quarta-feira, 1 de julho de 2009

Rápido, objetivo e de emergência

Oi queridos, td blz?
Já se torraram o saco de notícia de acidentes aéreos? Vou falar só mais um pouquinho sobre eles, pra introduzir meu tema psicológico de hoje.
Dizem que quando há um acidente aéreo, você pode esperar que vem mais 2. Sim, eles vem em trio. E a prova tá aí, ontem foi o terceiro.
Além de constatar que bateu a miudinha (a coisa tá feia) na França (foi tudo com avião francês, ou com francês dentro), ficamos vendo na tv e nos jornais as famílias das vítimas sofrendo com as suas perdas.
Descobri que existe no Brasil um instituto de psicologia que atende os parentes das vítimas. Como descobri? Com a nova psicóloga que chegou aqui na cidade e me ajudou a perder um pouco do estereótipo que eu tinha de psicólogos.
Como já contei aqui , minhas experiências com psicólogos não foram muito boas. Porque? Porque o meu problema, quando eu procurava psicólogos, se referiam ao meu diagnóstico, a eu ter de me adaptar e me habituar a essa nova situação. Daí eu chegava lá e o psicólogo começava a perguntar da minha infância e blablabla. Pô, minha infância foi ótima, vamos voltar ao meu problema? Daí vinham eles querendo saber da minha relação com a família. Pronto, daí não voltava mais, porque se a terapia ia começar com a história do meu parto, até eu chegar ao ponto que eu queria, a Esclerose Múltipla, eu ia ter gastado todas as economias da família e já estaria com o dobro de idade. Por isso desisti.
Mas, há algumas semanas, a nova psicóloga da clínica do meu papi e da minha mami me ligou pedindo se eu fazia um material de divulgação pra ela, porque o trabalho dela era diferenciado e novo aqui.
Pensei: ebaaaa! trabalho! uhuuuu!
E fui lá!
Ela foi me contando tudo o que já fez (e foi muita coisa gentes) e nisso citou o Grupo IPÊ - Intervenções Psicológicas em Emergências (dá uma olhada aqui sobre o trabalho deles), criado para atender as famílias de vítimas de acidentes aéreos, lá no primeiro acidente da TAM.
A especialidade dela é psicologia hospitalar e do luto. Ou seja, se você tá lá no hospital e tem que ser amputado por causa dum acidente, ela vai lá e tenta "resolver" com você essa nova situação na sua vida, as mudanças que isso traz, suas perdas de auto estima, etc.
Com o luto (outra especialidade dela), acontece a mesma coisa. A pessoa que perdeu um ente querido não quer fazer terapia da sua vida, ela quer resolver o problema atual: a perda.
Para isso, a Magali (a psicóloga) usa um tipo de psicologia que se chama Psicologia Breve de Apoio. No folder dela eu resumi o que é essa psicologia assim:
"A Psicoterapia Breve é uma abordagem psicoterapêutica que trabalha em cima de objetivos definidos e estabelece um foco. Os objetivos terapêuticos estão ligados à necessidade imediata do indivíduo, à superação dos sintomas e a problemas atuais da realidade. O enfrentamento de situações de conflito, a aquisição da consciência da enfermidade e a recuperação da auto-estima são objetivos a serem alcançados pelo terapeuta e pelo paciente.Na psicologia breve os encontros terapêuticos ocorrem, em média de 6 a 20 sessões."
Massa né? Eu achei o máximo! Porque diabos ninguém fez isso comigo quando eu precisei?
Então gentes, se você foi diagnosticado há pouco, ou tá passando por um problema pontual atualmente, procure um psicólogo que trabalha com esse tipo de terapia. Eu recomendo!
Depois, se você quiser deitar num divã, gastar rios de dinheiro e de tempo contando sua vida (eu sei que isso funciona pra algumas pessoas, e fico feliz que funcione), pelo menos seu problema de urgência estará resolvido na sua cabeça.
Problema psicológico todo mundo tem de alguma forma. Mas na hora de uma emergência, por um acidente digamos, você precisa duma ambulância rápida e dum pronto-socorro, ou você vai prum consultório médico e espera 2 horas para ser atendido?
Sei que deve tá cheiiiiiinho de psicólogos dizendo que isso não é terapia e blablabla. Mas acho que isso acontece por ser um tipo de terapia relativamente nova, e, como tudo que é novo, assombra, assusta e repele.
Espero que essas informações tenham sido úteis pra vocês. Eu fiquei muito feliz em conhecer essa forma de psicoterapia.
Ah, e por precaução e falta de bufunfa, não vou à Paris nesse findi...hehehe

Até amanhã!
Bjs

Em tempo: o folder ficou lindão, só falta imprimir.

3 comentários:

  1. Quando alguém sai do quadrado e mostra que ninguém precisa ficar preso ao estereotipo (ou menos, nesse caso ai, ao que aprendeu na faculdade) faz uma diferença enorme, né? Sabe, eu realmente gosto quando quebram os conceitos mal formados que eu tinha a respeito de algo que repudiava.
    Psicologos podem ser o máximo tb, mas os melhores terapeutas que EU tive, não eram necessariamente os formados em psicologia...
    Alias, o teu blog, por exemplo, pra mim, é uma ótima terapia hihihi
    Beijos

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  2. Pois é Lak, vocês aqui da net, blogs como o teu, do Jairo e os comentários que recebemos, é a melhor terapia que já fiz na vida.
    Mas gosto também daquela terapia de bar, com um copo de chopp e muita risada...heheh
    Bjs

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  3. Obrigada Bruna por entender o nosso trabalho e e principalmente por acreditar nele.
    Quanto ao folder, gostei demaissssssssssssss.
    Bjs.

    Magali Dall'Oglio

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