terça-feira, 29 de outubro de 2013

Diário de viagem - Dinamarca - parte 1

Oi queridos, tudo bem com vocês?
Existem muitas coisas inquietando meu coraçãozinho, por isso tá difícil de escrever... mas vou tentar contar como foi a nossa linda viagem pra Dinamarca.
Primeiro, pra quem tá chegando por agora aqui no blog, como eu fui parar em Copenhague. Porque até chegar lá, foi uma novela com reviravoltas emocionantes...hehehehe.
Bom, primeiro, lá em julho o pessoal da Novartis lançou a campanha MSanOurStory, e eu postei aqui pra todo mundo enviar seu vídeo de 3 minutos contando uma história sua com a EM: http://esclerosemultiplaeeu.blogspot.com.br/2013/07/conte-sua-historia-e-concorra-uma-viagem.html
Os cinco vídeos mais votados ganhariam uma viagem pra Copenhegen, durante o ECTRIMS. Aí eu pedir, descaradamente votos pra poder ir: http://esclerosemultiplaeeu.blogspot.com.br/2013/07/vota-ni-mim.html
Mas, no dia 30 de agosto, Dia Nacional de Conscientização da EM, recebi um email dizendo que a campanha não tinha funcionado muito bem e que iam nos levar pra Turquia no ano que vem. Eu fiquei putíssima (http://www.esclerosemultiplaeeu.blogspot.com.br/2013/08/dia-nacional-de-conscientizacao-da.html) e, além de escrever sobre isso no blog, respondi o email falando sobre meu descontentamento.
Logo depois, recebi uma ligação da querida da Raquel, da Novartis, dizendo que eles lamentavam muito e tal e que estavam fazendo de tudo pra reverter a situação porque os cinco ganhadores seriam brasileiros. Ou seja, o escritório de comunicação da Novartis Brasil fez o tema de casa direitinho né?
Bom, pra minha surpresa, no dia 17 de setembro recebi um email dizendo que eu iria sim pra Copenhagen (http://esclerosemultiplaeeu.blogspot.com.br/2013/09/ta-na-hora-de-voar-pra-dinamarca.html).
Foi muito louco se preparar em tão pouco tempo. Mas tudo bem, afinal, eu não ia planejar a viagem, isso era por conta da Novartis.
Fiquei bem triste de não poder levar acompanhante. Por dois motivos. O primeiro, porque momentos felizes a gente quer compartilhar com quem ama. E segundo, porque eu tenho Esclerose Múltipla e preciso de ajuda pra algumas coisas. Infelizmente a Novartis nos deu a viagem mas esqueceu de ler o básico sobre EM. No decorrer da contação de causos vocês vão entender que isso é não é uma reclamação, mas uma crítica para que eles pensem melhor na hora de planejar a próxima viagem.
Fiquei super ansiosa, claro. Quem não ficaria?
A primeira coisa que pensei foi: como vou ficar trocando o gelo do avonex em tantas horas de viagem? Entrei em contato com a minha médica e, como eu nunca falhei nenhuma vez, ela deixou eu ficar livre do avonex uma vezinha só. Já fiquei mais tranquila. Com a receita de todos os outros remédios em mãos, mala pronta pra enfrentar friozão e muita vontade de conhecer gente e lugares novos, embarquei no dia 01 nessa viagem linda.
Aqui no aeroporto de Porto Alegre já me encontrei com a Marcia Denardin, queridona e parceira já de longa data via internet. Como é bom poder abraçar pessoas que a gente gosta e admira né?
Chegando em Guarulhos, encontramos o Rodrigo Drubi no check-in. Eu o reconheci por conta do blog dele, que eu acompanho desde o início. Ali fomos nos reunindo até a turma estar reunida: Eu, Marcia, Rodrigo, Thais, Jefferson, Grayce e Jobson.
Se você fizer as contas, tá sobrando gente né? Afinal, não eram 5? Então... a Thais era a nossa acompanhante da Novartis. Já a Grayce e o Jobson foram os felizardos que foram juntos. Na verdade, o vídeo foi feito pela Grayce, uma queridona que é esposa do Jobson, que tem EM. Ela fez o vídeo contando a história dele. Aí, na hora de darem o prêmio, acharam por bem dar a viagem aos dois. Eu também achei justo. Só não achei justo todos nós não podermos levar um familiar junto. Se o critério era por estar presente na história contada, no meu vídeo eu falo da minha mãe e a Marcia fala do filho, certo? Se o critério, como nos explicaram era a necessidade do portador, tenha dó né, todos nós precisamos, todos temos a mesma doença. Pobre da Grayce, virou acompanhante, cuidadora, ajudante de todos nós (obrigada).

