sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Porque a amizade me emociona, sempre

Oi gentes, blz?
Por aqui tudo bem. Faz dias que eu tenho pensado (novamente) sobre a vida social da criatura com EM.
Porque é um pouco complicado de acompanhar o ritmo da família e dos amigos. E isso não quer dizer que a gente não goste da companhia das pessoas, nem de sair e dar risada. Mas, por exemplo, no dia que tem uma aula, não dá pra ir pro bar. Eu pelo menos funciono dessa forma: um compromisso por dia. No mááááximo dois, senão eu fico cinco dias de cama pra me recuperar.
Já falei sobre isso no ano passado (http://esclerosemultiplaeeu.blogspot.com.br/2012/05/vida-social-de-uma-esclerosada.html). E tenho pensado nisso porque tenho ficado mais em casa. E aí tem os "amigos" que acham que eu tô sendo anti-social. E os queridões que acham que eu tô meio depressiva. Na verdade não tô não, só não dá pra fazer coisas demais. Ficarei mal se fizer. Porque se fizer coisas demais ou eu me frustro por não conseguir fazer ou eu me acabo porque meu corpo não aguenta.
Eu sei que é difícil de me ver como alguém que faz uma coisa por dia, porque eu realmente não aparento ser alguém muito quieta. Mas é isso, fazer o que né?
Já avisei os amigos também de que sou uma pessoa bem mais agradável de dia. Me convidem pra almoçar, tomar um café, um sorvete de tarde. Porque de noite as baterias já estão acabando. E eu não tenho pilhas alcalinas. Não adianta, de noite é melhor ficar em casa, pedir um pizza, ver um filme, sei lá. Mas sair e ficar fora até de madrugada é algo que acaba comigo. Happy hour ainda vai. Mas nem sempre.
E não me preocupo por ser a amiga que nem sempre está presente, porque o tempo e as distâncias me provaram que amizade não depende do tempo que se passa ao lado nem de onde você está.
Resolvi escrever hoje sobre isso porque hoje vi uma propaganda da Guinnes (aliás, quem quiser me convidar pra tomar um chopp Guinnes, tô aí) que ilustra bem essa coisa de amizade, dos amigos se adaptarem às nossas necessidades ao invés de exigir que façamos parte de coisas que não podemos/conseguimos mais. Mostra que amigo de verdade se preocupa, se adapta, tenta entender ao máximo pra poder ajudar, olhar nos olhos e dizer que tá contigo sempre.
Não quero ser injusta com todos meus outros amigos, mas essa propaganda me fez lembrar:
Aqueles que estavam sempre lá em casa, na época em que eu mal conseguia descer pra tomar chimarrão na praça: Raquel, Alice, Alisson e Gui, sinto muito a falta de vocês! Sem vocês eu não teria tanta história pra contar!
E das minhas parceiras na época da escola, quando a EM se instalou mais definitivamente e os "amigos" sumiram: valeu Lu Schons e Sarinha!
E dos meus amores, que além de família, são amigos: Sônia, Raquel, Vini, Solange e Caco.
E da minha amiga de infância que eu só encontrei depois de adulta: obrigada Lúcia!
E do amigo que é minha companhia de longe: obrigada Marcelo!
E do meu melhor amigo e namorado, que entende, verdadeiramente, o que é dizer não aos amigos quando a fadiga aperta e sabe o que é essa culpa que eu sinto por não poder estar tão perto dos amigos sempre. Te amo!
Qualquer hora juntamos todos em volta duma mesa pra tomar uma Guinnes (tá Alice e Lúcia, eu peço caipirinha pra vocês).
Essa é pros meus amigos, de ontem, de hoje e de sempre:



Até mais!
Bjs

16 comentários:

  1. Eu já lhe disse que se fosse rei, parafraseando Chico Buarque, pela minha lei todos seriam obrigados a ler seus textos. O que você escreve sempre fala com o que sinto, mas esse está muito associado com um momento atual "ruim", em que caminhar está complicado, fazer certos programas e coisas é extremamente complicado. Queria que os amigos entendesse a culpa que sinto, ao invés de ficarem falando que estou me distanciando. Não sou um chato carente que implora que façam só que consigo fazer atualmente. Mas como vc disse, pros amigos não existe nem tempo nem distância.
    Beijos, também te amo, meu amor.

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    1. Verdade...e disse antes de começarmos a namorar, então, nem dá pra dizer que era elogio de namorado apaixonado... hehehehehe
      Mas é complicado mesmo...sinto isso há tanto tempo e acho que vou continuar sentindo. Mas sempre existirão os amigos de verdade, que tão pouco ligando pra tudo isso.
      Bjs

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  2. Adorei Bruna.

