quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Quando falta vitalidade
Oi gentes, tudo bem com vocês?
Por aqui tudo bem!
Nas últimas semanas postei sobre audiência pública, sobre avonex, sobre as palestras do Encontro de Blogueiros (ainda falta falar de alguns momentos). Mas confesso que senti falta de falar daquilo que acontece no meu coraçãozinho. Até "desabafei" um pouco no post da AME da semana passada (confere aqui).
Mas estava sentindo falta dessa conversa que acontece com vocês que leem e comentam e comigo mesma, afinal, sempre que escrevo, preciso organizar as coisas dentro de mim.
Também acabei deixando tudo passar porque quando eu não estou bem acho que não sai nada de bom na ponta dos meus dedos. E o último mês foi um pouco complicado.
Sabe quando tudo está bem, tudo está dando certo, a vida tá linda mas você só tem vontade de dormir e chorar?
Então, quando eu escrevi o post Síndrome de final de ano eu já estava assim. Mas é difícil, mesmo pra quem já teve quadros muito piores de depressão, olhar pra si e ver que está entrando numa. Minha sorte é viver com pessoas que me conhecem bem demais e percebem qualquer mudança de comportamento. Porque mesmo com a fadiga eu sou ligada num 220. Estou sempre envolvida com 2 ou 3 projetos, lendo mais de 3 livros, querendo mudar alguma coisa na casa, enfim, pra mim isso é vida sabe. Mas até umas duas semanas atrás era como se nada fizesse diferença. E eu sabia que não estava certo.
Eu não me sentia triste. Eu não estava me sentindo infeliz ou insatisfeita. Eu estava me sentindo indiferente. Era uma sensação de tanto faz. E tanto faz é péssimo!
Com alguns dias me sentindo assim, comecei a ficar sem energia. Era como se faltasse energia vital no meu corpo. Eu até me forçava a fazer o que tinha de ser feito, mas faltava energia de vida. A chuvarada ajudou a piorar a coisa, afinal, eu não podia sair de casa pra nada. E com a umidade absoluta do ar (porque por aqui a umidade deixou de ser relativa há muito tempo), as dores do corpo aumentaram.
Eu fiquei buscando motivos para estar assim. E não encontrava. Sério gente, eu nunca estive tão feliz na vida. Tudo está se encaminhando e acontecendo de forma perfeita. Então porque? Bom, depressão não tem porque, nem avisa quando vai chegar. Mas é difícil trabalhar internamente isso de racionalmente não fazer sentido sentir-se assim mas, ainda assim, sentir-se assim.
Eu já estava ligando pra psiquiatra pra marcar um horário, afinal, eu sei que o buraco da depressão é muito profundo e difícil de sair. Eu já saí de lá mais de uma vez e agora já conheço sua entrada e prefiro sair quando ela não fez nenhum estrago. Diagnóstico precoce, tratamento precoce. Sempre é a melhor opção.
Bom, mas aí, em uma pequena reunião com mamis e Jota, o Jota lembrou que tinha um novo remédio que eu estava tomando pra me ajudar a regular o sono (já que a minha fadiga tem ficado pior pela falta de um sono decente). Aí eu testei parar o remédio e três dias depois a vontade de trabalhar, escrever, sair por aí voltaram. Como é bom me sentir eu novamente.
Há algum tempo, eu estava triste e escrevi aqui no blog. Um querido amigo, o Rodrigo Drubi, me escreveu dizendo que tristeza não combina comigo. Ele tem toda razão. Não combina mesmo.
Pra quem viu o filme Divertida-Mente, eu sou a alegria em pessoa sempre! Quer dizer, menos na primeira hora após acordar, porque até eu acordar de verdade pra vida eu sou um pouco monossílaba... mas não é má vontade, é sono mesmo...hehehehe.
A questão do sono eu tô resolvendo da seguinte forma: quando ele vem, eu durmo. E assim tenho acordado meio tarde todos os dias. Sim, eu sei que tenho uma tese pra acabar, livros pra ler, aulas pra programar, viagens pra organizar, blogs pra editar... mas faço isso melhor sem fadiga, então, o negócio é não encucar e fazer as coisas no meu ritmo mesmo.