Raquel (que deveria ter ido com a gente), Euzinha, Marcia, Jobson, Grayce, Jefferson, Rodrigo e Thais,
antes do embarque
Bom, nossa primeira aventura foi pegar o voo... vocês sabem, 5 pessoas com mobilidade reduzida tendo que atravessar um aeroporto pra chegar no portão de embarque não é fácil. Quem tem EM acaba sendo mais lento em coisas simples, como tirar e colocar o cinto na hora de passar pelo raio-x, então o negócio é fazer tudo sem pressa. Mas como vimos que já estávamos na última chamada, eu e a Marcia, que estávamos caminhando bem naquele dia, apressamos o passo pra avisar que estávamos ali, chegando devagarinho, nós 7. Quase sem fôlego chegamos no portão de embarque e avisamos que tinha mais gente vindo e que precisariam de ajuda por conta da mobilidade reduzida.
Isso entra na conta de coisas que os organizadores esqueceram: pra viajar com esclerosado tem que pedir os serviços especiais de mobilidade dos aeroportos SEMPRE! A gente nunca sabe como vai acordar no dia do voo, e mesmo aqueles que caminham bem quase todos os dias, pode acordar com uma fadiga monstra e a perna pesando 200kg no dia do embarque. Por isso é importante pedir os serviços especiais das companhias aéreas. Quando questionei a Thais porque eles não tinham feito isso ela me disse que "ninguém tinha pedido". Pelamordedeus... faltou ler um folder sobre EM. Em qualquer folderzinho bagaceiro sobre EM tem lá que a pessoa com EM pode ter mobilidade reduzida, por consequência, tem direito aos serviços especiais. Eu não sei, mas se sou eu planejando uma viagem pra cinco pessoas com EM, que eu não conheço e não sei em que condições se encontram, eu garanto, desde o início, que eles terão 100% de acessibilidade durante todo o percurso e um acompanhante por pessoa também. Já imaginou se os 5 ganhadores fossem cadeirantes? Como é que um acompanhante do laboratório ia se virar com 5 cadeirantes esclerosados? Não ia né... ia arrancar os cabelos e pedir demissão. Fato é que eles tiveram um pouco de sorte nesse aspecto, mas nem tanto, porque a cada conexão em aeroporto eu tinha que gastar meu inglês pra explicar porque precisávamos de transporte especial dentro do aeroporto. E, mesmo assim, não tivemos esse transporte para todos em todos os aeroportos. A Marcia e o Jefferson caminharam quilômetros no aeroporto de Munique. E em Copenhagen eu e a Marcia "dirigimos" as cadeiras do Jobson e do Rodrigo... imaginem a aventura!
Então, fica a dica pros queridos amigos da Novartis: da próxima vez, acompanhante pra todos e nem precisa perguntar, é necessário acessibilidade universal para todos e contrato de serviço especial nos aeroportos. No post do último dia vocês vão ver a importância desse serviço especial depois de saber da nossa última grande aventura atrasando o voo de Munique pro Brasil :P (aguarde...). *vou colocar todas essas dicas que eu considero importantes num post só...no final da "saga".
Bom, mas depois que todos estavam no avião, respiramos aliviados, sentamos na nossa classe econômica (apertaaaada) e começamos a curtir a viagem.
Dei uma olhadinha na revista do avião e vi que o menu de filmes pra ver a bordo era maravilhoso. Então, não precisava me preocupar com a falta de sono, podia ficar vendo filme durante as 12h até Munique, tranquilinha.
O voo foi tranquilo, com pouca turbulência e muita comida. Gente, o que os voos domésticos economizam de comida, esses voos internacionais nos entopem.

Janta

E o café da manhã (faltou as fotos dos lanchinhos...)

