Hoje estou numa correria por conta de mais uma viagem. Hoje à noite vou pra Florianópolis. Coisa bem boa né? É, se eu estivesse indo pra praia. Na verdade, vou passar 10 horas dentro de um ônibus (isso mesmo, 10 horas), pra chegar lá, ir da rodoviária até a o campus da UFSC (arrastando a mala, que, obviamente, tem rodinhas), fazer uma prova de proficiência em inglês, ir pro aeroporto e pegar um avião pra Porto Alegre, onde vou passar a semana que vem, na companhia de mais provas.
Ufa!
Só de escrever já me cansei.
Apesar da correria, estou muito feliz. Esse clima de acontecimentos, viagens, provas, etc, me animam. Há alguns dias, quando a vida parecia sem graça (sempre existem esses dias né?) recebi duma amiga minha (obrigado Dani!), por e-mail um "tapa na cara" muito bem recebido da autora Martha Medeiros. Ao final do texto parei e pensei: nossa, eu podia ter escrito isso! Aquele dia estava sendo meio "xoxo" (é com X ou CH?), mas ao ler o texto lembrei de quem eu sou. Hoje vou dividir as palavras dela com vocês:
"A massacrante felicidade dos outros...
Há no ar um certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 60 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e, ainda assim, elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem.
De onde vem isso?
Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: 'Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento'. Passei minha adolescência com a mesma sensação de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite.
É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho...
É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho...
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas... Então, fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando, na verdade, a festa lá fora não está tão animada assim!
Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados.
Prá consumo externo, todos são belos, sexy, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, enfim, campeões em tudo! Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia - e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta: 'Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça.' Mas tem.
Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia...
Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento..."
(Martha Medeiros)
(Martha Medeiros)
Não tenho vergonha de vir aqui e dividir com vocês minhas desilusões, tristezas, raivas e até mesmo vergonhas por atitudes ou pensamentos. E adoro poder contar também minhas felicidades. Porque apesar dos pesares, no meu apartamento costuma ser sempre ano novo e carnaval. Mas não adianta insistir: não toca Latino e não tem bundalelê, seja lá que diabos isso for.
Amanhã, como vou estar "em trânsito", vou me ausentar aqui do blog. Mas sábado já tô de volta. Olha eu aí no avião da Jaquirana Air:
Hahahahahaha
Até sábado!
Bjs
Brunaa!!! fazia tempo que não lia seu blog, fiquei feliz de ver suas atualizações...sou como vc...gosto de escrever de tudo...raivas, felicidades...tristezas...tudo faz parte da vida!!!
ResponderExcluiré muito bom compartilhar td...estou feliz de ser sua amiga!
Fique na Paz...
Bjim
Que bom que estás curtindo. Tb fico mto feliz em ter você sempre por aqui!
ResponderExcluirBjs