    Eu também de alguma forma me isolo, pois estou com a minha mamis todos os dias meio dia e tarde até principio das 21hrs. A gentem faz o que pode e o que tem vontade "o resto é o resto. Amamos com o coração e nos doamos de coração. bjao. gislaine

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  3. Oi Bruna!
    Muito bom esse post! Tema importante!
    Amigos... os meus estão todos no computador.
    Não tenho vida social, o máximo que faço é ir a um evento ou outro da AGAPEM e passear num shopping com minha mãe, isso porque ela gosta.
    Casa pra mim era como hotel, só entrava pra dormir. Trabalhava, estudava, passeava, namorava. Meu maior prazer era dançar, conversar e conhecer pessoas.
    Sabe... eu gosto muito de gente!
    Há anos mal me reconheço... estou caseira demais para o meu gosto!
    A EM tem parte nisso. Me sentia mal e acabava ficando em casa. Com isso me afastei dos amigos e acabei me acostumando a ficar em casa e o pior é que agora eu gosto.
    Me identifico um pouco com o personagem do Tarcisio Meira em Saramandaia, acho que criei raizes kkkkkk...
    Mas eu não me sinto só, nem triste... apenas um pouco fechada num mundo só meu, onde viajo em pensamentos e sonhos (acordada).
    Pode não ser saudável, mas com certeza é mais fácil viver assim.
    Acomodada? Não... cansada talves!
    No dia 31, já tinha desistido de ir ao evento da AGAPEM, mas meu irmão disse: "Vai sim. Tu nunca sai, não se diverte." E eu fui e adorei, acho que acordei! Lembrei de como é bom e eu gosto de ver, conhecer, conversar, tocar... gente.
    Agora estou com vontade de ir a outro evento e outro e....
    Acho que minhas "raízes" estão apodrecendo e dando lugar à asinhas...
    Sinto que algo está mudando em mim e gosto disso. Me sinto um pouco assustada, porque mudanças dão medo sim. Mas são necessárias, escenciais à vida!
    Áhh... não sou amarga, nem deprê, sou alegre, de bem com a vida e amo gente como vocês!
    Beijos com carinho,
    Neyra.

    PS.: Que vídeo maravilhoso, obrigada!

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    1. Vamos cortar um pouco as raízes então Neyrinha!
      Eu adoro estar em casa, mas enlouqueço se fico mais que dois dias sem sair, nem que seja pra ir no mercado, num café por perto, dar uma voltinha na praça, sei lá...
      Quando tiver vontade de voar, voa aqui pra casa, me liga e a gente vai prum bar, prum café, prum shopping, pra igreja que seja... mas vamos sair. É egoísmo guardar esse sorriso aí só pra ti!
      Bjs

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    2. Obrigada pelo carinho querida!
      Beijinhos,
      Neyra.
      ღ ♥ ღ

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  4. Oi Bruna.
    Adorei sua postagem sobre amizade... sábias palavras. Sutilmente, vc deve ter tocado muita gente.
    Parabéns por sua garra.
    Um forte abraço!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. oi Bruna,
    hoje foi um desses dias em que me arrastei até as coisas essenciais (comer, sabe?...) Não conseguiria dizer/descrever melhor esse estado: como explicar essa fadiga, aquietar a ansiedade e acalmar os outros, que estão aflitos querendo fazer algo? Não preciso dizer a quantidade de vezes que já me sugeririam antidepressivos... Valeu. Foi um alento ler/ver isso ao fim do dia. Ah e eu também acho o vídeo fantástico! Foi minha mensagem aos amigos no dia nacional do ano passado.
    abraços,
    marilia

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  7. oi, de novo... esclarecendo: o vídeo que enviei no ano passado foi aquele com a música do U2. A propaganda da Guinnes também é muito boa!
    abraços,
    marilia

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  8. Oi Bruna,adorei a sua postagem,no meu caso os amigos(as)não estão presentes na minha vida,as vezes me sinto muito só,so co aminha companheira EM,bjs.

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  9. Que video lindo, com relação a amizade é isso mesmo....os verdadeiros sempre ficam!
    Os meus amigos mais sinceros estão longe (a 1.100km) então de qualquer forma não os vejo sempre...mas sempre que vou à minha cidade os encontro, sempre dão um jeitinho de me ver.
    Então quando os daqui nem sempre me entendem, não sofro tanto.
    ;)

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  10. Ei Bruna,

    Estou um pouco atrasada, mas não posso deixar de comentar!
    Tenho adaptado minha vida para essa nova realidade, da EM (fui diagnosticada há 2 anos).
    Sem dramas, porque muita coisa ainda é muito boa, é apenas uma adaptação mesmo.
    Me identifique muito com tudo que você descreveu, e tenho amigos que ainda não entendem, mas sei que ainda irão, e tem aquele que se não se esforçarem para entender, eles é que estão perdendo!
    Trabalho em horário integral, e percebi que se faço alguma coisa a noite, no outro dia tenho que ir direto do trabalho pra casa.
    Por enquanto é assim "dia-sim-dia-não". :)

    bjo e continue escrevendo SEMPRE

    Ana Carolina

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    1. É Ana, tudo questão de adaptação...nossa e dos outros também.
      Bjs

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  11. Oi Bruna descobri seu blog hoje quando procurava sobre
    EM mas nao sou diagnosticada, nao sei ainda o que tenho mas desconfio disso agora , mas nao sei o que fazer, além deste sintomas tenho tendinite, dores lombares e muitas dores musculares que nao saram com remédios, nao sei mais o que fazer, tenho 37 anos e me sinto também muito cansada.

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