Estou aliviada em descobrir daonde que veio aquela melancolia toda que estava me matando por dentro. O cansaço de final de ano continua por aí, afinal, é final de ano e os prazos da vida estão explodindo... mas agora, ao invés de me assustar e pensar "não vai daaaaaaar" arrancando os cabelos, estou de novo com aquela sensação de "que maravilha, um monte de coisas pra fazer... #partiutrabalhar"!
E sabe quando eu percebi que tava "ficando bem"? Quando eu tive necessidade de arrumar o guarda-roupa, o escritório, a área de serviço da casa pra deixar tudo organizado. Eu tenho esse "toc" de quando estou organizada aqui dentro, organizar o que está por fora também. Me ajuda a voltar ao trabalho, sabe?
Bom, desculpa aí o desabafo. Mas quis contar porque acredito que não seja só eu a passar por isso de vez em quando. E precisamos ficar atentos. Sempre!
Ah, deixo vocês hoje com um vídeo dum autor que eu a-mo (fazendo coraçãozinho com a mão agora pra ele), Andrew Solomon, sobre depressão:
Quando eu comecei a me sentir assim, minha mãe postou esse vídeo no meu facebook. Eu chorava litros vendo, porque me vi em cada palavra. Como eu sou feliz por ter uma mãe e um namorado-noivo-marido-tico-tico-no-fubá tão atentos também!
Até mais!
Bjs
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Tenho neuralgia do trigêmio e sei que a esclerose pode ser uma das causas, estava com muito medo de saber o diagnóstico mas seu blog me devolveu a paz. Descobri que não sabia nada sobre a vida dos esclerosados! Parabéns por esse maravilhoso trabalho
ResponderExcluirDizem que a dor de neuralgia do trigêmeo é muito forte. Um amigo, que tem EM e neuralgia (muitíssimo comum em quem tem EM) se trata com acupuntura e tem se sentido melhor. Espero que logo aches uma terapia que funcione pra ti também.
ExcluirE fico feliz que o blog tenha te dado algum alívio. Se for EM, não te preocupes. Não é a melhor coisa do mundo, é verdade, mas também não é a pior. Conta com a gente!
Bjs
Adorei o video, Bruna!!!! Bjs
ResponderExcluirLindo né? Eu adoro o Solomon, e em vídeo ele é muito bom também.
ExcluirBjs
Me vi no seu texto. Mas estou sem a vitalidade e não sei mais o que fazer...=(
ResponderExcluirCamila, reconhecer o problema é o primeiro passo, afinal, ninguém busca ajuda se não reconhece que tem um problema. Conversa com teu médico, busca um psicólogo, um psiquiatra. Se fores religiosa, busca apoio na tua casa de oração. E conversa com a tua família sobre isso. Aprendi a duras penas que não falar só piora a situação.
ExcluirConta comigo!
Bjs
Adorei o post Bruninha!
ResponderExcluirMenos mal que foi causada pelo remédio, porque depressão é terrível.
Fico muito feliz que estejas bem!
Beijinhos <3
Olá! Por acaso hoje aqui deitada pesquisando algo sobre EM encontrei seu blog. Acabei de receber o diagnóstico de EM! Estou meio perdida ainda, a ficha não caiu... Mas lendo seu blog passei a me encontrar em várias situações, sentimentos, enfim, estou enxergando e entendendo um outro lado da EM, digamos que menos sombrio!
ResponderExcluirE por acaso lendo os comentários de hoje me encontrei em mais uma situação, sofro também de Neuralgia do Nervo Trigêmeo, e vi que você comentou que tem relação com EM. Estou indo pra SP pra saber o que fazer, como tratar, pois aqui no meu estado Mato Grosso do Sul me senti muito desamparada quanto a tudo com relação a EM. Adorei seu blog! E a partir de hoje já faz parte do meu dia a dia! Obrigada por esclarecer muitas coisas!!! ��❤️