quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sem chuva, por favor!

Oi queridos, tudo bem?
Nossa, pisquei o olho, já é quinta-feira e nem contei metade das coisas que queria contar pra vocês.
Mas, vamos lá.
Hoje é o primeiro dia de sol dessa semana. Estava virando sapo já nessa cidade. E chuva não combina com gente sem equilíbrio né. Eu não sei vocês, mas não consigo ter equilíbrio decente pra caminhar em dia de chuva.
Na terça eu tinha uma reunião pra ir à noite. Naquele frio de 8 graus, com uma chuuuuuva que insistia em cair, mas resolvi me aventurar, afinal, compromisso é compromisso.
Não, não levei guarda-chuva. Minha avó já cansou de brigar comigo por isso. O fato é que ou eu caminho ou eu seguro o guarda-chuva. Fazer as duas coisas ao mesmo tempo é complicado. Além do que, meus braços são de macarrão, lembram? Fraquinhos. Não parece, mas um guarda-chuva pode pesar toneladas na minha mão.
Pois bem, coloquei meu jaquetão de nylon (no interior do RS as pessoas chamam de japona...hahahaha), porque seca rápido e pensei que se eu fosse de tênis ou sapatinho, inevitavelmente passaria a noite com os pés e calças molhadas. Resgatei minha bota de guerra do fundo da sapateira, fiz a jequice de colocar a calça pra dentro da bota (eu sei que tem gente que diz que isso tá na moda, mas eu continuo achando jeca) e fui.
Quase congelei no ponto de ônibus. Atolei na areia, enfiei o pé numa poça de água e, pro grand finale, caí na porta de entrada da faculdade. Eu, meus livros e minha dignidade foram por água abaixo.
Sorte que na porta sempre tem um segurança, que me ajudou a levantar. Quando ele perguntou se tava tudo bem, se eu não tinha me machucado, a minha vontade era de dizer que não tava nada bem e que minha alma tava em pedacinhos. A velha dor moral que vem a cada tombo.
Como boa menina crescida, engoli o choro, subi pra biblioteca e lá, no meio dos livros, entre as estantes que só eu frequento, me permiti respirar fundo, chorar um pouco, pra desengasgar o que ficou trancado na garganta. Primeiro eu tava chorando de brava, porque quando isso acontece eu tenho a sensação de que não tá certo isso, eu faço tudo direitinho, essas coisas não deviam acontecer. Mas aí fiquei conversando com o Stuart Hall que estava na capa de um livro, me acalmei um pouco, pensei que eu não sou a única pessoa que cai num dia de chuva e xinguei as minhas botas de estimação. Saí dali mais recomposta. O bom de chorar em dias frios e de chuva é que ninguém repara no seu nariz vermelho, nem acha estranho você fungar um pouquinho.
Valeu a pena? Sim, valeu. A reunião foi boa, produtiva. Mas tomei algumas decisões depois dessa situação. Uma delas é que as botas só serão usadas novamente quando meu equilíbrio estiver em 100%. Outra é que quando estiver chovendo daquele jeito, não saio mais na rua. Ou não saio sozinha pelo menos. Podem achar que é bobagem, mas eu não tenho saúde mental pra ficar passando por essas situações todos os dias. Sofrimentos evitáveis, eu evito mesmo.
Mas, uma notícia boa, que eu já ia contar na semana passada mas, na esperança que acontecesse novamente, deixei pra essa semana: o Avonex não me faz mais cócegas. Quer dizer, ainda fico com um pouco dolorida no dia seguinte. Mas já faz duas semanas que não dá febre, que eu durmo a noite inteirinha como uma pedra, que eu acordo disposta pra fazer o que for. Depois de dois anos e meio tomando essa medicação eu finalmente estou sabendo o que é tomar remédio pra passar bem e não pra passar mal. Espero que continue assim...
E já que a chuva passou, uma musiquinha com clipe fofíssimo e tudo a ver, pra animar o dia

Até mais!
Bjs

17 comentários:

  1. Boa noite Bruna!
    Seu blog foi a primeira coisa que apareceu qnd digitei "esclerose Múltipla" há 3 meses quando a EM surgiu na minha vida.
    Desde então acompanho suas postagens!
    Adoro!
    Obrigada por fazer tudo ser tão simples...
    beijos,
    Carolina.

