sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Encontro de Blogueiros - O caso do roubo da cadeira

Oi queridos, tudo bem com vocês?
Então, hoje eu vou contar da vergonha que eu passei no Encontro por "roubar emprestada" a cadeira de rodas da Maria Aparecida...
Bom, primeiro tenho que dizer que nós viajamos sem a nossa cadeira de rodas. Normalmente pegamos as cadeiras emprestadas em locais públicos, como shopping, supermercado, museus etc. Temos a nossa cadeira pra ir passear no parque. Mas como iríamos para um evento que iríamos do hotel pra Câmara Municipal, da Câmara para o hotel, nem me preocupei em alugar uma cadeira pro Jota.
Nosso hotel não tinha quartos com acessibilidade para todos os esclerosados. E aí que eu digo que acessibilidade não é só arquitetônica, mas é atitudinal também. Porque o hotel em que ficamos, mesmo não tendo acessibilidade, se ofereceu para adaptar todos os quartos necessários. Assim, no nosso quarto tinha cadeira de banho, nos banheiros que tinham banheiras eles colocaram barras de apoio e em alguns eles até tiraram o box do chuveiro pra caber a cadeira de banho. As atitudes deles foram pró-participação da pessoa com deficiência na sociedade. Gostei muito!
Bom, no hotel tínhamos acessibilidade e na Câmara também. Logo que cheguei, vi uma cadeira de rodas no cantinho da sala onde estávamos. Aí fiquei bem tranquila, porque se precisasse, estava ali. Vocês podem ver que tava ali mesmo ó:




Estávamos muito bem... até que começou a ficar muito quente lá dentro e a fadiga a pegar. E depois de participar de duas mesas, na hora de descer do palquinho, foi bem difícil pro Jota. A querida da Dalila, jornalista que estava ali do nosso lado que me ajudou pra não cairmos nós dois. Bem, aí ele sentou e eu fui lá buscar a cadeira de rodas pra podermos sair um pouco, ir no banheiro. Eu tava crente que a cadeira era da Câmara e estava ali pro evento, até porque eu tinha pedido isso pra organização.
Saímos com a cadeira, voltamos, e ele ficou na cadeira. Acontece que, quase no final do evento, fui levar o Jota de novo no banheiro e a Cida, que estava ali sentadinha, quietinha, me perguntou se a gente já ia embora. Eu disse que não, que só íamos ao banheiro e ela disse: ah tá, é que a cadeira é minha, e se vocês fossem deixar lá na garagem podia se perder...
Nooooossaaaaa! Fiquei com todas as cores de vergonha! Ficamos zanzando por lá com a cadeira dela... gente... sem comentários de tanta vergonha... Justo eu, que não levava nem clipes pra casa quando trabalhava em banco...
Ela disse que tudo bem, que ela sabia que tava com a gente... de qualquer jeito, fiquei com vergonha...hehehehe.
No final do dia, já perguntei onde que eu podia pegar uma cadeira na Câmara, caso precisasse no evento do dia seguinte. E aí eu descobri que só existe uma cadeira de rodas na Câmara Municipal de São Paulo, e ela fica na garagem, caso precisasse transportar alguém, mas a pessoa não podia ficar com a cadeira lá dentro. Achei meio estranho. E também insensato. Um local com o tamanho da Câmara, e quantidade de pessoas circulando todos os dias, tinha que ter uma cadeira por andar. Se alguém passa mal no último andar, até a cadeira de rodas chegar pra poder transportar a pessoa, já se perdeu muito tempo.
Fato é que, no dia seguinte, chegamos um pouco mais tarde e quando passei pela cadeira da Cida, num cantinho do salão, tinha uma etiqueta com o nome dela. Acho que não era pra ninguém roubar... era pra gente saber que, se precisasse, podia pegar a dela...hahahahahaha.

No intervalo do brunch pude conversar melhor com a Maria Aparecida, com a filha dela, a Carla e a Claudia, além dos blogueiros sobreviventes do eventos anterior. Fiquei feliz demais em conhecê-las meninas. E obrigada pelas referências da cadeira de rodas e da scooter. Estamos pensando em comprar uma cadeira boa ou uma scooter dessas pequeninhas. Mas falta tempo ($$$) no momento...hehehehe.



Maria Aparecida, obrigadão pela cadeira! Nos salvou o dia e você sabe disso! E obrigada por ter ido no evento com a Carla. Quero vê-las mais vezes!

Hoje, conversando com a minha neuro, o Jota me entregou e contou a história toda. Ela só me alertou de duas coisas:
1. Ter Esclerose não me exime de ir pra cadeia se eu cometer delitos
2. Ela se nega a atender na prisão...
Vou ter que cuidar melhor o que eu pego por aí...
ahahahahhahahaha

Bom, queridos, tô indo viajar (de nooooovo) e volto na terça. Quarta ou quinta eu acabo de contar as coisas que aconteceram no Encontro de Blogueiros.

Até mais!
Bjs

6 comentários:

  1. Que legal Bruna!!!
    Essa história deu pra ti e pro Jota duas novas amigas, super queridas, né?!!
    Então essa pequena e engraçada confusão, SUPER VALEU!!!
    Boa viagem (de novo ehehehe)!
    Beijos com carinho,
    Neyra.

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  2. Queridona, eu te defendo se tu for processada ou presa por furto. Como a gente tem sempre umas coisas engraçadas pra contar, né?? Bjs

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  3. Oi Bruna achei muito engraçada sua história...mudando um pouco de assunto, estou para fazer uma viagem a Europa. A 1a depois da EM , estou com um pouco de medo...o q vc tem p me orientar???

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    Respostas
    1. Liege, me manda um email que eu te mando as dicas de viagem:
      bruna.rochasilveira@gmail.com
      O Guia do Viajante Esclerosado vai ser lançado só em janeiro. #ansiosa
      Bjs

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  4. Genteeee... Eu só fiquei sabendo dessa história agora! hahahaha
    Eu realmente ouvi um murmurinho sobre uma cadeira, mas não tinha entendido nada! E tb pensei que aquela cadeira era da Câmara. Hahaha
    Muito bom.

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