foto divulgação Nando Bolognesi |
Oi queridos, tudo bem com vocês?
Minha última pulso foi bem traumática, mas aconteceu uma
coisa boa: eu li o livro Um palhaço na boca do vulcão, do Nando Bolognesi. Até
postei uma foto minha lendo o livro no hospital no primeiro dia, já prevendo
que ia gostar do livro. E estava certíssima!
O livro é tão bom, mas tão bom, que na metade do terceiro
dia eu já tinha devorado ele inteirinho.
Não se preocupem, esse post não é uma resenha do livro,
muito menos vou contar as histórias que o Nando conta lá. Espero que vocês
leiam o livro (mesmo!).
O Nando tem esclerose múltipla, assim como eu e a maioria de
vocês que leem o blog. O Nando tomou um puta dum susto com o diagnóstico,
passou por diversos perrengues e aprendeu a conviver com a doença. Como eu e
vocês também. Eu conheci a história do Nando durante a divulgação da peça de
teatro dele, mais ou menos na metade do ano passado. Na peça Se fosse fácil não
teria graça, que ele chama de “sit down tragedy” (porque “stand up” (em pé)
seria difícil...e a doença tá mais pra tragedy que comedy) Nando conta sua
experiência com a EM. Quando eu soube da peça, já estava em final de temporada
e acabei não vendo quando fui à São Paulo em 2014.
Mas aí, comprando alguns livros (não perco esse vício) no
início do ano, mandei vir o livro do Nando que eu já estava curiosíssima pra
ler. E vale muito a pena. Não só pelo tema esclerose múltipla estar inserido
nele, ou por eu me identificar em tantas situações que ele conta, mas porque é
bem escrito. Além do “valor humano”, tem um valor literário que há de ser
reconhecido. É daqueles livros pra dar de presente, pra indicar pros amigos,
pra qualquer hora. Não é um livro com tom didático ou prescritivo sobre viver
com a doença. Muito menos triste. É um bom livro, com boas histórias. Além
disso, o Nando tem a mesma visão sobre esperança que eu.
Não pedi autorização pro Nando (peço agora publicamente),
para compartilhar o trecho no qual eu me li nas palavras dele:
[...] estava escrito que a esperança não é uma atitude
positiva diante de uma questão para a qual existam quaisquer evidências de
sucesso, é antes um estado de espírito do que o fruto de uma análise ponderada
acerca de probabilidades e certezas. É como um tiro no escuro. Apesar da
ausência absoluta de evidências, a pessoa acredita na ocorrência de algo. Não é
simplesmente ser otimista, porque o otimista sabe da existência da
possibilidade do sucesso e a reconhece como superior à hipótese do fiasco. Já a
esperança inventa, ela própria, a perspectiva do sucesso onde nada indica
existir essa possibilidade. A esperança é mais aparentada ao milagre, pois inventa
coisas onde não há nada. O otimismo é vício de jogador. Percebi que tinha esperança,
notei que sempre a tive [...] Não fico repetindo palavras de ordem, frases
edificantes, lendo livro de citações ou me impondo qualquer código de conduta,
simplesmente ajo assim, do mesmo modo que o joão-de-barro constrói sua casa. É
como sei agir; não acho bom nem mau, nem melhor, nem pior, simplesmente, quando
percebi, notei que estava sempre cheio de esperança”.
É exatamente assim que eu me sinto, todos os dias. E mesmo
quando tudo parece desmoronar, eu não sei agir de outra forma. Faz parte de
mim.
Semana que vem eu e o Jota vamos, finalmente, ver a peça do Nando. E vamos levar o livro (que já foi lido por toda a família) pra ganhar autógrafo. Quem está em São Paulo, pode ir ainda
amanhã (24/03) ou na próxima terça (31/03). Vou aproveitar a viagem para um congresso e dar uma
passada no teatro pra poder agradecer, pessoalmente, ao Nando, por ter
escolhido esse caminho. E, quem sabe, ver se ele não quer fazer uma turnê por
aqui...
Quem não puder ver a peça (ainda), dá uma olhada nos vídeos no youtbe, e leia o livro!
Ah, e quase esqueci de falar, o Nando é Palhaço. Aqui,
Nando, Palhaço é profissão ;)
Até mais!
Bjs
Nando no facebook: https://www.facebook.com/palestraespetaculosefossefacil/timeline