sexta-feira, 4 de junho de 2010

E a ignorância ataca outra vez...

Oi amigos, blz?
Estou desde quarta-feira doida pra contar um fato pra vocês.
Estava eu na aula, comentando um texto sobre merchandising social e falei sobre meu estudo sobre deficiente físico na mídia e tal. O assunto rendeu outros comentários sobre acessibilidade.
Até aí, ok né. Mas uma colega, pouco esperta, fez o seguinte comentário:
"Lá na empresa onde eu trabalho, contrataram um deficiente por causa da lei que obriga a empresa a contratar, e tá rolando um stress porque o cara ganha a mesma coisa que as outras PESSOAS, e rende menos porque é deficiente".
Geeeeeeeeeeeeeente...queria socar a loca. Coloquei a palavra pessoas em maiúsculo porque ela deu ênfase na palavra, como se deficiente não fosse pessoa.
O pior, a professora interrompeu pra que voltássemos ao texto e não pude nem falar tudo que ficou trancado na garganta.
Primeiro, queria falar que a maioria dos deficientes que conheço e tem emprego são super eficientes e são contratados pela eficiência, não pela deficiência.
Segundo, queria perguntar pra ela se todos no emprego dela são robôs que produzem de forma homogênea todos os dias. Queria perguntar pra ela se ela não tem nenhum colega vagabundo que rende muito menos e, aparentemente, não tem deficiência alguma.
Não sei qual a deficiência do colega dela. Também não sei se o cara não é um deitado que não faz lá grande coisa. Mas acho que, se ele não produz muita coisa, é porque não produziria sem a deficiência também.
Fiquei puta da vida com a ignorância dela. Uma mulher de 30 e poucos anos, fazendo mestrado e me fala uma asneira dessas... isso que, pra ser ignorante não precisa muito estudo.
Não sei como vocês sentem essa questão de emprego, mas me parece que, a pessoa com deficiência, seja ela qual for, não pode ser só bom no trabalho, tem que ser extraordinário. É como se a gente tivesse que provar que é melhor, ou agradecer a "maravilhosa chance" que o empregador está nos "dando". Isso também me deixa muito puta da vida.
Ufa! Desabafei. Compartilhar indignação dá um alívio.
Ah, falei pruma colega que ia contar essa história no blog, já que não pude abrir o bico na hora e ela me disse: vai que a colega lê.
Bom, espero que, se ela ler, aprenda alguma coisa. A ficar de boca fechada, por exemplo.
Porque é lógico que ela vai dizer: não foi por mal, eu não tinha má intenção.
Pois é, mas como já cansei de falar, de boa intenção o inferno tá cheio.
E mais, me pergunto, como profissional das ciências exatas (ela é da computação), será que ela acha que o Stephen Hawking produz menos que ela?
Algo me diz que não... hehehe
Até mais
Bjs

P.S.1: a todos que me pediram o guia jurídico, estarei enviando segunda-feira.
P.S.2: alguém aí já viajou de avião e levou o interferon. Uma leitora do blog me pediu como fazer e eu não sei. Se alguém souber, favor me enviar por email: bruna.rochasilveira@gmail.com

6 comentários:

  1. Também gostaria que me enviasse o guia. Meu email: patfap@bol.com.br
    Sou portadora e sempre passo por aqui.
    Felizes dias pra você.
    pat

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Oi Bruna!!!
    Esta tua colega é mesmo "sem noção".
    Fizestes muito bem em "desabafar" no teu blog, quem sabe ela lê e sente, pelo menos, um pouquinho de VERGONHA, né?!!
    Beijinhos,
    Neyra

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  4. Oi, linda. Sua colega pode até vir a dizer que não falou por mal, mas ao falar demonstrou uma mentalidade excludente que faz mal. Essa mentalidade é a base do preconceito e tudo de ruim que ele causa. Eu faço uso do interferon peguilado, e nas viagens que fiz levei num recipiente de isopor com gelo, sem qualquer problema. Talvez não tenha entendido o contexto da pergunta.

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  5. Oi Bruna, se for possível, tambem gostaria de receber o guia jurídico, meu e-mail:
    mariana291@yahoo.com.br,]

    obrigada. bj

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  6. Nossa, acho que eu não teria tanta classe como vc, Bruna... Há um mês eu passei por situação parecida, quando uma profissional médica que trabalha comigo, disse que uma das crianças que atendíamos no CTI não tinha "cara" de EM. Aí eu na mesma hora perguntei: "Uai, e eu? Tenho "cara"? Ela ficou azul, amarela, vermelha, verde de vergonha e se calou. Pelo menos viu a bobagem que disse... Foda...

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