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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Crônicas de fim de ano (2)

Oi queridos, tudo bem?
Essa semana parece que a EM resolveu fazer uma queda de braço comigo. Mas não tem problema, eu ganho dela porque se ela tem força, eu tenho cabeça. Minha estratégia está sendo ficar bem quietinha esperando ela me esquecer. Bem quietinha no ar condicionado, claro.
E nesse tempo dentro de casa, inventei de fazer algumas cartinhas de natal. Escrever com caneta e papel é um pouco complicado. Vocês sabem, a caneta não obedece muito bem meus comandos. Garranchos e rabiscos nos meus cadernos até vai, mas não em cartinhas né. Mas treinei um pouco, cortei uns papéis, colei umas estrelinhas e escrevi para algumas pessoas. Lamento de verdade não poder escrever pra todos os amigos que me são importantes. Pelo tempo, pela falta de força nas mãos e porque sempre vai faltar alguém.  Então, resolvi escrever pra algumas pessoas que estão longe e que me fazem falta.
Mas sabe o que é mais difícil do que recortar pinheiros de natal, colar estrelinhas e escrever linhas retas? Escrever sem que o coração se encha tanto, mas tanto, que transborda pelos olhos.
Agora mesmo, escrevendo e pensando em vocês (e não pensem que eu não sei o nome de quem comenta, de quem manda email, de quem me conta sua história), fica vazando amor pelos olhos...
No caso de alguns amigos é mistura de amor com saudades. No caso de outros é amor com "eu preciso te abraçar hoje pra saber qual o tamanho do teu abraço". E aí vem a lembrança dos amigos que não podem mais receber cartas, só orações. Nesses casos, a saudade chega a doer.
Esse ano não escrevi cartinha pro Papai Noel, mas tenho orado todos os dias e agradecido a Deus pelos amigos e parceiros que tenho. Pelas lindas palavras que recebo todos os dias. Pelas companhias. Pela oportunidade de conhecer diferentes pessoas com histórias tão parecidas com a minha e com quem posso compartilhar a minha vida. Obrigada gente!
Mas essa não é (ainda) minha mensagem de natal... até o natal eu prometo escrever de novo.
É só pra contar o quanto eu me emociono com a felicidade que sinto por ter tudo que tenho.
Vocês sabem que eu não sou muito de falar de religião aqui no blog, até porque eu acho que cada um tem a sua crença (ou não tem crença nenhuma), e que todos devem ser respeitados. Também acho que esse não é o lugar pra falar de religião (porque não adianta, gera polêmica e eu não quero ninguém brigando por aqui). Mas também não é segredo nenhum que eu sou espírita e que o espiritismo faz parte do que eu sou, do que eu penso, do que eu sinto e da minha forma de agir.
E eu tenho a felicidade de poder trabalhar em uma casa espírita (lá no Instituto Espírita Dias da Cruz eu sou evangelizadora e quebra galho no brechó) que faz vários trabalhos de assistência social, dentre eles, um albergue público que está de portas abertas desde 1931, sem fechar nenhum dia e que dá abrigo a 100 pessoas por noite, homens, mulheres e crianças.
Ontem eu fui no jantar de natal do albergue e, como em 2010, voltei pra casa muito emocionada e muito, mas muito mais grata por ter uma casa pra voltar, uma geladeira cheia de comida pra comer, uma família que me ama e amigos a quem posso recorrer.
Há 2 anos eu voltei pra casa desse jeito e contei aqui também (http://esclerosemultiplaeeu.blogspot.com.br/2010/12/nao-ter.html). Mas dessa vez eu tive uma emoção um pouco diferente. Há semanas eu digo que nunca fui tão feliz como sou hoje. Isso não quer dizer que antes eu era triste. Mas que agora eu me sinto mais feliz. E, apesar de não ter emprego, de não estar com nenhuma fonte de renda (tô sem bolsa), de ter EM, de sentir dor e etc e tal, nunca me senti tão rica, tão plena, tão bonita, tão abençoada... sei lá... segundo um amigo, nem devia dizer isso, pra não causar inveja. Mas sabe, eu tô tão bem, mas tão bem, que nem inveja pega meu bem.
E é essa felicidade que eu desejo pra todos vocês que me acompanham.
Ontem, na janta com os albergados, pessoas que não tem casa, não tem pra onde voltar, a maioria sorria. Estavam felizes, naquele momento, por ter aquela casa que os abrigava e pessoas que estavam ali, trabalhando para ampará-los. E nós fazemos isso porque sabemos que ninguém está livre de viver uma situação difícil. Porque somos todos humanos e passamos pelas mesmas dificuldades. As crianças estavam radiantes com o papai noel, os brinquedos, o refrigerante e a coca cola. Mas, mais ainda, porque não estavam sozinhos.
Pessoal tri feliz com o Papai Noel
E aí me veio uma frase que Chico Xavier disse quando estava entre nós: "Às vezes fico triste, mas, graças a Deus, não sou um espírito triste.  A alegria passa por cima de qualquer situação e o bom humor nos ensina a não dar aos acontecimentos infelizes maior importância que eles tenham".
Preciso dizer mais?
Não. Mas mesmo assim vou dizer...hehehehe
Chegando em casa, antes de fazer minha aplicação de avonex, fizemos o evangelho no lar (leitura de uma parte do evangelho e oração em família, que fazemos todas as semanas). Chorando (porque sim, eu choro de alegria) abri o Evangelho e nos enviaram a seguinte mensagem pra ler: A felicidade não é deste mundo - François Nicolas Madelaine, Cardeal Morlot, Paris, 1863. Mensagem mais do que apropriada pra me provar que esta felicidade que estou sentindo não é uma ilusão.
Até mais!
Bjs

P.S.: quem quiser conhecer o trabalho que fazemos no Instituto Espírita Dias da Cruz, dá uma olhada no site: http://ie-diasdacruz.org.br/site/. Quem quiser nos ajudar, passa lá ou fala comigo... sempre precisamos de mais uma mão pra trabalhar. Tendo vontade, a gente acha um serviço. E, garanto, faz bem pra alma. Tanto que, me perguntem qual é o grau das minhas dores enquanto estou trabalhando lá...