quinta-feira, 28 de março de 2013

Dias de reflexão


Oi gentes, td bem?
Eu tô bem. Nem ótima nem ruim, apenas bem. O Avonex ontem me pegou de jeito e hoje acordei malzaça. Mas acho que ele teve motivos pra me pegar.
Dei uma sumidinha básica por dois motivos. O primeiro porque voltei a ter aulas, tô com bastante leituras pra colocar em dia e tô tentando organizar um projeto de tese pra apresentar pra minha orientadora. Porque morro de vergonha de não estar escrevendo nada objetivamente da tese ainda.
O segundo é porque andei meio brocochô nos últimos dias, e quando a gente fica triste ou brocochô não deve escrever pra não se arrepender depois.
Não que eu esteja triste triste, mas de vez em quando as coisas pesam mais. Fazendo uma breve auto análise percebi que muita coisa "mudou" na minha vida nos últimos meses. Além disso, estou trabalhando em uma área diferente da minha área de origem. Ainda não me sinto completamente em casa nessa nova área, apesar de ter encontrado pessoas que fazem de tudo pra que eu me sinta à vontade. Mas, sabe como é, ainda não me acostumei.
Fora isso, eu sou a mascote da turma. Quer dizer, eu preciso provar pra algumas pessoas que apesar da pouca idade eu sou capaz de fazer o que estou fazendo. E isso cansa às vezes.
Quem é mulher sabe que, só por ser mulher a gente acaba tendo que provar mais coisas do que os homens no mercado de trabalho. Eu tenho que provar minha capacidade acima dos fatos de: ser mulher, ser jovem e ter uma doença.
Eu já tive que ouvir cada coisa nessa vida por conta disso.
Falando em só, não escrevi nos últimos dias por estar me sentindo muito sozinha. Não sozinha de solidão ou de estar completamente sozinha, mas porque eu tive que lidar com todas essas coisas internamente e, claro, sozinha. Porque por mais que existam pessoas ótimas a nossa volta nos ajudando a crescer, a gente cresce sozinha, certo? O processo de amadurecimento, crescimento, etc é um processo solitário.
Além disso, as pessoas nas quais eu costumo me apoiar estão piores do que eu... heheheheh.
Também não escrevi nada porque acho que o mundo já tá cheio de palavras brochochô demais por aí.
Então, antes de eu falar coisas que não deveria ou que fariam mais pessoas chorarem, além de mim, preferi me fechar um pouco por uns dias. E fez um bem danado!
Mas confesso que é difícil ficar quieta quando a gente precisa dum colinho. E o pior é que, quando a gente é a pessoa que dá colo sempre, ninguém percebe quando é a gente que precisa de um. De tanto a gente parecer forte, as pessoas acham que a gente está sempre forte. Agora eu já estou novamente forte e pronta pra acolher quem quiser, precisar ou procurar.
Nas minhas orações diárias eu sempre peço para ter paciência e agir com bondade. Minhas preces estão sendo ouvidas e atendidas, com certeza.
E foi muito bom esse "período de reflexão", já que agora temos um novo perrengue pra tratar aqui em casa: minha vó, que colocou marcapasso no início do ano e teimou com a gente que queria voltar pra casa dela lá no interior do fim do mundo junto com o vô, conseguiu a façanha de quebrar uma vértebra lombar e agora tá aqui, imobilizada.
O que fazer com os nossos velhos gente? Isso é assunto não pra uma, mas pra várias teses.
Outra dia escrevo mais sobre isso. Hoje vou voltar pros meus estudos porque semana que vem vai ser punk com um seminário todos os dias, mais as aulas, mais a minha saúde que precisa ser bem cuidada, mais a mudança de rotina na casa.
Até mais!
Bjs

11 comentários:

  1. Poxa senti mesmo a sua falta,afinal vc é também minha compania diária.Eu essa semana não estou me sentindo bem e procuro ficar mais quietinha,em repouso mesmo.Mas que bom que tá melhor agora.Bjos,Zildelena.

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  2. "Quando as coisas ficam difíceis, os melhores seres humanos respiram fundo e continuam em frente.
    Eles sabem que muitos desistem no meio do caminho, deixando-lhes as melhores oportunidades.”

