terça-feira, 5 de abril de 2011

Não é bolinho não...

Oi queridos, tudo bem?
Pois então, hoje posso contar mais coisas sobre o que venho sentindo com essa medicação. Tanto fisicamente como emocionalmente.
Primeiro, as alterações físicas. Descobri que meu corpo é retardado. Retardado no sentido de atrasado. Porque eu começo a sentir os efeitos colaterais do remédio 48h depois de tomar. Parece mentira, mas é sério.
Tomei a injeção às 17h de quarta-feira e comecei a me sentir muito tonta e com dor de cabeça na sexta-feira às 17h. Não só isso. Eu tenho suado muito. Mas não um suor normal (porque eu sempre suei muito), mas um suor absurdo. De estar parada, numa sala com ar condicionado e começar a pingar de tanto suor.
Quando senti essas coisas, fui direto na bula da medicação. Sei que a maioria das pessoas tem sintomas de gripe. Mas, a Bruna não pode ser como a maioria, tem que ter os sintomas mais raros, segundo a bula da medicação. Está escrito lá: tontura e suor em demasia.
A tontura é engraçada porque não é a tontura de pressão baixa, é parecida com a tontura de labirintite.
E o suor é desagradável porque eu vejo que as pessoas olham ou com olhar de preocupação, do tipo, "tu tá passando bem?", que até é um olhar OK, ou com olhar de nojo, que é muito desagradável, afinal, eu não tenho culpa de suar né.
Reações nada agradáveis. Espero que isso diminua com o tempo e o número de injeções.
Bom, essas são as reações físicas.
Mas o que mais tem me incomodado são as emocionais-psicológicas.
Não sei vocês, mas eu  acho difícil essa história de injeção toda semana. Tem gente que me diz: 1. ah, encara como se fosse um comprimido. Ou então: 2. tem gente que toma insulina várias vezes por dia.
O que eu tenho vontade de responder: 1. Tu diz isso porque não é na tua perna que entra a agulha. 2. só lamento por essas pessoas, porque injeção é foda.
Ainda não consigo encarar isso como uma coisa normal, trivial. Não sei quando vou conseguir, nem se vou conseguir. Isso não faz de mim menos feliz. Mas com certeza é uma grande mudança na minha vida.
Tomar uma medicação que te deixa com sintomas de doente e que te faz lembrar que tu tem uma doença não é a coisa mais agradável do mundo. Não é legal, não é gostoso.
E não adianta me dizer: Bruninha, é pro teu bem, pro teu futuro.
Porque disso eu sei. Tanto sei que, quando minha médica me propôs o uso dessa medicação, eu topei. Porque eu sei que me sentir um pouco zonza alguns dias na semana é melhor do que ficar completamente dependente no futuro. E se essa é a única coisa que temos hoje em dia para evitar que a doença progrida, é lógico que eu vou usar. E vou usar com esperança de que funcione.
Mas não é bolinho não.
A cada momento que me sinto mal, e que sei que é por conta da medicação, repito pra mim mesma: vai passar Bruna, vai passar.
Quem me conhece sabe que sou muito ativa. E ter de ficar quietinha, esperando os efeitos passarem, não tem sido fácil. Principalmente agora, que tenho uma dissertação pra escrever. E que, diga-se de passagem, estou apaixonada por ela.
Eu sei que vai passar, porque tudo na vida passa.
Mas enquanto esse momento de adaptação não passa. Enquanto eu não me "acostumar" com isso, não vai ser muito fácil não.
Ainda bem que minha capacidade de adaptação é grande. Vamos contar com ela.
Até mais!
Bjs

9 comentários:

  1. Bruna, querida.
    Eu tb faço tratamento com injeções dia sim, dia não, mas, ao contrário da maioria, não tenho o menor problemas com as aplicações (nunca tive). Acho que como fiz tratamento para engravidar e tive que tomar muuuiiitttaaasss injeções (aqui por um motivo feliz- risos), fiquei calejada. Tenho sim efeitos colaterais, mas toleráveis, nada que me paralise. Vida normal! ;0)
    Bom, não vim falar só das injeções, mas deixar registrado que as imagens que vc usa para ilustrar seus posts são MARAVILHOSAS. ADORO!!!
    Fique bem sempre!!!
    Beijocas

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  2. Bruna, te entendo bem. Meu tratamento com o Copaxone é diário e é um inferno pra mim fazer as tais injeções. As minhas são subcutâneas e não dão reaçôes então é um pouco mais difícil pro meu cérebro assimilar que eu preciso delas para alguma coisa que não seja me aborrecer com as injeções. Não vejo acontecer nada de diferente, sei que elas estão agindo de alguma forma em algum lugar do meu corpo, mas não sei onde nem porque. Acho isso bem complicado.

