos, é quase um desabafo que eu trago aqui. Eu sei que algumas pessoas vão discordar, e outras vão dizer horrores, mas tudo bem, assumo o risco...hehehe Vou copiar e colar o texto porque a Martha traduziu muito bem uma conclusão que eu cheguei há alguns dias. Aproveitem! Bjs!


"Ai de nós, quem mandou?

Mulheres ganham salários menores do que os dos homens, e líderes feministas seguem lutando para reverter essa injustiça. Mas já não sei se é boa ideia continuar batalhando por igualdade. Depois de ler o resultado de uma recente pesquisa feita pela Universidade de Harvard, fiquei inclinada a pensar que talvez seja melhor manter as coisas como estão. A pesquisa chama-se Schooling Can’t Buy Me Love (Escolaridade não pode me comprar amor) e confirma que mulheres que estudam mais acabam progredindo e, quanto mais bem-sucedidas, menores as chances de se casar. Os homens ainda não estão preparados para abrir mão da superioridade que o papel de provedor lhes confere. E mesmo os mais antenados, que apoiam que suas mulheres sejam independentes, ficam inseguros se elas tiverem cargos de chefia e muita visibilidade. Ganhar dinheiro, tudo bem, mas aparecer mais do que eles já é desaforo.
Beleza. O que vamos dizer para nossas filhas? Estudem, mas fazer doutorado e mestrado é exagero, antes um bom curso de culinária. Tenham opiniões próprias quando conversarem com as amigas, mas em casa digam só “ahã”, para não se incomodar. Usem seu dinheiro para comprar roupas, pulseiras e esmaltes, esqueçam o investimento em viagens, teatro e livros. E, na hora de se declararem, troquem o “eu te amo” por “eu preciso de você”, “eu não sou ninguém sem você”, “eu não valho meio quilo de alcatra sem você”. Homens querem se sentir necessários. Só amados não serve.
Que encrenca que as feministas nos arranjaram. Estimularam o pensamento livre, a autoestima, a produtividade e a alegria de trilhar um caminho condizente com nosso potencial. De apêndices dos nossos pais e maridos, passamos a ter um nome próprio e uma vida própria, e acreditamos que isso seria excelente para todos os envolvidos, afinal, os sentimentos ficaram mais honestos, e com eles os relacionamentos. O amor deixou de ser o álibi para um lucrativo arranjo social. Passou a ser mais espontâneo, e as carências de homens e mulheres foram unificadas, já que todos precisam uns dos outros para dividir angústias, trocar carinho, pedir apoio, confessar fraquezas, unir forças no momento das dificuldades. Todos se precisam da mesma forma, não de formas distintas. Mas há quem defenda que homem só precisa de paparico e mulher de quem tome conta dela, punto e basta.
Nunca imaginei que em 2010 ainda estaria escrevendo sobre isso. Achei que os homens já tivessem percebido o quanto ganham em ter uma mulher inteira a seu lado, e não um bibelô. Acreditei que a competitividade tivesse dado lugar a um companheirismo mais saudável e excitante, onde todos pudessem se orgulhar dos seus avanços e se apoiar nas quedas, mas que iludida: isso é coisa pra meia dúzia de emancipada, filha. Essas mulheres aí que não cozinham, não passam, não lavam, só evoluem, essas não são exemplo pra ninguém, são umas coitadas de umas infelizes que pagam as contas e ainda se acham divertidas, se fazem de inteligentes, querem bater perna em Nova York, pois vão arder no fogo do inferno, vão amargar na solidão, vão se arrepender de ter lido aquela Simone de Beauvoir, vão morrer abraçadas aos seus laptops, aqui se faz, aqui se paga, escreve aí.
Tamo ferrada."

Martha Medeiros - Jornal Zero Hora (25/08/2010)

8 comentários:

  1. Oi Bruna!!!
    A Martha Medeiros falou bem, como sempre.
    Se encontramos um companheiro inteligente, maravilha. Mas se tivermos que optar entre um "amor" ou em sermos mulheres inteiras, independentes, é claro que ficaremos com a segunda opção, pois é a única maneira de encontrarmos o amor verdadeiro.
    ....................

    Amiga estou repassando, abaixo, e-mail que recebi da AGAPEM.
    Como teu blog é um secesso e tem um alcançe enorme, divulgue-o, tá?!!!
    Beijos.
    ....................