    Autor desconhecido

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    1. Ai mãezona, obrigada pela cia e pelas palavras sempre!!!!
      Bjaum

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  3. Nossa, lendo o seu texto só conseguia repetir silenciosamente: "sei com'é". Bom, você sabe que nos últimos meses também não estou lá muito bem, ou melhor, às vezes sim (ótimo) e, às vezes, não. Na última semana também fiquei bem reflexivo e querendo ficar quietinho no meu canto e pedindo colo. Ainda bem que o Outono chegou e estou me sentindo, fisicamente, pelo menos, melhor.
    É, há horas que as coisas ficam bem difíceis mesmo. Ainda bem que não somos escravos do imperativo da felicidade que a sociedade contemporânea gosta de propagar e percebemos que ficar quieto, refletir, sentir o "dark side of the moon", às vezes, tem os seus méritos e objetivos.

    Beijos
    Jota

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    1. Eu sei que pode ser meio egoísmo pensar assim, mas, que bom que não estou sozinha nisso, me sinto melhor sabendo que eu não sou a única descompensada do universo... hehehehehe
      Bjaum!

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  4. Bruna, peço sua ajuda na divulgação. Obrigado
    Wilson Gomiero
    Nós, da FEBRAPEM, Federação das Associações Civis de Portadores de Esclerose Múltipla, já utilizamos todos meios legais e possíveis, para a incorporação do fármaco fingolimode (gilenya), pelo SUS, através da CONITEC. Primeiro nos foi dito que a solicitação foi para que fosse uma medicação de primeira linha e que isto não seria possível, por falta de maiores evidencias de segurança e ação positiva no tratamento.
    Submetemos, ao mesmo tempo em que o BCTRIMS, nova proposta para incorporação como segunda alternativa e temos informações de que isto também será negado.
    O argumento de eficácia cai por terra com a liberação, pela ANVISA, para comercialização no Brasil e quando temos informações que, no mundo existem sessenta mil pacientes utilizando o fingolimode.
    O outro argumento, o de aumento de custo, deixa de ser lógico porque se trata de substituição de um medicamento por outro, de custo semelhante.
    Mais um argumento utilizado, o de que teremos, em breve, novas medicações sendo colocadas no mercado, informamos que deveremos ter, nos próximos anos, lançamento de mais uns dez medicamentos novos. Então, de acordo com a CONITEC, mesmo que uma medicação traga maior eficácia, maior qualidade de vida (fim das injeções), devemos aguardar quem sabe, a medicação que tanto aguardamos a que irá curar a EM.
    Por favor, assinem o abaixo assinado da AGEM,
    http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N30636 divulguem nos seus blogs, enviem e-mail para conitec@saude.gov.br e para o ministro Dr. Alexandre Padilha, ministro@saude.gov.br.
    Também deixamos claro que, da mesma forma que estamos trabalhando por esta medicação, já trabalhamos pelo natalizumabe e lutaremos pela incorporação de todos os fármacos comprovados cientificamente e reconhecidos pela ANVISA, FDA ou outras entidades cientificas com reconhecimento internacional. Juntos temos força, sozinhos não somos ninguém. Abraços,
    Wilson Roberto Gomiero.

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    1. Oi Wilson

      Na semana passada entei na justiça com uma liminar para tomar o fingolimode, mas fico triste quando penso que precisei gastar um dinheiro que vai me apertar muito, pois preciso pagar a advogada e custos da justiça, para tomar um remédio já tão reconhecido mundialmente..
      Vou te ajudar com o abaixo assinado e agradeço pela iniciativa!

      Ana Carolina

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    2. Vou lá assinar o abaixo-assinado sr. Wilson! Vou colocar um post especial sobre isso em nome da Febrapem, posso?
      Bjs

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  5. O bom de ter esclerose múltipla, se é que existe alguma coisa boa nisso, é que estamos preparados a aceitar as nossas limitações. Pessoas mais velhas que passaram a vida inteira independentes e autônomas têm, com a idade e as limitações daí decorrentes, dificuldades em entender que algumas coisas elas já não podem e não devem mais fazer.
    Desejo melhoras para tua avó!
    Bjs,
    Tiago

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    1. Verdade Tiago! Eu tava aqui escrevendo um post justamente sobre isso: a dificuldade que as pessoas tem de reconhecer suas próprias limitações. Logo logo eu posto (tá difícil ter 5 minutos na frente do pc nesses últimos dias...)
      Bjs

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