    Espero que vc melhore com o tempo, essas reações são bem desagradáveis mesmo, mas dizem que melhora com o tempo.

    Beijos

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  3. Oi Bruna,
    Realmente é bem chato tomar tantas injeções, mas depois que o corpo se acostuma e terminam os efeitos colaterais, fica mais fácil e não desista... força na peruca!!!
    Abraços

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  4. Bruna, já vi que és como eu: uma camaleoa, o que nos confere o poder de nos adaptarmos às mais adversas situações. Vais te acostumar, só precisas de um tempinho, que é um direito teu.

    Não faço uso deste tipo de medicamento. Quando tenho surto trato com pulsoterapia corticóide, hospitalizada, e com cortisona via oral em casa. O curioso é que entre muitos efeitos colaterais do corticóide, alguns bem danosos, também tenho tido tonturas, quando em pé ou caminhando e suo de forma absurda, bem como descrevestes. Este suor já me acompanha desde o meu primeiro surto, faz teeeeeempo... kkkkk... Estou na dúvida se o suor demasiado e as tonturas, no meu caso, são da cortisona ou sequélas de surtos. Vou perguntar para o meu doutor.

    É minha amiga... "não é bolinho não"!
    Mas faz parte do nosso show... coisas da EM...
    Muita força, coragem e serenidade.
    Beijos com carinho
    da Neyra.

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  5. Concordo com a Vanessa, as imagens que ilustram teu blog são ótimas. Demonstram tua criatividade, sensibilidade e senso de humor.
    Adooooooro!!!
    Esta menininha de hoje é uma paixão.
    Beijos Bruna.
    Neyra.

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  6. Que bom que vocês curtem as imagens... confesso que às vezes demoro mais tempo pra achar a imagem "certa" do que para escrever o texto...hehehe
    Bjs

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  7. Oi, Bruna!Continuo tendo seu blog como refrencia desde que descobri minha EM e tomei um susto ao saber que vc só AGORA começa a ter contato com essas medicações . Uso o interferon 1b que é dia sim, dia não ,e já te digo que "veterano" com mais de trinta aplicações sinto tonturas , quenturas,e outras uras, mas agora tudo às vezes, nem antinflamatório e antitérmicos venho tomando à duas semanas, venho deixando meu corpo se adaptar. Bruna vá em frente , as coisas na EM são assim dão mais trabalho , mas somos guerreiros.
    Aproveito pra falar que seu blog é alto astral e lembre-se que a seringa é nossa parceira;no meu caso só faço parceria e lembro dela quando diluo a medicação, não faz mais parte do que é chato,
    abs,
    Paulo .

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  8. Só agora nada Paulo...hehehe. Já tomei o Rebif por um ano, que deve ser o que você toma. E o copaxone (aquele que é todos os dias) por alguns meses. Infelizmente eu tive reações terríveis. Por isso, depois de 5 anos só fazendo pulso quando tenho surto, estou testando o Avonex.
    Essa última que eu tomei foi bem tranquila, tomando só o tylenol 1h antes.
    Mas sobre a agulha e a seringa, só vou gostar delas quando haver medicação oral e eu poder escolher...heheeh
    Bjs

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  9. Bruna hoje que li tua postagem, amiga já tomo AVONEX desde 01/10 e não tem jeito acustumar com injeção jamais, não consigo ainda fico nervosa em cada aplicação (eu que aplico)e acho que nunca vou acostumar com a idéia da tortura heheheh A gente faz por necessidade mas pensar que é como comprimido não dá mesmo. Bjs

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