quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pisando firme

Oi amigos, blz?
Finalmente instalaram a Net aqui em casa. Vai demorar um pouquinho pra eu me organizar em tuuudo que tenho que fazer na rede. Mas vamos lá, porque o mundo não para porque a gente precisa.
E sim, tenho muitas histórias pra vocês.
Vou começar pela que eu acho mais significativa dos últimos dias: voltei a usar a Rosinha, a minha bengala (pra quem não viu ela ainda, clique aqui).
Ao contrário do que eu pensei, não foi tão difícil.
Desde que começou a fazer frio de verdade, estava difícil de caminhar sem um apoio. Mas como a gente só se mexe quando a água bate na bunda, resolvi deixar a bobeira de lado e tirar a bengala de dentro do guarda-roupa.
Antes que vocês se preocupem, está tudo bem. Mas com o frio, parece que as "junta" congelam. Aí fico andando que nem bêbado (praqueles que não bebem, é a mesma sensação de quando se faz uma aula de natação bem puxada e parece que as pernas somem na hora de caminhar). E como as ruas não tem corrimão, o jeito é usar a bengala.
E antes que vocês achem que foi fácil, não foi não. Usar a bengala é quase que um re-reconhecimento da doença. É aquela história de o que os olhos não veem o coração não sente. Por ser quase sempre invisível, a EM fica fácil de se esconder. Não dos outros só, mas de si próprio também. Usar a bengala é tirar a invisibilidade da coisa.
Ao sair na rua as pessoas olham com um olhar muito desconfiado. Dá vontade de usar uma camiseta escrito em letras enormes: EU TENHO ESCLEROSE MÚLTIPLA.
Mas como acho que não seria fashion, deixo as pessoas curiosas.
Uma coisa curiosa é que aqui em Porto Alegre as pessoas reparam menos, ou fingem melhor que não reparam. Mas quem não faz nenhum esforço pra disfarçar a curiosidade são as pessoas idosas. Sei que ficam mortas de vontade de perguntar. Pra quem pergunta eu explico. As outras deixo pensando o que quiserem.
Vai ver elas acham que eu roubei a bengala de alguma velhinha na rua. Ou, como diz minha mãe, devem achar muito bonita e ficam pensando onde será que eu comprei. Mas a melhor alternativa foi dada pelo namorado da minha prima, segundo ele, elas devem pensar: o que será que essa senhora usa pra parecer tão jovem?
Hahahaha
Tenho usado a bengala principalmente pra ir à aula, porque preciso pegar ônibus e ando sozinha. Quando ando com alguém da família, os transformo automaticamente em minha bengala...hehehe
Apesar de não ser fácil voltar a usar a bengala, foi um alívio muito grande caminhar com mais segurança. O mal psicológico passou rapidinho ao sair na rua e pisar firme no chão.
Ainda assim, tenho sentido muita dor, por causa do frio. Mas não é nem o frio, nem a dor que vão me deixar em casa.
Se você está passando pelo mesmo perrengue que eu, tente usar uma bengala pra andar. Sim, as pessoas vão olhar com desconfiança e até reprovação. Mas você vai se sentir bem mais seguro, livre e independente.
Até mais!
Bjs

3 comentários:

  1. Oi Bruna, tenho sentido também muita dor nas pernas e dificuldade para caminhar com este frio, mas ainda não fiz uso de bengala, só a filha ou familiar quando andam junto, do contrário ando mais lenta que tartaruga. A minha filha acha graça, comenta quando alguém da terceira idade me ultrapassa heheh dou risada junto, mas não consigo andar rápido fazer o q? heheh aprender a conviver com EM e aproveitar cada dia. Beijos

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  2. Bruna.... adorei esse papo "do q essa senhora usa p parecer tao jovem"!rsrs
    confesso q tenho la minhas resitencias p utilizar minha muleta. ha alguns meses nao tenho precisado, mesmo c esse frio.
    É exatamente o q vc disse, toda vez q necessito dela, e como se eu re-reconhecesse a tal da EM.
    Quanto essa ideia da camiseta...rs
    Olha q podemos pensar melhor nisso! Ja existe a "DASLU", "DASDOIDA", "DASPUTA" que tal, lançarmos "DAS ESCLEROSADAS"? bjo gde... força p nós amiga!!!

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  3. É isso aí!!! Força!!! Espero que dê tudo certo pra vc nessa nova vida e com bengala ou sem ela, o importante é não deixar "a peteca cair" e seguir a vida com fé e otimismo!!! Um beijão

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