Renoir - The first step |
Tenho uma surpresa pra todos, mas só será revelada no sábado. Até lá, fiquem todos curiosos... hehehe
Falando em sábado, estou fazendo uma disciplina no sábado de manhã, e no penúltimo sábado estávamos falando sobre o processo de aprendizagem do aluno quando a professora fez a seguinte pergunta: Você lembra como aprendeu a caminhar? Como aprendeu a comer de colher sozinho? Que tipos de pré-requisitos foram necessários?
Não respondi, mas pensei comigo mesma: sim, eu lembro...faz pouco tempo.
Claro, se eu falasse naquela hora iam me chamar, no mínimo, de doida.
Não lembro como aprendi a caminhar pela primeira vez, nem a comer de colher. Devo ter caído muito e feito muita lambança com a papinha.
Quando precisei reaprender isso aos meus 16 anos não caí tantas vezes. Eu já sabia que cair dói. E fui tentando mais devagarinho. Pra comer sim, fiz uma lambança bonita. Uma dica: comer bolacha é mais simples que comer sopa...hehehe
E pensando nos pré-requisitos, lembrei que precisei fortalecer a musculatura pra erguer esse monte de carne e osso (mais carne do que osso, diga-se de passagem), mas o pré-requisito mais importante foi a vontade. Quem tem vontade pode tudo!
Lembro de como era engraçado ter que pensar pra fazer coisas que já estavam no piloto automático. Afinal, quem é que pensa como vai levantar a perna para dar o próximo passo? Caminhamos sem pensar em todos os movimentos necessários pra isso. Quando eu reaprendi a caminhar sozinha, precisei pensar muito a cada passo. E até hoje caminho cuidando o chão.
Aprender a comer também exige vontade (e vontade de comer nunca me faltou), mas é preciso além da força, uma coordenação motora absurda. Confesso que não conseguir comer sozinha me incomodava mais do que não caminhar.
Acho que é porque sentada eu posso fazer zilhões de coisas, mas não conseguir comer sozinha era pra mim a maior prova da minha dependência. Ganhar comidinha na cama e na boca só é bom e romântico em filme de Hollywood, não em cama de hospital.
Mas acho que já contei tudo isso pra vocês né?
O que mais me chamou a atenção naquelas perguntas foi que, de alguma forma, essas experiências aparentemente ruins me ensinaram algo muito importante do processo de aprendizagem: não adianta o mundo querer te ajudar, te ensinar, se você não tiver vontade de aprender e não fizer nada pra que as coisas se realizem.
Não sei quantas pessoas daquela sala de aula ficaram viajando na maionese que nem eu, e muito menos quantos podem dizer que entendem que muitas das coisas que parecem ser extremamente fáceis pra uns, é absurdamente difícil para outros.
Posso dizer que, além de ter aprendido a andar e comer, aprendi a ter paciência, comigo e com os outros. Vi que muitas vezes as pessoas precisam só de uma mão pra ajudar a dar o primeiro passo. E é por isso também que não perco a esperança no ser humano, porque sei que todos podem aprender, basta querer!
Até mais!
Bjs