    "Boa noite!

    Também para marcar o Dia Nacional da Conscientização da Esclerose Múltipla, convidamos os doutores Márcio Menna Barreto Martins, Maria Cecília de Vecino e Sérgio Haussen para fazer parte de uma mesa-redonda no dia 30 de agosto, às 19h, no Interagir do Parque Gigante do Sport Clube Internacional, com entrada pela Avenida Edvaldo Pereira Paiva, em Porto Alegre. Aproveitaremos a ocasião para oficializar a formação do nosso Conselho Médico.

    Esperamos a todos!

    AGAPEM - Associação Gaúcha dos Portadores de Esclerose Múltipla."

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  2. Oi Bruna, a Martha Medeiros é mesmo ótima, quando crescer quero ser que nem ela... rsrsr
    O que ela diz é verdade. As mulheres evoluíram, mas os homens ainda são anomais quase irracionais. Movem-se pelo instinto e como tal, não aceitam muito bem as mulheres modernas. Triste, mas verdadeiro.

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  3. Aproveitando a liberdade do espaço, não gosto da Martha Medeiros, não gosto, não gosto.
    Gosto desse blog aqui e odiei ver um texto da Martha aqui.
    Li poucas coisas dela nessa vida e odiei todos os textos.
    Matéria prima dela são obviedades e, como se não bastasse isso para me irritar o quanto irrita, ela ainda diz coisas que são idênticas as daqueles babacas que dizem que mulher ama é cartão de crédito e etc.
    Eu não amo cartão de crédito, e não gosto de "homens" que dizem que mulheres amam cartão.
    Não acho certo também mulheres que dizem que homens amam bibelôs por exemplo.
    Primeiro por que conheço o direito de homens apreciarem delicadezas com uma ótica bem diferente a questão não é que queiram bibelôs.

    Não ao menos os homens que entram na minha vida.

    Na minha vida não entra homem que não suporte ser amado por uma mulher independente e madura, por que será?
    Por que será que na minha vida nunca passou nem perto homem como os que ela descreve?
    Grr, me irrito com esse tipo de texto.
    Irritação é sintoma de EM?

    Passando aqui para deixar beijos a todos e todas, perdão pelo sincericídio e parabéns pelo espaço democrático.

    Bruina por favor responde meu segundo email?

    Beijos e parabéns a todos pelo dia do internauta.

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  4. Perdão, corrigindo a digitação :

    "Bruna* por favor responde meu segundo email?"

    Bjks

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  5. Obrigado pela divulgação Neyra. Também recebi esse email e vou reforçar o convite mais próximo do dia.
    Xuxu, pra que tanta revolta? Heheheh
    Lembre-se de que nem tudo que é óbvio pra gente é óbvio pra todos. Não gostar da Martha é um direito seu, mas já vou avisando, de vez em quando ela aparece por aqui...hehehe
    E se vc nunca encontrou um homem desses, feliz de vc que não tem "dedo podre" ou nunca se enganou...heheheh
    Bjs

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  6. Quando o óbvio precisa ser dito e repetido, alguma coisa muito errada acontece! A pesquisa que o texto refere é uma constatação de um fato: assim como mulheres com maior escolaridade não conseguem encontrar um parceiro para dividirem a vida, os casais de hoje estão demorando muito mais para terem o primeiro filho, assim como o casamento virou uma instituição em desuso. A pergunta que não quer calar é: e essas mulheres estão atrás de um parceiro, querem compartilhar a sua vida com alguém, precisam disso? Acho que não, pois são autossuficientes, não são mais dependentes do pai e, quando casam e saem de casa - na antiga família era assim, não passam a ser dependentes do marido. Vivem com alguém por opção e não por necessidade. Com certeza, o artigo partiu da premissa de que os homens precisam que as mulheres sejam dependentes deles para poderem estar no controle da relação. O que nem sempre é verdadeiro e, como representante do gênero, devo discordar... hehehe.
    Mas o debate é bom e só por isso o texto já merece aplausos.

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  7. Muito bem colocado Tiago. Como eu disse, não dá pra generalizar nada nesse mundo. Não creio que alguém seja completamente autosuficiente, e acho que sim, as mulheres (pelo menos eu) querem um parceiro. Mas parceiro é aquele que caminha junto, não o que quer andar na frente né? Hehehe
    Bjs

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