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Oi queridos, tudo bem?
Há alguns dias recebi um email bem interessante, dum certo rapaz que está apaixonado por um certa moça que tem EM. No email ele me contou seus medos e ansiedades, por gostar duma menina que tem uma coisa que ele não faz muita idéia do que seja. E também me contando que as pessoas o aconselharam a não seguir adiante com isso, afinal, ela é doentinha né.
Achei interessante ele falar o que as pessoas dizem pra ele: pensa em ti cara!
Bom, quando eu respondi a ele, disse o mesmo: pensa em ti cara! Pensa em quão mal tu vai ficar se deixar esse amor de lado. Pensa no que tu pode estar perdendo ao dizer não pra esse desafio. Sim, porque todo relacionamento é um desafio, de certa forma.
Bom, tô contando desse email porque ele é um no meio de pelo menos 15 histórias como essa que me contaram nesses quase dois anos de blog. E claro, eu, como defensora do amor sempre, incentivo as pessoas a tentarem né. (ah, e não quero nem saber, tem uns 3 casamentos que estão por vir e eu quero ser madrinha...hehehe).
Às vezes fico pensando, e se eu começasse a ficar com um cara massa, bonito, inteligente, divertido (assim, como eu...hehehe) e ele me falasse que tem uma doença que eu não conheço e que, pra piorar tem o nome Esclerose Múltipla. Deve ser meio assustador.
Como vocês sabem, estou no mercado dos solteiros, e por conta disso, de vez em quando (mas muito de vez em quando mesmo) vivo a experiência de ver a reação dos meninos ao escutar a palavra Esclerose Múltipla. Porque ao contrário da maioria dos esclerosados, eu fiz um juramento de que sempre que eu me relacionar com alguém (e quando eu falo relacionar é qualquer relacionamento: profissional, amizade, tico-tico no fubá, tal e coisa, coisa e tal...) eu conto que tenho EM na primeira oportunidade que tiver.
Lógico que não vou estar tipo na balada e falar: oi, tudo bem, tu é tri gatinho... ah, e eu tenho Esclerose Múltipla... hahahahha
A cena seria hilária, mas não, eu não faço isso.
Hoje em dia a coisa ficou mais fácil, porque tem aquela história do: me dá teu msn? Aí, se o criatura me adiciona, logo vê o link do blog e descobre tudo antes de me ver pela segunda vez. E é lógico que é normal a pessoa sumir do mapa depois de ler o blog. Não sei se é por causa da EM ou por conta da minha personalidade. Vai saber...
Bom, esse dias tive uma experiência dessas do tipo contar que tenho EM. O negócio é contar com bom humor e explicando de cara que esclerose não é maluquice. Mas vocês sabem que o rapaz me disse que mais assustador que a palavra esclerose é a palavra múltipla? Porque tipo, não basta ser um negócio assustador, tem que ser múltiplo...
É, definitivamente o nome dessa doença não nos ajuda muito. Mas acho melhor ter Esclerose Múltipla do que ter, sei lá, síndrome de mentirosa, desvio de caráter, infidelidade crônica... essas coisas que estragam com a vida de qualquer um e que não são facilmente diagnosticadas.
Todo esse blablabla e revelações de hoje é pra responder um amigo (que vou chamar aqui de X) que mandou um email perguntando: "Bruna, to namorando uma menina com EM e ela só me contou que tem a doença 2 meses depois de começarmos a namorar. O que eu faço?"
Bom amigo, sinceramente, bem sinceramente, não sei. Eu não sei como eu reagiria se fosse comigo. Acho que ficaria mais chateada por não ter sido informada antes sobre a situação do que pela EM em si. Mas cada um reage duma maneira diferente, e eu não condeno quem acha que não vai conseguir conviver com alguém que tenha EM. Pra mim isso não é motivo pra você não conhecer melhor uma pessoa, e acredito que o mundo seria melhor se as pessoas gostassem simplesmente de pessoas, e não da condição física delas, do quanto elas ganham, onde elas moram, etc.
Eu gosto de pessoas. Simplesmente pessoas. E acho que isso facilita muito a minha vida e a vida daqueles que estão a minha volta. Então, amigo X, experimente apenas gostar da pessoa que está com você. Se ela for uma ótima companhia, duvido que a EM faça alguma diferença.
Até mais!
Bjs
P.S.: você que é namorado ou namorada, marido ou esposa de alguém que tem EM, por favor, deixe-nos seu depoimento, afinal, eu não posso escrever sobre "o outro lado", mas vocês podem. Bjs