E tinha um menu de filmes maravilhosos pra ver durante a viagem. Na ida eu vi Universidade dos Monstros e O Grande Gatsby. Dei umas cochiladas, fui diversas vezes no banheiro e quando as costas estavam queimando já, chegamos em Munique.
Em Munique foi outro gasto de vocabulário de inglês pra fazer as pessoas entenderem que precisávamos de transporte dentro do aeroporto. Foi uma loucura, porque a tiazinha que dirigia o carrinho elétrico achava que tava numa pista de kart...e não tinha puta merda pra se segurar. Enfim, eu, o Jobson e o Rodrigo fizemos o aeroporto de carrinho, já o resto do pessoal andou quilômetros.
Bom é que em Munique, no aeroporto, tem serviços muito bons pro pessoal que tá esperando voo. Aqui no Brasil, se você quer tomar uma cafézinho na sala de embarque, vai desembolsar pelo menos 5 reais. Lá, como vocês podem ver pela foto abaixo, tinha máquina com trocentos tipos de café e chás e jornais do mundo inteiro à disposição, pra passar o tempo. Claaaaro que eu tomei café, cafézinho, capuccino, mocaccino, chocolate quente, etc... Di grátis, eu tomo!



Bom, dali pegamos o voo pra Copenhague. Um voo lindo. Dessa vez eu fui na janelinha, olhando a lindeza que é Azorópa!
Uma coisa que me chamou muito a atenção foi o número de parques eólicos em todo o caminho...até no meio do mar tem parques eólicos gigantescos. Achei fantástico.
Chegamos lá e fomos recepcionados por sereias no aeroporto e por um viking no táxi... hahahahaha. Sério gente, o motorista do nosso táxi era gigantesco. Eu não ia postar foto dele, mas só porque ele brigou com a gente dizendo que não quer foto dele no facebook ou qualquer uma dessas merdas (palavras dele), estou postando. O cara super delicado, soquenão, gritou com a gente no carro só porque a gente não sabia que a porta era automática. Começamos bem a relação com os dinamarqueses né? hehehehehehehe
Recepção viking

Ao chegar no hotel, me assustei com a plaquinha avisando sobre batedores de carteira. Não esperava ver isso na Dinamarca. Até fotografei



Pior que isso foi que, conversando com a minha neuro, que foi no ECTRIMS, ela me contou que roubaram a carteira dela lá em Copenhague, pode isso Arnaldo? Choquei! Tudo parece ser tão organizado, seguro, etc...
Bom, depois de nos instalarmos no quarto, de eu testar as torneiras pra entender como funcionava (esqueci dessa foto, mas o chuveirinho era algo...o micro banheiro também), fomos arrumar alguma coisa pra comer e dar uma passeada pela cidade antes de desligar total.
O taxista, esse bem mais simpático que o outro, nos levou a um restaurante super gostoso no centro da cidade. Como tinha que esperar um pouco por uma mesa, fomos dando uma voltinha pela rua. Tão bonitinha... mas conforme avançamos na rua, vi que era uma rua de serviços que não me interessavam tanto, mas tirei uma foto pra vocês verem que lá o negócio é bem explícito mesmo

Grupo reunido na frente do restaurante

Explorando a rua...

E olha só o que achamos


Depois duma Tuborg (cerveja meia boca que eles tomam muito por lá), muita carne e uma sobremesa de-li-ci-o-sa,




fomos pro berço porque o segundo dia prometia. E foi lindo, como eu contarei num próximo post...
Até mais!
Bjs

4 comentários:

  1. RESUMO. PAPOU BEM, NÉ? ...
    FAZIA TEMPO Q Ñ, ME METIA AQUI. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    ResponderExcluir
  2. Eu ri nessa parte "iam nos levar pra Turquia no ano que vem" haha (será que alguém aqui assistia a novela? ok)
    É uma pena que eles não estivessem preparados para lidar com portadores de EM, mas ainda bem que no fim deu tudo certo =)

    ResponderExcluir
  3. Gostei da sua aventura. Principalmente em saber que na Dinamarca tem batedores de carteira. Que legal! Tô me sentindo no primeiro mundo agora. kkkk

    ResponderExcluir
  4. muito legal, vc escreve deliciosamente, parece que a gente ta lá

    ResponderExcluir

Ajude a construir esse blog, deixe aqui seu comentário, dúvida, críticas e elogios.