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    1. Obrigada Carol por nos acompanhar aqui!
      Sinta-se a vontade nesse espaço viu ;)
      Bjs

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  2. Ai, não, definitivamente chuva não combina com EM. Pra mim o pior é a combinação bengala e guarda chuva, não rola. Uma coisa ou outra. E as pessoas não entendem que não é que gostamos de pegar chuva, mas que é dificil se equilibrar com guarda chuva ou que os braços cansam, não é que gostamos de pisar nas poças d'água, mas é que simplesmente não conseguimos pular. Quando saio na chuva imagino que sou tipo um carro de rally, haha, off road, se tem uma poça d'água eu passo por cima mesmo, hehehe de propósito (tá é q pq não consigo pular, mas é mais divertido desse jeito, hehe).
    Beijos

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    1. Hahahah...carro de rally é uma boa comparação. E pular...bom, pular é uma coisa que eu nem sonho em conseguir fazer.
      Imagina nós dois andando na chuva...as pessoas vão achar que é um casal de loucos...hehehe
      Bjs

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  3. Bruna,vc é muito corajosa de sair com frio e pra piorar com chuva,eu não saio sozinha nem com sol muito menos com chuva,equilíbrio?Nem sei mais o é isso,rsrsrs.E pra complicar troquei meu medicamento agora vou usar o Betaferon,tomara que eu me adapte bem.Olha aqui também tá muito frio e olha que aqui é muito quente mas que tá frrrrrrrrio tá.Beijos querida,Zildelena.

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    1. É que eu gosto de viver perigosamente. Pra algumas pessoas, viver perigosamente é se enfiar numa trilha na Amazônia... pra mim é sair na rua mesmo...hehehehe
      Bjs

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  4. Estarei começando o tratamento com Gilenya (fingolimode) na semana que vem e relatarei no meu blog como estou me sentindo.

    Menina, esta jaqueta de nylon é ótima! Queria ter uma, mas aqui no Rio de Janeiro é difícil encontrar.

    A bota é de salto? Pois salto alto e EM não combinam muito...

    Agora imaginei a cena chata: andar na rua com guarda-chuva na mão, a bengala na outra e uma mochila nas costas... Aja equilíbrio para segurar isso tudo...!

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    1. Manda o link do blog pra gente acompanhar Lorena. E boa sorte!
      Salto alto? Nunca usei. Passei da idade em que não se usa salto para a esclerose múltipla. E nunca fez falta também.
      Já bengala e guarda-chuva, não rola meeeesmo. Prefiro andar na chuva e ficar um pinto molhado na rua.
      Bjs

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  5. Oi Bruninnha e amigos deste querido blog!
    Que bom amiga que o Avonex não está mais judiando de ti!

    Me sinto muito insegura na chuva!
    Uso uma bengala canadense no braço direito, então se a chuva estiver forte seguro uma sombrina leve no outro braço, isso se não estiver levando nenhuma sacolinha, o que é raro.
    Chuva fraca? Paciência... deixa molhar, pois a bengala já atrapalha bastante e mais uma sombrinha ninguém merece kkkkk...
    Quanto as poças... ai ai ai deixa prá lá... qualquer coisa, eu sei nadar kkkkk...
    Evito sair à noite, porque no escuro minha falta de equilíbrio piora, se é que isso é possível. À noite e chuvendo? Nem pensar!
    Meu tênis não passa àgua e não escorrega... ufa!!!
    Eu quero uma jaqueta ou casaco impermeável e com gorro, mas tá difícil encontrar pois sou tamanho plus, beeem PLUS. kkkkk....

    Beijinhos a todos e um muito especial pra ti, Bruna! ♥☼♥

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    1. Casaco impermeável tamanho plus? Se chegar lá no brechó eu reservo pra ti Neyra. Sabe né, só compro roupa no brechó do Dias: boas, bonitas e baratéééééérrimas.
      Bjs

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  6. Ah Neyra exagero seu vai,com EM ninguém é capaz de ficar andando na chuva,seja com bengala,sombrinha e coisa e tal,com dia seco já é um sacrifício andar na rua com chuva então.Nós temos limitações e infelizmente temos que nos acostumar com essa vida.Te admiro pela sua alegria e coragem sempre.Bjos querida,Zildelena.

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    1. Obrigada Zildelena!
      Alegria sim, coragem nem tanta... é que as vezes a gente tem que encarar a chuva... fazer o que?!! Mas é difícil!!!
      Vou rezar para que te adapte muito bem ao Betaferon!
      Fica bem querida, beijinhos ♥

      "Venho de tantas tempestades que perdi o meu medo da chuva..."
      (Virgínia Mello)

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    2. É...só na obrigação mesmo...hehehehe

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  7. Oi Bruna!
    Muito bom! Se todos os esclerosados forem como eu: mais firme que poste em banhado, o melhor é ficar em casa em dia de chuva (eheheheh....)
    Beijos, Beti

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  8. Olá Bruna!
    Estou muito feliz pela sua adaptação a medicação! Vivo a mesma situação. É tão bom quando a gente acorda sem aqueles sintomas! Fico radiante a cada conquista! Beijão!

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    1. É bom né Cíntia? Pensei que esse dia nunca chegaria e agora, estou como vc, radiante!
      Bjs

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